Convívio 4º Convívio “Mistério… Policiário” (Setúbal) Data 31 de Janeiro de 1976 |
4º Convívio “Mistério… Policiário” (Setúbal) [31 de Janeiro de 1976] In Mundo de Aventuras, nº 126 – 26 de Fevereiro de 1976 Manhã cinzenta, fria, algo
chuvosa… daquela chuva que a todos molha. Nuvens baixas, parecendo envolver
tudo e todos com aquele acinzentado da contínua morrinha, húmida, fria e que
também ensopa… Foi o que aconteceu àqueles que tiveram coragem de ir apanhar
o autocarro dos Belos, para Setúbal, em Palhavã (Praça de Espanha), às 8
horas e 45 minutos… E quando cheguei, já lá estava esse par de simpáticos,
curiosos, insatisfeitos e vivazes gémeos que usa por pseudónimos Inspector Zarabatana e Investigador Bazooka… E já algo
molhados… Não levámos chapéus e continua a ser uma treta essa de «ser o povo quem mais ordena»… No Verão à torreira do Sol
para se ir até à Outra Banda… E no
Inverno, para ir para esses mesmos sítios, à chuva… Abrigos, nem um! Mas já o
ano passado se dizia… Estou convencido que desde o motorista, ao cobrador, ao
fiscal, e a todos que naquelas empresas trabalham ganhando o pão para si e
para os seus, e por ali passam, e assistem a tais espectáculos,
ainda não foram capazes, nem tiveram coragem!, de «fazer uma greve»… para, já não direi
beneficiar, mas dar um mínimo de condições de abrigo àqueles que, afinal,
lhes pagam os ordenados, os aumentos e os benefícios das reinvindicações… Valeu-me a companhia
agradável, mas por demais curiosa e insatisfeita, dos gémeos. Fui metralhado,
positivamente metralhado, por perguntas… que satisfiz. Só visto! E ainda bem!
É assim que «eles» começam… Mais ninguém se apresentou
à partida e às 8.45 lã fomos até à cidade do Bocage e do filósofo Padre João
Baptista… Depois, na cidade das
laranjas… esperámos no Café Brasileira que a «malta» fosse chegando… E foi!... Ultrapassamos as duas
dezenas! Tivemos, pelo menos, 23 pessoas interessadas no «Convívio», a falar de nós, a falar de
«Mistério… Policiário», a falar,
especialmente, do «Mundo de Aventuras»!
E lá tivemos o Big-Ben (Amadora); Dr. Aranha (Cascais); Vítor
Hugo (Marinha Grande); Tony Cooper e Inspector Aranha (Santarém); Jartur e M. Lima (Porto); Johnny Hazard e Artur Marques (Abrantes); Mr. King e Mr. Sony (Rossio ao Sul do Tejo); Godévora (Évora.); Primo I (Sesimbra); Pinguim, Jalam e Marechal Ka-Pi-Linha
(Alcácer do Sal); Lorek
(Almada); Inspector Zarabatana e Investigador Bazooka (Lisboa); e mais
um «veterano» que aparece, o Detective Misterioso (Cacilhas). Claro que
também estive eu e, surpresa, os pais do Jalam, sendo o pai um dos «veteranos», da famosa Tertúlia Edípica… As charadas estiveram então na berra,
hoje, poucos lhe ligam… Mas voltaremos! Escreveram, desculpando-se
por não terem podido estar presentes, o Inspector Cachopa, de Sesimbra; o Primo
II, da Cova da Piedade e, especialmente, o Inspector Gavião, de Alcácer do Sal, por ter recebido tarde a minha carta.
E foram 23!... E na
próxima? Faltou o Magalhães por ter havido princípio de
incêndio no seu prédio e tudo aquilo andar numa polvorosa… «Desculpado», mas…
como escreve o Johnny Hazard: «…Boa viagem no regresso de Setúbal? E o «voto de
censura» ao Magalhães, já foi
aplicado? A Tertúlia Ribatejana (Tony Cooper, Inspector Aranha, Mr. King, Mr. Song e Johnny Hazard) deliberou,
em Assembleia muito Ordinária realizada no «Toucinho», em Almeirim (regresso de Setúbal) (onde estariam nessa altura o sr. Sá e Seixas e o velho camarada Constantino?...), alterar para «pena suspensa»
o castigo ao Magalhães mediante o «pagamento» de uns bagaços à Tertúlia
e ao chefe «Sete», durante a
realização do próximo Convívio. Valeu?
