Convívio I Convívio Policiário do Porto Data 30 de Outubro de 1977 |
I Convívio Policiário do Porto [30 de Outubro de 1977] In Mundo de Aventuras, nº 225 – 19 de Janeiro de 1978 Escreve
CARJOMA, do Porto Vou tentar expor aqui o que
foi o «I Convívio no Porto», dos admiradores do «Mundo de Aventuras», adeptos
do «Mistério… Policiário». Segundo muitos possam crer,
o Convívio não foi só o almoço que se realizou no domingo, 30 de Outubro. O primeiro a chegar ao
Porto foi o Hal Foster,
que veio directo de Vila Franca de Xira, onde se
encontra a cumprir o serviço militar, na sexta-feira, 28. No sábado vieram no carro
do Durandal, de Torres Vedras além do próprio: o
Sete de Espadas, a Pal, o Detective
Misterioso, e o comilão Satanás… Destaque-se aqui a falta do bom amigo O
Gráfico, de Almada, que nós já nos habituamos a ver em todos ou quase todos
os Convívios. No mesmo dia e de comboio
vieram também os «alfacinhas»: Carlos Duarte, Ubro Hmet, Delgas, Lanterna Vermelha
e Apuleius. De carro veio também o Zé,
de Viseu. Nessa tarde começou a
confraternização com a ida à «Feira de Vandôma»,
feira essa que se realiza todos os sábados no terreiro da Sé e tem como prato
forte o comércio da banda desenhada. Durou essa visita até cerca das 17.30
horas. Reunimos depois no «Café Turista», antigo local de reunião da
«Tertúlia Invicta», até cerca das 19.30 horas. Nesta reunião, houve um confrade que fez
um simpático convite, foi ele o Xerife McCloud. O
convite foi para irmos à casa de seu pai, sita no Castelo do Maia, a 12 km do
Porto, onde existia um retiro e onde poderíamos tomar umas bebidas e jogar
bilhar ou cartas. Aceitamos o convite e
depois de um jantar onde se reuniram: o «Sete», o Durandal,
a Pal, o Detective
Misterioso, o Satanás, o Apuleius, o Carlos Duarte,
o Lanterna Vermelha, o Ubro Hmet,
o Delgas, o Jartur e o Viróbico, fomos paro a casa do Xerife McCloud,
juntamente com o Mr. Bidó,
o Hal Foster, o Zé, o Avan e eu próprio, nos carros do Durandal,
do Jartur e do Avan, onde
chegamos cerca das 22.30 horas, devido ao intenso nevoeiro que se fazia
sentir. Chegados lá, fomos
recebidos pelo Xerife McCloud que nos convidou o
tomar umas bebidas. Depois, enquanto eu, o Hal Foster, o Apuleius, e o Avan dávamos umas
«tacadas», duas mesas se formaram onde se jogava o póquer (Durandal, Zé, Lanterna Vermelha, Ubro
Hmet, Xerife McCloud, e
Carlos Duarte) e o «king» (Sete, Mr. Bidó, Delgas e Satanás). A Pal,
o Detective Misterioso, o Jartur
e o Viróbico, não tomaram parte nesta pequena
jornada desportiva, assistindo uns e «passando pelas brasas» outros… Cerca da 1 hora regressamos
ao Porto, exceptuando o Ubro
Hmet, o Delgas e o Apuleius que dormiram lá, e viemos para minha casa, que
por sinal também é do Jartur e fizemos uma pequena
«ceia», onde estiveram além de nós dois, o Mr. Bidó, o Durandal, a Pal, o Detective Misterioso, o
Satanás, o Carlos Duarte, o «Sete» e o Avan até
cerca das 3 horas. Dormiram lá: o Durandal, o Detective
Misterioso, o Satanás, o Carlos Duarte e a Pal.
Tendo o «Sete» pernoitado em casa do Avan. No dia seguinte, dia máximo
do Convívio, começaram a aparecer cerca das 10 horas, no «Tripeiro», o resto
dos convivas que vieram de Viana do Castelo, Figueira da Foz, Coimbra,
Celorico de Basto, Felgueiras, Vila Nova de Famalicão, etc. No almoço, cerca das 13
horas, estiveram presentes: «Sete», Durandal, Pal, Detective Misterioso,
Satanás, Hal Foster,
Lanterna Vermelha, Mr. Bidó,
Telmo, Ubro Hmet, Zé,
Gemini-2, Marth, Xek-Brit,
M. Lima com as simpáticas filhas Orquídea, Dália e Elisa (Maria), Carlos
Duarte, Pima, Inspector
Martelada, Inspector Çuissas,
Inspector XZZXZZ, Jartur,
Alex Raymond, Thunderbolt, Billy
the Kid, Detective Z, Apuleius, Viróbico, A.
