Publicação: “A Vida Mundial Ilustrada” Data: |
2º
CONCURSO MENSAL SOLUÇÃO DO PROBLEMA Nº 2 O CASO DE ESTRELA JACINTO Autor: Inspector Manardo 1º –
Falaram verdade o porteiro e Gilberto. Mentiram João Jacinto e Guilherme, o
criado. João
Jacinto mentiu no que respeita a horas e Guilherme quis fazer crer que às
duas horas de entrada, Estrela Jacinto ainda existia. 2º –
Estrela Jacinto foi assassinada pelo seu próprio marido, na altura em que
estava a mudar de vestido. João Jacinto torturado pelo ciúme engenhara um
plano maquiavélico: entrou no quarto da mulher dizendo que lhe ia oferecer um
lindo colar. Depois, na altura em que colocou o colar no pescoço de Estrela,
aproveitou a oportunidade e apertou, apertou até a estrangular. Assim acabava
com a tragédia do ciúme que quase o enlouquecia, pois estava ao corrente das
relações amorosas de Estrela com Gilberto. 3º – Houve
um cúmplice: foi o criado Guilherme. João Jacinto combinara com ele dizer que
fora entregar o colar e o bilhete às duas horas. Esqueceram-se porém que o
relógio partido marcava precisamente a hora do crime... e
que essa hora fora portanto, ao meio-dia a trinta minutos. 4º –
Carlos Nilo poderia raciocinar assim: segundo as informações do porteiro,
Estrela subira apressadamente as escadas, perto do meio-dia. Pouco depois
apareceu Gilberto, o homem por quem ela se apaixonara, no decurso duma bela
camaradagem desportiva. Tomaram um aperitivo, aí por volta do meio-dia e
quinze. Temerosa de que João Jacinto descobrisse Gilberto, Estrela insistiu
para que ele se fosse embora, tanto mais que se tratava do dia de anos dela.
Na precipitação, da saída, Gilberto quebrara ao relógio ao sair. Logo
depois, João Jacinto entrara no quarto. Estrela mudava de vestido. Ele
estrangulou-a com o colar, o colar que era a prenda de anos. Ela ainda lutou
desesperadamente (o relógio de Estrela durante a luta) mas nada conseguiu. Premeditadamente,
ele abriu o calorífero, para espalhar a confusão quanto à hora da morte. Mas os
pormenores – o relógio partido e parado nas 12,30 e as declarações falsas do
criado – deitaram afinal tudo a perder. Aliás não era natural que o marido
utilizasse um criado para oferecer prendas de anos à esposa. Ingenuidade dos
ciumentos... |
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DANIEL FALCÃO |
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