E sobre o convívio realizado, mais uma vez experimentei a agradável sensação
de sã camaradagem e óptima disposição que vem sendo
a tónica destas reuniões. E a crer no aumento progressivo, em breve teremos
de contar com a reserva de um salão de clube, na terra onde se efectuar o Convívio, para podermos albergar toda a «malta». Isto está e vai ser!, um caso sério de popularidade». Numa esplanada de Setúbal, temos, da
esquerda para a direita: Inspector Aranha (de costas): os olhos do Johnny Hazard e à esquerda o «hippie» Dr. Aranha e à direita o sorriso do Tony Cooper; de pé, M. Lima e Lorek e à sua frente, mal se vendo, o Pinguim, este sentado; segue-se o «gémeo» Inspector
Zarabatana e o outro «gémeo» Investigador Bazooka, sentado, tendo à sua esquerda o Big-Ben; atrás o Mr. Song e o Mr. King; há depois umas figuras que «não são de cá»… e temos, olhando por cima da cabeça do Primo I, o «bigode» do Godévora… Mais perto de nós o sorriso do Vítor
Hugo e, «sem rosto», o «veterano» Detective Misterioso À esquerda os óculos do Jalam e
os cabelos do Pinguim. Em frente, o
Marechal K. H., o Mr, King, encoberto
o Mr. Song, seguido do sorriso do Primo I, e logo o Investigador Bazooka, encoberto o M. Lima e ao fundo o Inspector Zarabatana + No passado dia 31 efectuou-se mais uma jornada de confraternização da
família de leitores-concorrentes do «Mundo
de Aventuras» com o orientador da secção «Mistério... Policiário», «Sete
de Espadas». O encontro efectuou-se, tal como o almoço, no Café Restaurante «A Brasileira», e entre os presentes
devemos salientar que «Detective Misterioso» é um «veterano» afastado presentemente das
lides policiárias e que, como ele disse… «já
arrumou as botas»…
Mas fez-nos companhia com a sua presença neste convívio para relembrar tempos
áureos. Bela jornada de
confraternidade e de presenças. Desta feita compareceram nada mais nada menos
que vinte e um membros desta família já muito elevada. Lamenta-se entretanto
quatro ausências inesperadas. A de «Sir Carter», de Paivas, o anfitrião
desta jornada que possivelmente deve ter tido uma forte razão para a sua
ausência, e a dos amigos Magalhães,
Pais Pinto e Jomara. Os dois primeiros por
razões que também desconhecemos e o último pelo falecimento de sua mãe. Ficou assente neste
convívio, enviar os sentimentos ao Jomara em nome dos seus colegas presentes em Setúbal, o
que veio a acontecer. Eu, como um dos iniciadores
destes convívios, sinto-me orgulhoso pela expansão que eles estão alcançando.
Em 25 de Outubro, ao efectuar-se o 1.o
convívio em Santarém, estava longe de imaginar que ao fim de três meses eles
continuassem com tanto êxito e sempre com o maior número de presenças! Espero no próximo dia 28
abraçar os camaradas já conhecidos e conhecer outros novos… e se no Norte
existem poucos! Será em Aveiro que
comparecerá a primeira concorrente? Esperamos que sim, pois que em Setúbal já
compareceu grande camada juvenil e em Aveiro o mesmo irá suceder e, de
certeza, uma presença feminina também! Quem se apresenta em
Aveiro? Eu, presente! Para todos, cumprimentos do
colega TONY
COOPER + Amigo «Sete»: Foi para mim, um dia
inolvidável, o convívio de Setúbal; pena que os concorrentes dos arredores
não quisessem, ou não pudessem, comparecer. Foi com grande alegria que
vi o entusiasmo dos «novos», dos
quais destaco, sem desprimor para os outros, os gémeos Basooka e Zarabatana, que, pese embora a sua pouca idade, ou por via disso,
eram talvez os mais entusiastas; formidável! Obrigado «Sete»; obrigado amigos, por esta jornada de sã camaradagem! (Onde
é que eu já li isto?) M.
