CORREIO POLICIAL Publicação: “Correio do Ribatejo” Coordenação: Domingos Cabral Data: 21 de Outubro de 2011 |
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PROBLEMA POLICIAL O
MISTÉRIO DA PASTA DESAPARECIDA Autor:
M. Constantino Aconteceu em 1947. O caso que vou narrar é verdadeiro, e para que possam ter a certeza, digo-lhes que se passou em Santarém, a 6 de Março daquele ano. Limito-me a trocar os nomes reais dos personagens e tudo o demais é verídico. Carlos Cerqueira, proprietário da firma Cerqueira & Cerqueira, desta cidade, deixou, por esquecimento, no seu escritório, uma pasta contendo 50.000 escudos. Ao chegar a casa, notando a falta, voltou ao escritório. A pasta tinha desaparecido. Interrogado o empregado que ficara ultimando uns serviços, este respondeu: – O seu amigo Aníbal Sousa passou por aqui, há alguns minutos, e levou-a; não… não tive desconfiança ao entregar-lha, pois disse que o senhor o encarregara de a levar, e, demais, eu não sabia o que continha. Posto este acontecimento, Cerqueira procurou o amigo e encontrou-o meia hora mais tarde. Ao ser interrogado, Aníbal não soube esconder o seu espanto e declarou que era impossível a acusação do empregado, tanto mais que saíra de automóvel para Almeirim, donde chegara apenas há minutos. O motorista do carro, indicado por Aníbal, confirmou a afirmação deste. Atrapalhado, não conseguindo levantar o manto do mistério que envolvia a pasta desaparecida, Cerqueira dirigiu-se à Polícia. Diga-se de passagem, homenageando a Polícia, que esta trabalhou afanosamente. Os seguintes dados foram recolhidos: a) Cerqueira saiu do escritório às 17 horas, voltando às 17,20 para procurar a pasta; b) O empregado afirma que Aníbal a levou às 17,15 – reparara bem, pois estava com pressa de sair; c) Aníbal afirma que saiu de Santarém às 16,30, demorara-se pouco em Almeirim e chegara às 17,30; d) O motorista do carro confirma as declarações de Aníbal. Estes dados, e tudo o mais que se disse, foram o suficiente para a Polícia resolver o caso. Diga-nos quem entende ter sido o culpado – e porquê? |
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© DANIEL FALCÃO |