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CLUBE DE DETECTIVES |
MUNDO DOS
PASSATEMPOS |
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O CASO DO MÚSICO Autor:
Jartur Mamede Marcos
pisou o pedal e, com
uma breve travagem, o “Ford” foi imobilizar-se
junto à porta do hotel, onde o gerente aguardava a sua chegada. Enquanto se
dirigiam para o quarto do morto, Marcos foi informado do seguinte: a) O homem que
pusera termo à existência chamava-se Galvão e estava hospedado ali havia
perto de oito meses; b) Era a principal
figura de uma orquestra famosa, sendo também no mundo o único trompetista
canhoto; c) Não só para
tocar, como para qualquer outro serviço, o Galvão utilizava sempre a mão
esquerda; d) O criado ia
chamá-lo ao quarto todas as noites, cerca das 10, hora a que ele devia ir
para o clube onde a sua orquestra se exibia há já bastante tempo. A porta do ascensor
abriu-se e Marcos, saiu na companhia do gerente do “Ritz”,
dirigindo-se logo para o quarto que lhe foi indicado por aquele.
Imobilizaram-se junto da entrada, no meio da criadagem e hóspedes (que,
curiosamente, espreitavam o interior do aposento) e entraram, precedendo o
criado que descobrira o corpo. O olhar perspicaz de
Marcos vagueou pelo compartimento, fixando-se na vasta secretária, sobre o
tampo da qual estava tombado o corpo. A mão direita do homem estava crispada
num dos lados do pequeno cofre, vazio, e a outra segurava uma automática, à
qual faltava um projéctil. O corpo apresentava,
na manga esquerda, junto dos botões de punho, um pequeno orifício que Marcos
verificou ter sido feito por bala. Marcos
ergueu o corpo e viu,
no peito e no mata-borrão que cobria a mesa, uma mancha de sangue já coagulado,
que alastrara. Nos bolsos, o
detective encontrou vários documentos, que facilitaram uma rápida
identificação; e também a licença de porte de arma (aquela que se supunha ter
utilizado). Interrogado o
criado, o investigador soube que, às dez horas, como habitualmente, aquele
tinha ido chamar o hóspede músico. Não obtendo resposta, resolveu entrar,
tendo, então, deparado com o triste cenário. Horrorizado, correra
a chamar o gerente, que imediatamente pedira a comparência das autoridades. Quando Marcos
perguntou ao criado se não teria entrado no quarto alguém que tivesse
interesse na morte do homem, ele respondeu ser isso impossível, dado que se
mantivera sempre no corredor a ler o jornal, após lhe ter servido o jantar. Marcos algemou um
dos presentes, dizendo-lhe: – Meu caro: o crime
jamais compensará quem o pratica! Creia! Pergunta-se: Em que
se baseou Marcos para deter um dos homens? E qual foi? { publicado na secção “Mundo dos passatempos” do jornal “O Almeirinense” em 1 de Julho de 2008 } |
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© DANIEL FALCÃO, 2008 |
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