Convívio 11º Convívio “Mistério… Policiário” (Viseu) Data 18 de Setembro de 1976 |
11º Convívio “Mistério… Policiário” (Viseu) [18 de Setembro de 1976] In Mundo de Aventuras, nº 159 – 14 de Outubro de 1976 Viseu,
a «antiqua et
nobilíssima» cidade de Portugal, capital da Beira Alta, que já na
civilização romana era uma fortificação importante, em cruzamento de vias
romanas, como o atesta a sua «Cava do
Viriato», foi também, no passado dia 18 de Setembro, o ponto de encontro
de adeptos do «Mistério… Policiário»
que para ali afluíram, oriundos dos mais diversos pontos do País. Cidade episcopal desde o
ano 569, nascida de um núcleo castrejo, vítima da invasão sarracena, foi
reconquistada pelos cristãos e surge-nos, por volta de 1123, residência temporária
do conde D. Henrique. Também agora, em 1976, no mês da sua Feira Franca de S. Mateus, nos surge
como residência temporária do «Sete de
Espadas» e de alguns dos seus amigos, que pretenderam prolongar o Convívio Beirão até ao limite
possível. * Quando, por volta das 9.30
horas, o autor destas linhas chegou, acompanhado do M. Lima, ao local da concentração, já ali se encontravam o Hal Foster e o Zé, aos quais se fica devendo a
realização e o êxito deste Convívio, além do «Sete de Espadas», que chegara na véspera atraído pelo aliciante
dos festejos citadinos, o Detective Misterioso,
que estava em férias não muito longe, o El
Junhocas, que se deslocara do Porto, e o Artur Santos morador em Mangualde. Chegaram depois, o Durandal que
não obstante ter oferecido «boleia»
aos interessados, fez solitário a longa viagem Cascais-Viseu, e a seguir o Big-Ben com a esposa e os filhos, estes
celebrizados por um certo e controverso problema de Natal. Ela, a Zezinha, de
oito anos, continua a ser a Zezinha,
como assinou na sua folha de testes. Ele, o Nandinho, deixou de o ser…
chama-se agora Inspector F. M. que vindo de Fernando Manuel
quer dizer frequência modulada, donde se infere a paixão do rapaz pelas
válvulas, pelos transístores e pelas ondas hertzianas. Logo depois chegou a
família Moisés, composta pelo Inspector, sua
esposa Paula e a filha, a jovem Milau. Pouco
tempo decorrido chegaram os mais aventureiros da jornada, o Fransal e o Inspector XZZXZZ que, não dispostos a madrugar
para aparecerem às sete da manhã junto à casa do «repórter», optaram pela boleia, no que são especialistas e
campeões. Não tardou muito a aparecer também o Vítor Hugo, que sozinho viera desde a Marinha Grande. A fechar as
chegadas ao local da concentração, na esplanada do Café Santa Cruz, ali no coração da cidade, a dois passos do
Rossio serrano, quando dos cafés, dos bagaços e dos «brandys»
só havia o cheiro, surgiu o Jomenvis, que motivos de serviço forçaram a tardar tanto. Reviveram-se anteriores
Convívios, solidificaram-se amizades, falou-se de problemas e de «casos», expressaram-se desejos e
preferências. O almoço, servido no Restaurante S. João, onde chegou o Agente X-15, de Nelas, decorreu na melhor
forma, com muita alegria e camaradagem, boa disposição e ainda melhor
apetite. A mesa, ampla e bem decorada, apresentava a cada um dos convivas,
além da indispensável ferramenta para o repasto, pagelas do Turismo da
cidade, e postais ilustrados festejando o Convívio
de Viseu, com a respectiva designação e ementa
do almoço. Quando os estômagos estavam
já suficientemente ocupados, surgiram os Testes,
ansiados por uns, contestados por outros, mas nos quais ninguém deixou de
colaborar. Houve até quem, como primeira preparação para a conquista dos
troféus, limitasse um pouco a absorvência do tinto da região. E o procedimento
resultou… Na primeira prova, um Criptograma, bastante polémico que
dava para 87 pontos, apenas um participante, o Detective Misterioso, além dos dois pontos obrigatórios atribuídos a todos
os restantes como prémio de participação, obteve mais dois pontos,
correspondentes à inscrição das letras «VI». Talvez o premiado, ainda hoje
não saiba, como nós, se pretendia escrever Vinho… ou Viseu! No problema de Palavras Cruzadas que se seguiu, e que
foi superiormente resolvido pelo Jomenvis, que obteve 80 pontos, classificaram-se
imediatamente a seguir Durandal
e Jartur,
respectivamente, com 78 e 76 pontos. A terceira prova posta aos
cérebros, o Problema Policiário,
que como as anteriores foi da autoria do Hal Foster, constituiu o climax da ginástica raciocinativa imposta aos comensais.
