Publicação: “A Vida Mundial Ilustrada” Data: 11 de Janeiro de 1945 |
1º
CONCURSO MENSAL PROBLEMA Nº 1 HOUVE UM CRIME NO “DANCING” Autor: R. P. Faltavam
10 minutos para que a bailarina Lucianita entrasse em cena no pequeno acto de
variedades exibido todas as noites no “Pássaro Azul” – o “dancing” das
elegâncias – quando Elvira, a criada, a foi encontrar caída no chão do
camarim, morta. Avisou
imediatamente a polícia. O chefe Correia veio e começou as investigações, no
meio dum segredo absoluto, a pedido do gerente do “dancing”. Ele constatou
que Lucianita fora envenenada. Além disso, tomou os seus apontamentos gerais,
anotando que a janela das traseiras do camarim se achava aberta, que
Lucianita apresentava o vestuário bastante desalinhado e que tinha os lábios
verdadeiramente macerados, mesmo quase arranhados. No camarim não havia
nenhum copo. Tornaram-se
desde logo suspeitos ao chefe Correia três dos mais fervorosos admiradores de
Lucianita: Arnaldo Sílvio, filho de família, rico, jogador e devasso; Aleixo
Cardos, médico bastante conhecido, e João de Freitas, um comerciante de
grandes negócios. A criada, Elvira, pela sua fidelidade ao patrão, estava
livre de qualquer suspeita. Quanto
aos três admiradores de Lucianita nenhum deles se encontrava, nesse momento,
no “dancing”. Mas havia a certeza de que os três tinham ido ao camarim, antes
da descoberta de Elvira. Então,
subtilmente, algum tempo depois, o chefe Correia consegue reuni-los e
interrogá-los, separadamente, sem lhes narrar o que acontecera. Todos
três são claros nas suas afirmações. Arnaldo declara ter estado no camarim de
Lucianita, convidando-a para cear depois do espectáculo; como ela tivesse
aceite, saíra a marcar mesa num restaurante próximo e voltara, depois, ao
“dancing”. Quando saíra, vira Aleixo Cardos fumando no bengaleiro. Aleixo
Cardos, por sua vez, informa que, de facto, estivera fumando no bengaleiro.
De seguida, depois de ver Arnaldo, dirigira-se ao camarim de Lucianita.
Encontrou a porta fechada, bateu e, como não obtivesse resposta alguma, saiu
para comprar umas coisas. Demorara-se um bocado e só à volta é que soubera do
crime. Finalmente,
João de Freitas confessou ter estado no camarim de Lucianita mas que ela o
mandara embora para se poder vestir à vontade. Aborrecido, retirara-se, mas
passado tempo acabara por voltar ao “dancing” para falar de novo com ela.
Fora então que encontrara o chefe Correia. QUESTIONÁRIO: 1º – Quantos fizeram declarações falsas? Porquê? 2º – Quem foi o assassino? Qual a prova principal
de acusação? 3º – Qual o papel de Elvira no meio do caso? 4º – Como pensa que se tenha dado o crime? |
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©
DANIEL FALCÃO |
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