Guerreiro e seu filho António Luís, António Salvador e seu irmão Agostinho,
Adelino Gerácio, Carjoma,
Jorge Alves, Mycroft Holmes,
Nunoque Caianoque, a actual equipa da «Prancheta», Zé Fialho, João C. Sousa e
Tito de Almeida, Lucrécia Bórgia, Félix da Picota, Nick Bianco, Mota Curto, Ás de Copas, A. Felgueiras, Avan,
Álvaro Bastos com 3 confrades cujos nomes peço desculpa desconhecer… e peço
mais desculpa pelos que possivelmente forem omitidos. A pedido do Inspector
XZZXZZ fez-se um concurso subordinado ao mote «A Verdade e a Justiça» do qual
saiu vencedora a Pal, de Algés. O grupo de Álvaro Bastos
representou também uma mini-peça teatral de agrado
geral. Depois do almoço apareceram
também o Mr. Laranja Mecânica acompanhado pela sua
namorada. A partir das 17 horas, os
que vieram de longe, começaram a debandar, pois a viagem era longa e
cansativa, ficando apenas os jovens, entre eles, o António Luís a disputar
uma partida amigável de «snooker»… Resta ainda salientar a
«Exposição Retrospectiva do «Mundo de Aventuras» e
o pequeno mercado de trocas e vendas de «banda desenhada» e, ainda a promessa
de aparecimento, brevemente, de um novo fanzine de banda desenhada orientado
pelo Jartur e aberto a todos os que nele quiserem
colaborar. Falou-se ainda no Convívio
do III Aniversário em 1978, a realizar-se, possivelmente, na Figueira da Foz.
E pronto, aqui fica a minha
colaboração, aguardando o II Convívio no Porto. A realizar em 1978. ...E
escreve o INSPECTOR MARTELADA, de Felgueiras Para mim, tudo começou por
volta das 7 horas e 30 minutos da manhã, hora estipulada pelo meu progenitor
para o «levantamento das cúpulas subjugadoras das amplas bases de apoio»
(nomeadamente eu… e a minha cama), caso quisesse transporte de borla… E assim
foi, uma vez que este tipo de coacção financeira é
bastante «convincente»… Após uma viagem bastante
calma (apenas poderei referir como «acidentes de viagem», os solavancos
inerentes às boas condições de certos troços das nossas não pouco
«acidentadas» estradas), chegamos finalmente ao Porto, mais propriamente ao
número 195 da Rua Passos Manuel… Já ali se «concentravam»,
esperando o Jartur, e se a memória não me falha,
Alex Raymond, Telmo, Xek-Brit, Detective
Z, Marth, Nick Bianco, Billy the Kid e Thunderbolt. Jartur, haveria de chegar pouco
depois, logo seguido pelo Viróbico e pelo Xerife McCloud. Entramos para o interior do restaura nte. Atendendo à «antecâmara»,
este não deveria ser muito acolhedor. Contudo, mal lá nos encontrámos,
verificamos que, na verdade, era bastante confortável, dando uma certa dose
de segurança a quem lá estivesse. Um bando de amigos, de que
eu faria parte, tinha nascido ali após as apresentações preliminares, mercê
da quase «unanimidade» demonstrada no que se referia a interesses… E a «exploração
demográfica», acentuou-se, pois, ainda não era decorrida meia hora após a
chegada do Jartur, e ¡a tinham vindo engrandecer as
nossas fileiras numerosos elementos, entre os quais se contavam Ás de Copas, Ubro Hmet, Delgas, Inspector Onabla, Inspector West (um novo recruta «nascido» ali, naquele
mesmo dia), Álvaro Bastos, Casimiro M. Costa, Lanterna Vermelha, Pal, Durandal, Detective Misterioso, M. Lima e três filhas suas, Pima, Jorge Alves, António Guerreiro, António Luís, Hal Foster, Zé, e muitos outros
de que não me recordo agora. Quanto ao «Sete», figura
indispensável em qualquer Convívio, é que nem sinal!... Corriam certos
«rumores vinícolas» a que «quase ninguém» deu atenção… Haveria de aparecer
pouco depois, acompanhado por um sujeito, que, no campo produtivo, é «o
inimigo público n.o 1» de qualquer
concorrente… Trata-se, como já devem ter deduzido, do terrível, embora
simpático Xavier Benigno (não esquecer o velho ditado: «As aparências
iludem…»). A manhã foi passada quer a
comprar velhos exemplares de não menos antigas publicações, quer a conversar,
quer mesmo a ver a «Exposição Retrospectiva do
«Mundo de Aventuras» (o nome será talvez um poucochinho pomposo… não acham?!)… Na mesa aguardava-nos uma
bela surpresa, uma vez que os organizadores tinham resolvido oferecer-nos
alguns livros. Meditando nos prós e nos contras da cultura, este vosso
criado, conseguiu, através de hábeis especulações, enriquecer o seu