Mandaram-se umas piadas a propósito, e foi fornecido papel em abundância para
a elaboração dos relatórios. Na frente do «repórter», por exemplo, foram
colocadas, talvez intencionalmente, vinte e quatro folhas de papel. E «este», topado pelo seu tradicional amplo consumo de papel, com um poder
de síntese «maduro tinto»,
conseguiu expressar a solução do problema em apenas 12 linhas, num total de
56 palavras. Nessa prova, classificada
democraticamente pelo sistema de dedos das mãos levantadas, indicando a
pontuação que cada qual atribuía a cada solução lida pelo autor do problema,
sem a identificação do solucionista e conhecida já a oficial, também lida
pelo Hal Foster,
classificaram-se nas primeiras posições os seguintes «sherlocks»: «Sete de Espadas», 116 pontos. Fransal, 113
pontos. Jartur, 111 pontos. Decorria a classificação
das soluções, quando se apresentou, acompanhado dos pais, o Henrique, que não chegou a exercer o
seu direito de voto… e de garfo. Seguiu-se a distribuição de
lembranças e prémios. Primeiramente foi homenageado, com a entrega de uma
placa alusiva ao acontecimento, o grande impulsionador destes Convívios, a
quem a Problemística Policiária Portuguesa volta a dever
muito do seu desenvolvimento: «Sete de
Espadas». Depois, subiram ao «podium» o Detective Misterioso, o Jomenvis e o «Sete de Espadas», para receberem as
taças que lhes foram atribuídas para sua glorificação nas provas lideradas.
Seguidamente, ao autor destas linhas, foi entregue a Taça «Sete de Espadas» – Convívio Beirão 1976, pela posição
obtida na classificação geral das provas, 186 pontos, seguido de Jomenvis, 176 e
Fransal,
174 pontos. A todos os participantes no
Convívio foram, logo após, oferecidas pequenas peças de cerâmica do
artesanato da região. Seguiu-se a tradicional
sessão de fotografias para a posteridade e, depois de alguns minutos de
agradável cavaquear, começou a debandada daqueles que, por terem de se
deslocar para mais longe, não puderam participar na última prova. A «prova de vinhos da região», que os
dinâmicos «regionais» conseguiram
que nos fosse proporcionada no Pavilhão
dos Vinhos do Dão, na Feira de S. Mateus. Terminado o beberete,
apenas uma «minoria privilegiada»
logrou manter-se em confraternização, disputando-se ali, no recinto da Feira de S. Mateus, um desafio de «matraquilhos» em que a equipa local
derrotou indubitavelmente os «Invictos».
Cerca das zero horas, terminou
para nós o Convívio, que no entanto se prolongou até à casa do Zé, onde fomos simpaticamente recebidos
e acomodados, e donde abalámos, já com saudade e na ambição do Convívio de Santarém, na madrugada do
dia seguinte. Mas, para o «Sete», a festa continuou… JARTUR Os «Feras» em Viseu… Entre
os «veteranos», um «novo»… Da esquerda para a direita: Detective Misterioso,
Jomenvis,
«Sete» e Jartur, com taças e outros prémios. Ao fundo
distingue-se o Investigador F. M. e
a cabeça do Big-Ben… O «Zé», segurando os óculos
parece exteriorizar: «Apre! Desta já eu estou livre!...» À sua esquerda o «novo»
Jomenvis,
seguido do segundo elemento da Comissão Organizadora, o Hal Foster e um «novo» da banda desenhada – A.
Santos |
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DANIEL FALCÃO |
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