Publicação: “A Vida Mundial Ilustrada” Data: 25 de Janeiro de 1945 |
1º
CONCURSO MENSAL PROBLEMA Nº 3 ENVENENADO! Autor: Leiria Dias Da casa do
industrial Ferreira Pimentel telefonam ao inspector
Duarte comunicando que aquele aparecer morto em condições misteriosas,
aparentemente inexplicáveis. O inspector Duarte dirige-se logo para casa do industrial e
sabe que ele era um velho celibatário, vivendo apenas com um criado. Visitas
não recebia, a não ser, por vezes, a dum irmão bastardo, não muito da sua
simpatia, e bem pouco assíduo em casa. Na
saleta, anexa ao escritório, o inspector vê o
cadáver do industrial tombado para trás, num “maple”.
Numa mesinha próxima, junto do “maple”, está um copo
meio de água, uma folha de papel de carta, já escrita, e uma caneta de tinta
permanente. O inspector toma os seus apontamentos, num esboço rápido e
sumário. 1.
Sofá; 2. e 3. Maples; 4. Maple
com o cadáver 5. Mesinha com... 6.
Copo meio de água; 7. Folha de papel de carta escrita; 8.Caneta de tinta permanente; 9. Grande janela com
cortinados. Depois, logo
que sabe pelo relatório médico-legal que o industrial morrera envenenado com
arsénio, embora ingerido em pequena dose, e que na água do copo não fora
encontrado o menor vestígio do veneno – ele resolve interrogar severamente o
criado. O
criado, tímido e atarantado pelas perguntas do inspector,
acaba por confessar o seguinte: A certa
altura o patrão chamara-o e pedira-lhe um copo com água. Quando voltou, pôs o
copo em cima da mesinha, a perguntou ao patrão se desejava mais alguma coisa.
Então o industrial entregara-lhe uma carta e dissera-lhe para deitar essa
carta no correio. – E a
quem era dirigida a carta? – perguntou o inspector Duarte. O criado
atrapalhou-se de novo. – Não
sei... bem vê... não li com
atenção... Vi apenas que ia endereçada para o Porto. E nada
mais disse de interesse. Sozinho, o inspector ficou
a reflectir. Estaria em presença dum suicídio ou
duma morte provocada? Andou uns passos. Por fim parou junto da mesinha. No
copo, que já mandara analisar, havia as impressões digitais do patrão e do
criado. O inspector leu de novo a folha de papel
escrita. Dizia: «Meu
caro: – Encontrei aqui no Porto o livro de que precisas. Custa, no entanto, a
exorbitância de 5.000$00, pelo que não sei se queres que o compre. Manda-me
as tuas ordens para o endereço do sobrescrito que, junto, poderás utilizar.
Teu irmão – A. Pimentel» O inspector Duarte pousou a carta. E os seus olhos
começaram a brilhar. Então mandou chamar o velho criado. – Sei
tudo! – afirmou o inspector.
– Descobri todo o mistério do caso... QUESTIONÁRIO: 1º –
Foram verdadeiras ou falsas as afirmações do criado? Porquê? 2º –
Ferreira Pimentel suicidou-se ou foi vítima de morte provocada? 3º –
Como e porque descobriu o inspector o mistério da
morte do industrial? 4º –
Como pensa que tenha acontecido o caso? |
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© DANIEL FALCÃO |
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