CLUBE  DE  DETECTIVES

 

TORNEIO “OS SETE MAGNÍFICOS”

Prova nº 3

 

 

ATRAVÉS DA RÁDIO

Autor: Benedictus

 

Estou aborrecido! E, quando o estou, só o meu aparelho de ondas curtas me faz esquecer este aborrecimento que, afinal, não paga dívidas…

Vou ser transportado em maravilhosa viagem através do éter e… aterro na América – Chicago, de onde vou ouvir um rádio-enigma policial:

– Atenção, radiouvintes! Atenção ao Departamento de Polícia, de onde difundiremos os depoimentos dos principais suspeitos implicados na morte do célebre milionário Robert Sayt, ocorrida há cerca de uma hora, em circunstâncias misteriosas. Atenção!

Secretária – Afinal, que sei eu? Nada, infelizmente, caros senhores. Quando ouvi barulho (eu fico por cima do escritório), desci e vi Robert – morto! Triste realidade! É tudo o que sei. Oh! O destino foi tão cruel…

Noiva – Meu amor, meu Robert! Tão cedo partiu e tão ingloriamente… Fatalidade! Deve ser obra daquela mulher – da secretária! Meu Deus! Ontem estava tão alegre, em minha casa…

Sir William Nopal – O que eu sei é de extrema inutilidade; ou, por outra, de extrema utilidade para o criminoso. Sim, houve crime. Robert era por de mais cobarde para se suicidar. De positivo, apenas sei que está morto e que, ontem, cerca da meia-noite, saiu de minha casa, bem disposto.

Neppey (um antigo “parasita” da vítima) – Na pretérita noite, acompanhei-o a casa de Sir Nopal, que o malogrado Sayt, generosamente, me apresentou. Mal reparei no novo amigo. Reparei, sim, na sua gentil filha; mas, infelizmente, ela estava noiva de Robert. Há pouco mais ou menos uma hora, logo à hora do crime, fui visitar Sayt e vi, quando distava ainda um pouco mais de 100 metros da casa deste, sair, furtivamente, Sir Nopal, por uma janela. Não sei o que foi lá fazer. Isso é com ele, ok?

Mas… agora me lembro que são 11 horas e ainda estou em jejum. Perdão, vou fechar a telefonia! Mas, por favor, digam-me:

 

– Quem matou Robert?

Façam favor de expor os vossos raciocínios!

 

{ publicado na secção “Mundo dos passatempos” do jornal “O Almeirinense” em 1 de Dezembro de 2006 }

 

SOLUÇÃO

 

 

© DANIEL FALCÃO, 2006