Convívio VII Convívio Policiário de Évora Data 27 de Junho de 1982 Publicação XYZ Magazine, nº 27 |
VII Convívio Policiário de Évora [27 de Junho de 1982] AVENTURAS E DESVENTURAS
DA MINHA IDA A ÉVORA Reportagem de M. LIMA Pois
foi, amigos, «EU FUI A ÉVORA». Não tem nada de extraordinário, claro, só que para
isso, tive de perder uma noite inteira na viagem para lá e parte da outra
para cá (Porto). E porquê? Bem, para rever e abraçar «velhos» amigos e
conhecer outros, novos, que ainda não conhecia. Bom!
Vou contar-vos como foi!! * Estive
no Convívio de Almada, que os nossos bons amigos «DETECTIVE MISTERIOSO» e «O
GRÁFICO», organizaram em 30 de Maio último e, entre os presentes, estava o
GODÉVORA e o FARIA, de Évora, e o IVAN ANTONIEV, de Reguengos (perto de
Évora), mas a viver agora em Azambuja, que me falaram no próximo convívio de
Évora, o sétimo, cuja comissão organizadora – FARIA, GODÉVORA (Évora) e LINCE
(Reguengos de Monsaraz) – levava a efeito no dia 27 de Junho, portanto a
menos de um mês depois e que tinham muito gosto que eu fosse, já que nunca ali
tinha ido, sendo o IVAN ANTONIEV quem mais insistiu para eu ir e, como vi
tanta vontade, prometi-lhes que, se o meu patrão me dispensasse na 2.ª-feira
seguinte ao dia do convívio, eu iria, já que não podia chegar a casa às
tantas da madrugada e levantar-me às sete horas para ir trabalhar. Fiz então
o pedido ao patrão, que me dispensou; assim, escrevi ao GODÉVORA para contar
comigo, mas que iria no próprio dia do convívio (domingo), embora gostasse de
ir no sábado, para conhecer um pouco a cidade que não conhecia, mas, por via
disso, não sabia onde ficar se fosse no sábado. Em resposta, o nosso amigo
disse-me que eu ficaria em sua casa e que me iria esperar à estação da C.P.
às 10.15 de sábado, dia 26, hora provável da chegada do comboio. Aceitei
gostosamente o convite e assim... * Passavam
vinte minutos das zero horas de sábado, 26, quando o comboio que me
transportava, partiu da estação de Campanhã (Porto), em direcção
a Lisboa cuja chegada estava prevista para as 6.50 da manhã – onde eu deveria
atravessar o Tejo em direcção ao Barreiro, para aí
apanhar outro comboio – o da linha do Alentejo – que me levaria até à estação
de Casa Branca onde, e ainda, apanharia a automotora perto de Setil, o
revisor me avisou que o mesmo levava já um atraso de meia hora, pelo que não
garantia que eu estivesse a horas no Barreiro até Évora… Só que, quando o
comboio estava e aconselhava-me a sair em Setil e aguardar aí a automotora
que, partindo de Lisboa, ali passaria a caminho de Vendas Novas, onde de
certeza apanharia o «tal do Alentejo»; assim fiz, saindo em Setil às 6.20 e
parti novamente por volta das 7.40 – esperei uma hora e vinte pela automotora
– rumo a Vendas Novas, onde cheguei às nove horas da manhã, cheio de sono,
pois não tinha pregado olho desde a minha saída do Porto. Para azar meu, o
comboio do Alentejo vinha superlotado e tive de viajar de pé numa pequena
plataforma até Casa Branca e aí correr logo para a automotora de Évora, para
assegurar um lugar sentado, pois já viajava há nove horas e tal e estava
muito maçado. Mas aqui, houve mais um problema, pois a referida automotora,
em virtude da muita gente que vinha no comboio do Alentejo, excedeu
largamente o limite máximo de passeiros, pelo que, o maquinista se recusava a
partir, sem que parte dos mesmos saísse (e neste número estava eu incluído)… mas como estava sentado não saí! Saíram só os
que viajavam de pé e a automotora lá acabou por partir com meia hora de