LIMA (Porto) In Mundo de Aventuras, nº 129 – 18 de Março de 1976 Caro «Sete de Espadas»: Fiz
estas quadras, e, apesar de um pouco atrasadas, resolvi enviá-las ainda, pois
que, mesmo mal feitas, sempre têm um pouco de interesse para quem esteve no
convívio… Assim,
ofereço-lhas com amizade:
GODÉVORA + Foi um
dia em cheio! Saímos
de casa por volta das 8 horas e 15 minutos, manhã fria e chuvosa. A chuva
ensopava-nos até aos ossos. Eu e o meu irmão, ainda escuro, apanhámos um
comboio do Metropolitano de Lisboa, rumo a Palhavã. Chegamos, e após algumas
perguntas a madrugadores como nós, dirigimo-nos à paragem do autocarro das 8
horas e 45 minutos com destino a Setúbal. Eram isto 8 horas e 25 minutos e a
chuva não parava de cair-nos em cima. Valeu-nos uma alma caridosa que nos
albergou debaixo do seu chapéu… De
véspera tínhamos combinado com o Magalhães encontrarmo-nos ali para irmos
todos juntos (Sete, Magalhães e nós dois). 8 horas e 35 minutos, nem Sete nem Magalhães e
nós cheios de frio!... 8 horas e 40 minutos. Vejo um
senhor que se aproxima, barba grisalha, chapéu imperial, malinha negra na
mão, não há engano possível, é o nosso companheiro de armas Sete de Espadas. Eu pessoalmente não o
conhecia, reconheci-o sim pela barba grisalha que já tinha visto em
fotografia. Abraços
e apertos de mão e eis que chega a camioneta. Subimos totalmente
molhados (que nem pintos) e sentamo-nos. Pelo caminho falou-se de diversas
coisas, e que me desculpe o Sete se
o macei, lastimou-se bastante que o sr. Jorge de Magalhães não tivesse ido
(não sabíamos nessa altura que um «pirómano» tinha posto fogo ao prédio do sr. Magalhães, aldra?...)
Passámos
pela ponte, por Coina, por Azeitão. Quinta do Anjo, Volta da Pedra e
finalmente a cidade sadina, terra do carrapau e da
sardinha… Descemos
na estação das camionetas e perguntamos onde era a Praça do Bocage. Lá chegados entramos na Brasileira, tomamos um cafezinho para aquecer as pernas e vimos
as fotografias dos outros convívios. Nisto aparece o «Mr.» Jartur,
todo sorridente, com a sua pronúncia portuense a perguntar se o M. Lima já tinha vindo… Abraços, apertos
de mão, o Jartur
bebeu um café e daí a pouco apareceu o Johnny
Hazard, o Mr. King, e o Mr. Song. Abraços e apresentações, consternação por parte
de todos ao saber que o Magalhães
não tinha vindo e todos sempre na esperança que ele viesse noutra camioneta. A partir
daí foi chegando o resto da malta
presente (já não me recordo a ordem de chegada). Conversou-se, riu-se,
beberam-se uns cafezitos e o M. Lima
sem chegar. O «Mr.» Jartur com o seu olhar
detectivesco e aqueles óculos que lhe dão um «charme»… foi à procura dele
(recorde-se que tanto ele como o Jarturr tinham passado a noite em Setúbal…). Daí a
pouco chegou todo contente, fazendo alarde das suas qualidades detectivescas
e trazendo com ele o simpático, sorridente e amigo M. Lima. Conversou-se mais um pouco e passado algum tempo fornos
«marfar» pois a fome apertava. O almoço
constituído pelo tradicional bife de porco com batatas fritas e ovo a cavalo,
foi cheio de animação e bom humor. Conversou-se sobre o «M.A.» e sobre os bons velhos tempos do policiarismo
nacional. No final a também tradicional «bica»
e o seu companheiro «bagaço».
Fizeram-se as contas (o bancário foi o Tony Cooper),
discutiu-se mais um bocado e fomos até a esplanada de um café próximo falar
da revista Passatempo (e não só) que
vai sair com uma secção de policiarismo dirigida
pelo nosso camarada inspector Aranha. Deliberou-se onde seriam os
próximos convívios e tiraram-se mais algumas fotografias pelo «fotógrafo de serviço» o nosso amigo Sete de Espadas (honras lhe sejam
feitas pela alegria que deu a este convívio). O tempo
passou quase sem darmos por isso e depressa se chegou às 6 horas, não sem
antes ouvirmos umas boas anedotas contadas com todo o jeito pelo Johnny Hazard,
Big-Ben e Jartur. Entretanto
tinha chegado o Lorek
que não tinha almoçado connosco mas que se nos veio reunir mais tarde.
Motivo: aulas. Regressamos
a Lisboa no carro do Vítor Hugo, o sol já se escondia por detrás dos montes e
a viagem foi agradável. Falamos nos concorrentes antigos e na Banda Desenhada
actual. Chegamos
a Lisboa, dissemos adeus ai Vítor Hugo
e metemo-nos no Metropolitano (nós os dois e o Sete). Na estação da Rotunda separamo-nos e nós seguimos até à
estação de Roma. Resta
dizer que foi um dia agradável, o tempo conservou-se bom, debateu-se,
deliberou-se, falou-se, discutiu-se e por pouco não se cantou… Um
abraço, a todos, do amigo INVESTIGADOR
BAZOOKA |
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©
DANIEL FALCÃO |
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