CORREIO POLICIAL

 

Publicação: “Correio do Ribatejo”

Coordenação: Domingos Cabral

 

Data: 2 de Dezembro de 2011

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PROBLEMA POLICIAL

 

O COLAR DESAPARECIDO

Autor: Tony Cooper

 

Numa herdade, como tantas outras isoladas da povoação, vivia um casal de meia idade, na companhia de dois filhos, diferentes um do outro:

Rui Pedro, de 26 anos de idade, regressado há poucos meses da vida militar. Era, como se costuma dizer, um mouro de trabalho; tudo fazia na ajuda a seus pais, quer no amanho das terras, quer na criação dos animais que possuíam.

Vítor Lopes, pelo contrário, com os seus 19 anos de idade, nunca gostou de trabalhar. Nem sequer queria ajudar os pais e o irmão. Várias vezes esteve empregado, mas esteve sempre pouco tempo nesses empregos. Tinha o hábito de jogar à batota e de “praticar” namoricos. Uma altura houve, em que se suspeitou de estar envolvido no roubo praticado numa mercearia da aldeia. Os aldeãos afirmavam ter sido ele, mas nunca se provou nada. Várias vezes “desviara” dinheiro à mãe… Isso era verdade.

Na herdade, além das terras, possuíam porcos, galinhas, vacas leiteiras, ovelhas, dois cães de guarda, uma gata e uma pega… Estes dois últimos animais passavam muito tempo em contínua brincadeira e era um regalo vê-los divertirem-se.

O conjunto das edificações da herdade, compunha-se de curral, palheiro, celeiro, barracão de arrecadações e casas de habitação, tudo isto num só bloco corrido. A única porta da casa de habitação estava quase sempre aberta.

Cada um dos dois irmãos possuía uma bicicleta, género “pasteleira”, de guiador alto, que servia para se deslocaram à aldeia, e recolhiam-nas no barracão das várias arrecadações.

Naquele dia de Abril, prenunciando um Verão que iria ser quente, a mãe dos rapazes foi tratar do gado, pelas 18 horas, e regressou a casa ao fim de cerca de uma hora. Ao entrar em casa, verificou com espanto que tinha o seu cordão de ouro que tinha colocado em cima da cómoda, dentro da concha de nácar, ao regressar da vila.

Apresentado o desaparecimento ao marido, este logo ouviu toda a família para averiguações. Após a mãe contar o que acontecera, o filho Rui Pedro disse:

Eu estive a regar a horta, com água corrida, e as laranjeiras, desde as 17 horas e 50 minutos e só regressei quando o pai me chamou e nada sei sobre o cordão.

Foi a vez de Vítor Lopes declarar:

Eu cheguei a casa há talvez uns dez minutos, encostei a bicicleta à parede, na rua, e ainda não entrara em casa, tenho andado por aí à espera do jantar.

Passada uma busca a todas as dependências, foi, finalmente, encontrado, pelo pai, o cordão num sítio onde menos se esperava… pendurado no guiador da bicicleta de Vítor Lopes!...

Vítor Lopes alegou não ter sido ele, e que deveria ter sido o irmão para o acusar…

Rui Pedro disse que isso era mentira, pois que tinha sido ele, o seu irmão, quem roubara o cordão… visto que já era hábito ele tirar as coisas à mãe, e que o vira em frente da porta de casa, embora não o visse entrar.

Em frente da casa existia um poço com árvores à volta e um tanque e logo em frente destes situava-se a horta.

Depois de os dois irmãos se envolverem à pancada, de a mãe chorar as suas desditas e o pai suspender a briga entre os irmãos… Nós perguntamos, apenas com as personagens do texto, visto os outros estarem longe da casa, nessa altura:

 

Quem acha que retirou o cordão?

 

SOLUÇÃO

 

 

© DANIEL FALCÃO