atraso, pelo que só cheguei a Évora às onze menos dez… e assim se completaram
dez horas e meia de viagem, pelo que, uma vez que me levantei às sete horas
de sexta-feira, já iam em 28 as horas sem dormir e iriam chegar às 42 horas,
mais ou menos… Na
estação de Évora, lá estava o GODÉVORA à espera – não estava o FARIA, porque
trabalha aos sábados de manhã – e que de imediato me levou a sua casa,
aproveitando a baleia de um amigo. Aí conheci então a sua família,
constituída por: esposa – excelente senhora, que
muito se preocupou com o meu bem-estar – (descanse minha senhora, eu não
podia sentir-me melhor!), seus filhos, uma menina e um rapaz, o Vítor
(Príncipe das Areias) e ainda sua sogra – simpática anciã, muito viva e
espirituosa – que embora não viva com eles, se encontrava lá devido a ter uma
perna magoada. Curiosamente, esta senhora é também mãe do FARIA, pelo que
este e o GODÉVORA são cunhados – coisa que poucos deveriam saber, eu
incluído. Como
ainda era cedo para o almoço até porque tínhamos de esperar pelo FARIA, que
também ia lá almoçar, fomos (eu, o GODÉVORA e o filho) dar uma volta pela
cidade; visitei os diversos monumentos (são mesmo dignos de serem vistos)
tirei algumas fotos e ainda fomos dar uma volta pela imponente Feira de S.
João. Finda esta primeira parte da visita à cidade, voltámos a casa para
almoçar. Tive a grata surpresa de saber que o mesmo era constituído por
sardinhas assadas com pimentos (um dos meus pratos favoritos) e como tenho um
certo jeito para as assar (cá em minha casa, sou sempre eu quem as assa),
logo me prontifiquei a assá-las, no que fui secundado pelo GODÉVORA e assim nos
fomos entretendo enquanto o FARIA não chegava (o sono que tinha, quase
desapareceu). Findo o
repasto, saímos novamente, já acompanhados pelo FARIA: fomos ver umas
exposições da Força Aérea que estava a comemorar, com a presença do
Presidente da República, o 30.º aniversário do Dia da Força Aérea, assistimos
à exibição de cães militares, e ainda voltámos à Feira de S. João para uma
visita mais demorada; enfim, uma tarde em cheio. Quando o GODÉVORA entendeu que já eram horas,
regressámos a sua casa e então, sim, o sono quase podia mais que eu, mas lá
fui aguentando e depois do jantar ainda consegui ver o programa da televisão,
até que deu o «Dallas»… resistindo aos pedidos do
GODÉVORA e esposa, para que fosse descansar, pois me viam a «torrar café»,
isto é, a cabecear com sono. Quando acabou o «Dallas», já não pude mais,
fui-me deitar e dormi até de manhã como um justo. Esqueci-me de dizer que,
durante o serão, tivemos a companhia do Custódio Portugal, cunhado do FARIA,
pois é casado com outra irmã deste. No dia
seguinte, domingo 27, após o pequeno-almoço, em que tive o prazer de saborear
um bolo que a esposa do GODÉVORA fez, dirigimo-nos os quatro para o café
escolhido para a concentração, onde, pouco depois, se nos juntou a BECAS e o
LIVAU, que já tinham andado à procura das especialidades da terra (doces), e
mais tarde chegaram o SETE, a PAL, o DETECTIVE MISTERIOSO, o DONALD LAM II,
que tinham vindo com o DURANDAL no carro deste. Passado
algum tempo, preparámo-nos para ir almoçar no restaurante «Barraca de Pau»,
que fica a cerca de 3 quilómetros e para onde nos deslocámos nos dois carros
presentes; mas antes disso, o DURANDAL e a PAL queriam também comprar as
especialidades da terra e para isso procurámos uma confeitaria ali perto,
onde, por azar, estavam esgotados esses doces, pelo que se tratou procurar