«património cultural desenhado»… Foi o pontapé de
saída, para uma «campanha de dinamização cultural», levada a cabo na ala da
mesa aonde eu estava situado. O almoço foi excelente. Mas
houve quem pouco comesse… Que o diga o Mycroft Holmes, uma vez que passou a refeição a tentar subtrair
certas informações… Entre as suas vítimas contam-se eu e o «perigoso» Xavier
Benigno… O engraçado, é que durante a conversa entre este último e o «subtractor», o assunto dos aviários veio numerosas vezes
à baila!... Porque seria?!... Quanto ao Mota Curto e ao
Satanás, disputavam um excitante «duelo gastronómico», que este último
venceu, não sem uma forte réplica por parte do seu opositor… Dois acontecimentos
marcaram a tarde. Foram eles: o concurso das quadras e uma pequena peça de
teatro. O primeiro, teria como protagonista a Pal, a grande figura da tarde, uma vez que arrecadou o 1.o
prémio com toda a justiça, verdade seja dita (engraçado, pareceu-me ver um
dos jurados gaguejar!...). Quanto à peça, foi um
êxito, uma vez que o humor nela contido, admirou e
divertiu todos os presentes. De parabéns, pois, os rapazes de Celorico, que
contam nas suas fileiras quatro «aventureiros». São eles, os seguintes:
Álvaro Bastos, Inspector Onabla,
Inspector West e Casimiro M. Costa. Pois é, e foi assim que
acabou um Convívio que fez jus ao nome… Entre abraços e conversas, foram-se
despedindo, deixando no ar a satisfação de um dia bem passado… Foi extraordinário!
Parabéns aos organizadores, embora possa haver quem pense o contrário… Mas é uma injustiça… se
é!... In Mundo de Aventuras, nº 227 – 2 de Fevereiro de 1978 QUEM TEM
MASSA VAI AO PORTO… Lembram-se desta canção?
Poucos haverá que tenham visto o filme em «1.a mão», mas muitos o
conhecerão das várias repetições que o TV tem feito. E este título foi de uma
actualidade brutal nas vésperas do dia 29 de
Outubro… É que o raio do dinheiro está mesmo caro e vai daí o pessoal desata
a fazer contas e continhas… E lá foram muitos! E de muitos lados. E de muitas
maneiras…Desde a boleia ao comboio, tudo serviu de meio de transporte à
confraria. E até houve quem fosse de «Mercedes» (ó xentes!)
nesta época de austeridades, pacotes e não sei que mais… Embora haja alguém
que tenho ido de «Mercedes» (é um facto!), felizmente ninguém levou
secretárias de nome sofisticado… (ó «Sete», que isto não saia antes do
Convívio de Torres, por favor!). Eu cá por mim peguei na «bomibai doi anitor»
já conhecida do Convívio de Viseu e lá vou eu a mastigar os milhões de curvas
que me separam do Porto. Porto! Porto! Porto! (ó pá,
desliga o rádio que o futebol é só amanhã!). Eis-me no Puorto
(é assim que se pronuncia em dialecto local, não é,
Jartur?), disposto a passar uma noite de sábado em
casa de uns amigos, a cavaquear um pouco. Trrim, trrim!!!
Era o Jartur. – Ó pá, a malta está toda
junta a comer no não sei quê da praça de não sei quantos… (Escusam de estar a
refilar… Já sei que não é toponimicamente correcto
mas esqueci-me!). Lá vou eu, prometendo a mim
mesmo (e não só…) que vinha cedo. E vim! Ainda faltava muito para nascer o
Sol e já eu estava em casa… E isto porque, depois de um
jantar de mariscos em que nos fartamos de discutir galinhas (vocês lá sabem
porquê!), resolvemos ir todos para casa dos pais do Xerife McCloud numa terra que se chama, se a memória me não
falha, Arcozelo das Maias (ó malta do Porto, acertei esta? Boa! Então – 50
pontos!). (Isso querias tu, amigo Zé… Erraste!!! É
Castelo da Maia!). Foi uma viagem muito difícil por causa de um tremendo
nevoeiro. Com a viatura superlotada, a gente ia paleando, sempre à espera de
ver aparecer a tal terra ou… na, pior das hipóteses… o D. Sebastião. O que me
tranquilizou foi o viajar no tal hiper-super-maxi-carro-«Mercedes», com radar, sonar e etc. Chegámos… Uns para o King,
outros para o bilhar e outros para um jogo muito esquisito que se joga com
umas cartas abertos e outras fechadas ou com elas todas fechados e que eu não
há meio de aprender!... Enfim, foi uma noitada de belo convívio, em que se
destacou um senhor chamado Durandal que, como de costume!. levou a Cornélia para
os Convívios (eu juro que se vocês não perceberem ele percebe…). Regressámos.
