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CLUBE DE DETECTIVES |
TORNEIO RÁPIDAS
POLICIÁRIAS 1993 Prova nº 3
– Problema nº 2 |
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O INSPECTOR FIDALGO NA PRAIA Autor:
Insp. Fidalgo
Decorria
o ano de 1990, o Verão espreitava no calendário e em Lisboa festejava-se o dia
da cidade, com romarias, arcos e balões, desfiles e sardinha assada. Quem
não entrava nesses festejos aproveitava o dia ensolarado para um salto à
praia, nos areais ainda mais ou menos limpos da Costa da Caparica. Era o que
acontecia com o inspector Fidalgo, pouco dado a folguedos,
ainda que não desprezasse, de quando em vez, uma boa farra ou petisco bem
regado… Depois
de um bom mergulho e alguns minutos de natação, a sua atenção foi atraída por
uma violenta discussão em pleno areal, entre um cabo-de-mar
e um vendedor de bebidas, gelados e afins. Saído
da água, o seu espírito científico, curioso, impeliu-o para o centro das
atenções, tendo oportunidade de ouvir: Cabo:
“Eu já lhe disse que não admito que venda neste local. Para isso tem de ter
uma licença especial concedida pela Capitania, porque tudo quanto é areal
pertence à Capitania regular e fiscalizar. Mais nada!” Vendedor:
“Mas eu tenho licença! Tirei-a na semana passada, como pode ver. Olhe
aqui!... Claro que não é passada pela Capitania, mas pode ver que não um
bandido nem um clandestino…” Cabo:
“Essa licença está passada pela Câmara Municipal… Tudo bem com eles, mas eu
tenho ordens de só deixar vender quem estiver autorizado pela Capitania. Se
está bem ou não, isso não sei dizer…” Vendedor:
“Ora abóbora! Vai um gajo à Câmara, gasta dinheiro para comprar este papel
selado, paga emolumentos e taxas e mais eu sei lá o quê, para eles aqui
porem, preto, pretinho, que eu, fulano de tal, estou autorizado a vender no
areal da Caparica… Vejam, vejam bem… – e exibia uma folha de papel selado,
autenticada pela Câmara Municipal, datada de 6 de Junho, que lhe dava
autorização para vender no areal, sem limitações, os produtos que ele estava
vendendo. – Como é que é? Ó sr. Cabo, eu não sou
nenhum meliante, tento trabalhar honradamente e o senhor está a dar-me cabo
da vida. Por favor, prometo que amanhã mesmo vou à Capitania pedir mais essa
autorização… Prometo…” Cabo:
(perante as manifestações hostis dos presentes, que iam gritando que ele
estava a impedir o pobre homem de vender honradamente e que se calhar queria
era que o desgraçado fosse roubar…) “Está bem, está bem, mas eu estou de olho
em si… Se o volto a ver aqui sem estar autorizado, garanto que não fica
assim… Por esta passa, mas tem de agradecer a estas pessoas, que senão…” O
inspector esperou que todos fossem dispersando e dirigiu-se ao cabo-do-mar: “Sr. Cabo, não sei se é mesmo obrigatória
essa licença ou se estava só a ameaçar o homem, mas acho que fez mal em
deixá-lo ir embora assim, sem mais nem menos, porque…” A – O documento que o
homem mostrou era falso. B – O documento podia
ser verdadeiro, mas não poderia ter aquela data. C – O documento tinha
de ser falso e não podia ter aquela data. D – O documento podia
ser verdadeiro, mas o homem não pediu a identificação do homem, pelo que
podia ser de outra pessoa. { publicado na secção “Policiário” do jornal “Público” de 20 de Junho de 1993 } |
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© DANIEL FALCÃO, 2005 |
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