outra; e, entretanto, a malta dividiu-se – e eu e a PAL andámos à procura dos
restantes e fomos dar com o DURANDAL já dentro de outra pastelaria e onde ele
e a PAL deram cabo do stock… (isto é que eles são
uns gulosos)! Bom, diga-se em abono da verdade, que aquela casa era apenas
uma amostra de confeitaria, tão pequena era… Mais ou
menos à hora prevista, chegámos ao restaurante, onde já nos esperava o
Custódio Portugal e onde cada qual pediu e comeu «o prato» que lhe apeteceu,
dentro dos que havia. Findo o
almoço, os «anti-digestivos» – como lhes chama o
«SETE» – tomaram lugar e que no final deram os seguintes resultados: PROBLEMA POLICIÁRIO 1.º -
DETECTIVE MISTERIOSO: 1 medalha +2 livros; 2.º - BECAS: 2 livros; e 3.º -
PAL: 1 livro. COADOR (espécie de palavras cruzadas) 1.º -
PAL: 1 medalha + 2 livros; 2.º - DURANDAL: 2 livros; e 3.º - SETE DE ESPADAS:
1 livro. TESTE 1.º -
DONALD LAM II: 1 medalha + 2 livros; 2.º - M. LIMA: 2 livros; e 3.º -
DURANDAL:1 livro. COMBINADO 1.º -
DURANDAL: Troféu Cidade de Évora + 2 livros; 2.º - PAL: 1 taça+1 livro; e 3.º
- BECAS: 1 taça. Último
classificado - «SETE DE ESPADAS»: 1 livro. Foram
ainda contemplados com uma oferta regional, como prémios de presença, os
amigos CUSTÓDIO PORTUGAL e «SETE DE ESPADAS»; devo no entanto referir que,
posteriormente, foi-me enviado pelo FARIA (obrigadíssimo, amigo!) e como
prémio para o conviva «de mais longe», um interessante quadro em cortiça com
uma estampa da Sé de Évora. Acabado
o convívio, rumámos novamente para Évora, onde, num café, uns tomaram umas
bebidas e outros (eu incluído) comeram gelados. Aí se fizeram as despedidas,
tendo o DURANDAL regressado com os que havia levado no seu carro, e a BECAS e
o LIVAU regressaram comigo, por gentileza destes amigos, que me deram boleia
até Lisboa, onde tomei o comboio para o Porto, chegando a cada por volta da
uma hora da madrugada… Estiveram
presentes neste sétimo convívio de Évora/82, os seguintes amigos: Godévora, Faria, Príncipe das Areias, Custódio Portugal,
M. Lima, Becas, Livau, Durandal,
Pal, Sete de Espadas, Detective
Misterioso e Donald Lam
II. Foram portanto 12 os convivas, 12 magníficos que mais uma vez não
quiseram perder a oportunidade para «aquele abraço»! Entretanto,
notei a presença de alguns amigos que costumam estar presentes e ainda de
outros: Pires Kid, de Reguengo (ali pertinho) e Rip
Kirby, do Barreiro, que em Almada me garantiram
estar presentes; Ivan Antoniev, que foi quem mais
insistiu para eu ir e, por fim, o Lince, de Reguengos, que sendo um princípio
um dos organizadores, primou pela ausência. Bem,
eles lá sabem porquê. Em
síntese, as venturas que me foram dadas: a alegria que tive em voltar a abraçar
alguns amigos e o grato prazer de conhecer uma simpática família alentejana,
a quem renovo os meus agradecimentos; as desventuras, foram os transtornos da
viagem com tantas horas sem dormir e o facto de não ter, como contava, conhecido novos amigos… Se algo
me escapou, não foi com intenção, mas sim porque a minha memória anda muito
fraca. Até uma
nova oportunidade, abraça-vos o vosso AMIGO M. LIMA (Porto, 19-Dez.-82) Sentados, da esquerda para a direita: Durandal, Detective Misterioso,
Sete, Príncipe das Areias e M. Lima. De
pé: o Faria. Da esquerda para a direita: Livau, Durandal, Donald Lam II, Becas, Pal, Godévora, Príncipe das Areias, Faria, Sete, Detective Misterioso e Custódio Portugal. |
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©
DANIEL FALCÃO |
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