Eu bem queria ir com eles, porque me cheirava a paródia, mas o Jartur é que, num rasgo de boa amizade, enfio comigo num rali
nocturno (foi bestial, ó Jartur!
Se andas sempre assim o teu bate-chapas qualquer dia tem um trabalhão!) para
a outra banda, que é como quem diz, para lá da ponte… No outro dia fomos para o
«Tripeiro». Sensacional. Uma sala só para nós, banda desenhada, muita malta
para conviver. Só que o «Sete» andava muito branco, a água das Pedras. Eu
logo vi que tinha razão para não ter ido tão cedo para casa!!! Às 13 horas atacamos. Um
caldinho «berde» e umas tripas à moda do capital do
Norte. Comemos, comemos, bebemos, conversamos, guardamos brindes da «Agência
Portuguesa de Revistas» (3 revistas para cada um), recordações do Porto que a
organização distribuiu, um livro policial do amigo Viróbico
(um dos «puros» que, como eu, levou a banhada na «Volta» por estar convencido
que o 8.o era um problema policial! Só que, infelizmente, está
provado que não era!...). Quem estava presente? Bom, isso, sinceramente, não
me lembro. O que sei é que eram mais que muitos. Vou deixar um espaço em
branco. Pode ser que o «Sete» tenha elementos. Após o café e a conta (que
até foi em «conta», para tão boa refeição e exclusivo de utilização) veio a
parte cultural. Houve um Concurso de Quadras. À boa maneira da Cornélia,
quadras obrigadas a mote… E houve um júri. Faltou foi a João Seixas e foi uma
chatice porque ninguém gaguejou! Os 10 primeiros
classificados foram: Pal, Jota 77, Félix da Picota,
Xavier Benigno, Detective Misterioso e Zé
(empatados, até nisso somos amigos, unidos!), Pima,
Marth, M. Lima e Ubro Hmet. Porque nos foram fornecidas
as pontuações de cada jurado («Sete», Jartur, Inspector XZZXZZ, Viróbico e Inspector Çuíssas) pudemos constatar que as opiniões estavam
divididas, à excepção da quadra que mereceu, de
quase todos, o 1.o lugar. Foi a da Pal e
transcrevo-a com aquele abraço de amizade, respeito e admiração: A justiça e a verdade Só juntas podem andar Para bem da humanidade Não as queiram separar. E já agora, para possam
também fazer a vossa pontuação, aqui ficam as 6 seguintes: A justiça e a verdade São dois conceitos iguais P’ra justiça ser verdade Não pode haver tribunais. JOTA 77 A justiça e a verdade Que não sejam só paleio De palavras, quem não há-de Sentir-se já todo cheio FÉLIX DA PICOTA A justiça e a verdade, Irmãs sempre desavindas, Asas dão à liberdade Quando esquecem que estão
findas. XAVIER BENIGNO Sempre que andem juntas A justiça e a verdade Cumprem a sua missão E fomentam amizades. DETECTIVE MISTERIOSO Amassar o barro em sangue Num grito de liberdade É ter na vida por lema A justiça e a verdade. ZÉ A justiça e a verdade, São tema muito iguais Se num há desleasldade O outro sofre demais. PIMA Houve ainda uma peçazita de
teatro que foi um fim de festa divertido. Os intérpretes foram João Manuel.
Álvaro Bastos, Casimiro M. Costa, Inspector Onabla, António Freitas e António Gonçalves. Todos jovens, deram a tónica do que foi o Convívio do Porto – A festa
da juventude. E pronto! Felicitamos a
organização por este belo fim-de-semana e despedimo-nos com aquele abraço.
Torres é já a seguir e depois…bom… depois!!! O que é
importante é QUE nos encontremos todos os meses! Este é o famigerado júri que classificou
as quadras… Da esquerda para a direita, Inspector
Çuissas, Viróbico,
«Sete», Jartur e Inspector
XZZXZZ. «Sete», Xavier Benigno, António
Guerreiro, Inspector Martelada, António Luís, Nick Bianco e Álvaro Bastos |
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©
DANIEL FALCÃO |
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