CLUBE  DE  DETECTIVES

 

SUPERTORNEIO POLICIÁRIO 1995

Prova nº 7

 

 

Solução de:

 

O CISNE E A ÁGUIA

Autor: O Falcão

 

O assassino foi o assistente Hilário de Poitiers.

1. Pela conversa ao telefone, vemos que o professor trata o Tadeu por “tu” (“Como estás?”; “Vem para cá!”; “Aparece no fim da aula.”), enquanto que o Hilário é tratado por “você” (“Como vai?”; “Pode cá estar?”). Como podemos ver em: “Entre, entre. Chegou cedo”, o professor tratou o visitante/assassino por “você”.

2. O Tadeu conhece o local onde o professor costumava guardar os documentos mais importantes, mas o assassino não (revolveu todo o gabinete, excepto a parte superior da estante).

3. O professor, para aceder ao cimo da estante, precisou de subir para cima da cadeira; o Tadeu também precisou de usar a cadeira para chegar ao cimo e, mesmo assim, encontrou a capa com o trabalho tacteando; o assassino apenas precisou de erguer o braço para chegar ao cimo da estante. Se os ordenarmos por ordem crescente de altura, teremos: Tadeu, Raul, Hilário (sendo o Hilário bastante mais alto que os outros dois).

3.1. O Daniel Falcão chama a atenção para este pormenor, quando pede ao inspector Sousa para olhar em frente, ou seja, para a parede onde se encontra a fotografia com os três “amigos”, na qual se nota a diferença de alturas.

4. O Daniel Falcão pegou num dos volumes que se encontrava no chão – Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, 6ª edição –, abriu-o nas páginas coloridas – Palavras e Locuções Estrangeiras – e encontrou:

“Te Deum (loc. lat.), a Ti. Deus. Primeiras palavras de um hino em honra de Deus, atribuído a Sto. Hilário de Poitiers”; e chegou ao nome do assassino.

4.1. O professor escrever a mensagem “Te Deum” em lugar de indicar claramente o nome do Hilário, precisamente para garantir que, caso o Hilário viesse a descobrir a mensagem, não a interpretasse e consequentemente não a destruísse.

5. No corta-papel, poderão ser encontradas as impressões digitais do assassino, mas também as do Tadeu e do professor, logo não servem para nada.

E assim, com os elementos recolhidos pela dupla inspector Sousa e Daniel Falcão e pelos leitores, se conseguiu resolver o caso.

 

{ publicado na secção “Policiário” do jornal “Público” de 22 de Outubro de 1995 }

 

 

© DANIEL FALCÃO, 2005