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CLUBE DE DETECTIVES |
TORNEIO “OS
SETE MAGNÍFICOS” Prova nº 6 |
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UM CRIME MISTERIOSO Autor:
M. F. Correia Abril de 1933. Segundo dia do mês… Os campos achavam-se cobertos de verdura. As árvores cobriam-se de flores. A Primavera sorria… O detective Rodriguez, da polícia espanhola, partia para uma sossegada aldeia, afastada algumas dezenas de quilómetros de Madrid, para onde ia descansar dos seus múltiplos afazeres. Treze dias depois, quando voltou à capital espanhola, chamado, urgentemente, pelo seu chefe, encontrou os colegas embaraçados com um crime perpetrado na véspera: um riquíssimo banqueiro tinha sido assassinado no seu gabinete de trabalho, com um tiro no coração. O móbil do crime deveria ter sido o dinheiro, porque o cofre se encontrara aberto e vazio. O chefe tinha-o chamado, porque sabia ser ele o melhor detective do grupo e o homem capaz de deslindar aquele misterioso assassínio, sem muitas delongas e também sem menosprezo para com os restantes. Por isso Rodriguez se dirigiu para o palacete do banqueiro, onde examinou, pormenorizadamente, o local do crime. Como nada mais aí encontrasse de anormal para a solução do imbróglio, resolveu interrogar os que viviam com o banqueiro: um sobrinho, um primo, um mordomo e uma cozinheira. O primeiro do grupo a depor, o sobrinho, disse: “À hora a que se deve ter dado o crime, estava com uns amigos, no clube. Só quando cheguei para almoçar é que soube do sucedido. Lamento, mas nada mais posso esclarecer.” O segundo depoente, o primo da vítima, e que vivia, como o sobrinho, à custa daquela, disse: “Estava ainda deitado, quando me pareceu ouvir um tiro; mas, como não tinha a certeza, não fiz caso. Só passado algum tempo, o mordomo, trémulo e muito pálido, me informou do sucedido.” O mordomo falou, por sua vez: “Estava a limpar o pó de uns
móveis no salão, quando ouvi um tiro, vindo do gabinete de trabalho. Fui o
mais depressa possível e encontrei o meu amo recostado no cadeirão, com a
camisa cheia de sangue; a seguir, verifiquei que estava morto. Fui, depois,
ao quarto do sr. José (o primo) e contei-lhe o acontecido. Telefonámos ao
médico e à polícia. Mais nada sei explicar.” Por fim, a cozinheira, de meia-idade, muito mais nova do que o mordomo, rosto enérgico mas belo, continha, a custo, as lágrimas, contando, com voz entrecortada pela emoção, o seguinte: “Só quando voltei dos ‘Grandes Armazéns’ soube da desgraça. Pobre patrão! Ainda ontem, de manhã, me mandou, todo contente, ao Banco, entregar um convite para o seu irmão não se esquecer do jantar do próximo aniversário. Por sinal, como não estava, nem entreguei o convite. Está lá dentro.” Rodriguez, que, antes, se mostrava aborrecido, começou a ficar de melhor cariz. E, depois de acabar o seu trabalho, já quase sorria! É que ele tinha uma ideia, quase certeza, porquanto… Bem… Os dados estão todos ali. Leiam outra vez; e mais outra, se necessário. Busquem, porque o tempo é o grande mestre! Respondam às perguntas: 1 – Houve crime? Se sim, quem foi o criminoso? 2 – Por que pensa assim? { publicado na secção “Mundo dos passatempos” do jornal “O Almeirinense” em 1 de Fevereiro de 2007 } |
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© DANIEL FALCÃO, 2007 |
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