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TORNEIO “QUEM É? QUEM É?” Prova nº 6 Os primos Frederic
Dannay (de seu verdadeiro nome Daniel Nathan) e Manfred B. Lee (Manford
Lepofsky), ambos nascidos em 1905, leitores ávidos
das histórias de Sherlock Holmes, escreveram em
dupla o seu primeiro romance, em 1929. Dannay e Lee, experientes publicistas, usaram como pseudónimo
da dupla o nome também escolhido para o protagonista das suas obras, ele
próprio escritor de romances policiais, formado em Harvard, dono de uma
genialidade tão grandiosa quanto a sua arrogância. No romance inicial foi estabelecida a
fórmula básica das aventuras seguintes do protagonista, dotando-o de um
grande poder de observação e dedução, um misto de Sherlock Holmes e Dr. Watson, de Arthur Conan
Doyle. E assim como Holmes
precisava de Watson, ele precisava do pai e de um assistente irascível. Outros condimentos da escrita dos primos
são um crime incomum, uma série complexa de pistas e aquilo que viria a
tornar-se a parte mais famosa dos seus romances: um desafio ao leitor, numa
página próxima do fim do livro e quando este já possuía todas as pistas do
respetivo caso, de forma a que tentasse resolvesse o
mistério antes da leitura do final da obra. Herói de mais de trinta romances,
numerosas novelas, peças radiofónicas, filmes e séries de televisão, o
protagonista deixou também a sua marca na história da literatura policial
pela criação, em 1941, de uma famosa revista policial que ainda hoje se
mantém em atividade. Quem é ele, quem é? Solução Quando uma revista da época (1929) tomou
a iniciativa de realizar um concurso para primeiras obras de autores de
literatura do género policial, os primos Frederic Dannay (de seu verdadeiro nome Daniel Nathan)
e Manfred B. Lee (Manford Lepofsky),
decidiram concorrer com um heterónimo coletivo igual ao nome da personagem
que haviam criado. Mas apesar de terem vencido o concurso, o romance acabaria
por não ser publicado por aquela revista, uma vez que esta foi vendida e os
seus novos profissionais não respeitaram os compromissos formalmente
assumidos com os concorrentes. Dannay e Lee optaram
então por enviar o original a diversos editores, resultando daí a publicação
da primeira aventura (“O Mistério do Chapéu Romano”) do detetive criado pela
dupla de primos escritores, também ele próprio escritor de livros policiais. A personagem criada era detentora de uma
fortuna considerável, dedicando-se à pesquisa policial simplesmente por
considerar a resolução de crimes uma atividade intelectualmente estimulante.
Apesar da sua atitude arrogante e presunçosa, retratada nos romances
iniciais, vai-se tornando aos poucos mais humano e várias vezes chega a ser
emocionalmente afetado pelas pessoas com se cruza nos seus casos. No entanto,
nas últimas obras, torna-se uma pessoa quase sem personalidade, cujo papel é
meramente o de solucionar os mistérios apresentados. As suas aventuras foram levadas ao
cinema, rádio e televisão, tendo os primos Dannay e
Lee recebido em 1961 o Prémio Grande Mestre por realizações no campo da
história do Mistério pelos escritores de Mistério dos Estados Unidos da
América, facto a que não será também estranha a criação, em 1941, de uma
revista que publicou o que havia de melhor em ficção policial na época, ainda
hoje considerada como uma das melhores do género durante o século XX. Revista
(Mystery Magazine) essa que ostentava o nome do
detetive e da dupla que o criou… Ellery Queen! |
©
DANIEL FALCÃO |
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