CORREIO POLICIAL Publicação: “Correio do Ribatejo” Coordenação: Domingos Cabral Data: 5 de Abril de 2012 |
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PROBLEMA POLICIAL EU
VI… Autor:
Marvel “Eu?... Não fui eu, não. Garanto-lhe que não fui eu. Confesso que queria roubar, mas matar… Matar não, não matei. Mas eu vi… eu vi. Foi ele! Eu vi tudo…!” “Vi-os entrar juntos. Eles não me viram – eu estava escondido ao lado de um móvel. Encaminharam-se para uma secretária. Falavam…” “O que morreu pegou nuns papéis que entregou ao outro… Durante alguns minutos ele leu-os. Depois começou a andar para aqui, e andar para ali… Parecia furioso… gesticulava… gritava…” “O que dizia? Não percebi nada, nem o que o outro dizia também. O que estava zangado chegou-se à outra secretária, perto do sítio onde eu estava. Estendeu a mão… Lentamente voltou-se para o outro. Caminhou para ele… Levava uma mão atrás das costas e na mão… na mão segurava… um porta-papéis…” “Depois… aproximou-se do companheiro e… espetou-lhe uma… duas… várias vezes. Depois olhou demoradamente para o corpo. Eu só o via de costas, mas quando ele se voltou, começou a andar para a janela. E então eu vi-o… o luar batia-lhe em cheio… eu vi-o… É este aqui. Foi ele que matou…” "Sim, tive medo… Tive medo que me fizesse o mesmo… A cara dele estava horrivelmente contraída… Encolhi-me mais… esperava a todo o momento que ele me encontrasse e… Estava aterrorizado… Mas ele não me viu… felizmente. E foi-se embora…” “Eu?... Não!!! Palavra que não fui eu… Eu não sou assassino… sou só ladrão… Ele sim… foi ele… eu vi…” Pergunta-se: O depoente terá falado verdade? Porquê? |
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© DANIEL FALCÃO |