Convívio II Convívio Policiário de Viseu Data 25 de Setembro de 1977 |
II Convívio Policiário de Viseu [25 de Setembro de 1977] In Mundo de Aventuras, nº 220 – 15 de Dezembro de 1977 A
MARATONA DE VISEU REPORTAGEM
DE CARLOS DUARTE E DELGAS Para nós, o Convívio começou bem mais cedo que
para os restantes. Na sexta-feira, por volta das seis da manhã, o «cântico
divinal»… do despertador fez-nos saltar da cama, e ainda com os olhos
ensonados vimo-nos abandonados ao frio da rua… Encontro no Campo de Santana e
partida, na camioneta do «Coche da Beira». Seis horas de viagem, sem
história, e a chegada à cidade santa
dos convivas… Aí nos esperava o nosso Zé
e o Hal Foster, que nos levou a
Ranhados, onde fica a casa deste último. Fomos acolhidos portuguesmente pela
mãe do nosso anfitrião, que nos presenteou com um reconfortante almoço. Tal
como o pai do Hal, mostrou-se
resplandecente de simpatia. Depois, apareceu o Zé, que nos levou no carro até à cidade. Aí, deixou-nos entregues
a nós próprios, por «deveres profissionais». O resto do dia, gastámo-lo
nalgumas tacadas no bilhar, numa visita à feira de S. Mateus, até que, findo
o jantar, largámos de novo para Ranhados, onde ficámos alojados em casa do Hal Foster. E assim se esgotou a
sexta-feira, 23… No sábado de manhã, por
volta das dez horas, engolimos o pequeno-almoço, e, aproveitando uma boleia,
voltámos para Viseu. Ponto de encontro para todos os convivas deste I Convívio de «A Voz das Beiras»: Café
Santa Cruz. Já aí estava o Detective
Misterioso, que se encontrava em férias nas redondezas, e os restantes
foram chegando: o Góvis (da terra,
a estrear-se como conviva); a Miss Ana,
também de Viseu, acompanhada pelo pai; o Jartur,
que vinha do Porto acompanhado pelo M.
Lima e pelo Viróbico; o Durandal, que de Lisboa trazia o «Sete», a Pal, O Gráfico e o Ubro Hmet, e ainda o Satanás. Apareceram também o Mabuse, que se encontrava na região há
uns dias, e o Zé… Durante algumas
horas trocaram-se novidades, em diálogo ameno, e houve quem começasse já a «adoçar a boca»… Às 13 horas, distribuiu-se
o pessoal pelos vários automóveis e toca de ir para o restaurante. Aí,
juntaram-se ao grupo o sr. Manuel
Pereira (director de «A Voz das
Beiras») e esposa, e a mãe da Miss
Ana. O almoço decorreu alegremente, e, no final, houve um problema
policiário para resolver, da autoria do Hal
Foster. Grande discussão, apreciação das respostas e classificação das
mesmas, a atribuição do prémio ocuparam uma boa parte da tarde de convívio,
que incluiu a distribuição dos prémios da secção «O Sherlock e o Enigma Policiário», de «A Voz das Beiras», e algumas palavras do sr. Manuel Pereira, que, dando largas à sua eloquência, teceu
considerações sobre o Convívio,
tendo sido bastante aplaudido. Deixámos o restaurante e
fomos visitar o Zé Bombeiro, um
solucionista de Viseu, que se encontrava internado por ter sofrido um
acidente na sua abnegada função de bombeiro. Foram-lhe entregues alguns
prémios de «A Voz das Beiras», a
que tinha direito. Que se ponha bom, é o que desejamos! A noite, quando já havia
quem tivesse molhado o «bico» em
demasia, fomos à feira, onde passámos alguns bons momentos. Dali, fomos para
casa do Zé, onde se formaram várias
mesas de jogos. Não havia grandes pressas em ir dormir, já que nessa mesma
noite a hora portuguesa era atrasada… E assim se passou o tempo, com todo o
mundo distraído. E houve mesmo quem perdesse muitos fósforos… e quem os
ganhasse. No final, tratou-se do alojamento do pessoal de fora. Connosco, em
casa do Hal Foster, ficaram o «Sete», O Gráfico e o Ubro Hmet…
além do próprio Hal, e de nós,
claro. E chegou o domingo, dia do II Convívio de Viseu do «Mundo de Aventuras».
De manhã, nós, os de Ranhados, abalámos para Viseu, de novo para o Café Santa Cruz. Os convivas foram
aparecendo de novo, mas, além dos do dia anterior, surgiram o Dezembro 75, de Mangualde, e o Xerife McCloud, de Castelo da Maia. Novamente nos dirigimos
para o restaurante, o mesmo onde tinha sido o almoço da véspera. Aí, cada um
dos convivas teve direito a uma série de brindes, entre os quais uma
garrafinha de vinho do Dão. Os mais lestos conseguiram, mercê de manobras
sub-reptícias, apoderar-se de duas… Nesta altura, apareceram o Inspector XZZXZZ e o Inspector Çuíssas, vindos da Invicta…
à boleia! Aliás, nem outra coisa seria de esperar, vinda do XZZXZZ, já célebre por estas andanças…
E o almoço decorreu às mil maravilhas, entre diálogos e remoques de um
extremo ao outro da mesa. No fim, houve mais um problema policiário para
resolver, cuja discussão e classificação se estendeu por cerca de uma hora…
Depois, houve a grande inovação dos
convívios. Foi uma espécie de «rallie»
–Policiário, com mensagens
escondidas e em código… O Zé,
organizador do «rallie», muito deve
ter gozado a ver-nos todos às voltas nas redondezas do restaurante, na busca
de cada mensagem… O prémio para o descobridor da última «mensagem» foi a própria «mensagem»,
que era… uma garrafa de espumante!
Serenados os ânimos, houve ainda um teste variado a concurso. Fez-se uma
classificação geral, englobando a classificação de cada um em cada prova (Policiário, «rallie» e teste) e
houve atribuição de prémios ao melhor classificado em cada prova e na geral. E a tarde foi-se escoando…
Como já vem sendo hábito, tiraram-se fotografias. O fotógrafo «oficial», foi o «Sete»… mas o Mabuse
também teve a sua quota-parte. Aliás, não sei se se lembram, mas a máquina do
Mabuse «tinha rolo»!... Fatal como a morte, a hora
da partida chegou… Partiram os de Lisboa, partiram os do Porto, e ficámos
nós, Carlos Duarte e Delgas, com o Hal Foster. Jantámos algures e fizemos horas para o comboio, com
uma última ida à feira. Chegada a hora, comprámos os bilhetes (o Hal Foster também, pois fora convocado
para a Marinha, ou antes, para os «fuzileiros»)
e apanhámos a camioneta para Nelas, onde passava o comboio. Ainda foi uma
pequena aventura, a nossa viagem. Até vimos um início de incêndio, numa estação…
Finalmente, por volta das sete da manhã de segunda-feira, chegámos a Santa
Apolónia, depois de uma noite quase em branco… Despedimo-nos do nosso «marujo», e metemo-nos cada um por seu
caminho. Se descontarmos os que se encontravam no distrito, fomos os
primeiros a entrar e os últimos a sair desta excepcional maratona que foi o
convívio, ou duplo convívio, de Viseu. Eis a «malta» em Viseu antes
de iniciar «a função»… Todos conhecem
todos, ou não? A propósito: quem será o envergonhado que
tapou a cara»?... O Satanás está com sono… No 1.o plano está «algo»
do «Sete»… Que ideia!... É o
casaco!... |
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©
DANIEL FALCÃO |
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