| 
 SETE DE
  ESPADAS (1.Fevereiro.1921 – 10.Dezembro.2008) | ALOCUÇÃO FEITA NO ALMOÇO MENSAL DA TERTÚLIA POLICIÁRIA DA
  LIBERDADE  28 DE MARÇO DE 2007 Proferida por LP / INSPECTOR FIDALGO Sete de
  Espadas, Meus
  caros amigos: Esta
  intervenção é feita a meu pedido expresso. O mês de
  Março é fundamental no Policiário e, consequentemente na vida de todos os que
  por estas coisas se interessam. Foi em
  Março de 1948 que começou o Policiário no Camarada, foi em Março de 1975 que
  reapareceu o mesmo Policiário no Mundo de Aventuras. Em
  ambos, uma figura comum: Sete de Espadas. Se há
  Policiário em Portugal, ainda hoje, a este homem o devemos. E toda esta
  intervenção se poderia reduzir a uma palavra: Obrigado! Mas… há
  sempre um “mas” em tudo, a faceta mais brilhante do Sete de Espadas não se
  revela no modo como soube orientar os seus espaços – e digo-o hoje como
  sempre fiz ao assumir a contestação ao modelo por ele seguido no Mundo de
  Aventuras-, mas sim na enorme capacidade de convívio que sempre soube desenvolver. Curiosamente,
  num momento em que temos Policiário ininterruptamente há mais de 32 anos, com
  um número de participantes em crescendo, é no convívio que está, claramente,
  o nosso elo mais fraco. Falta-nos
  a capacidade de comunicação do Sete, que em revistas juvenis e à boleia das
  histórias aos quadradinhos – nem me falem em banda desenhada que fico logo
  com pele de galinha! -, rapidamente trucidava, em
  termos de popularidade os desenhos dos artistas, ao ponto de toda a miudagem
  estar de plantão à porta das papelarias no dia de saída das revistas, para as
  folhear em busca do Policiário e do Sete de Espadas. Daí até
  à organização de Convívios Policiários, foi um pequeno salto, mas era
  extraordinário verificar o que acontecia nos locais onde o Sete aparecia, com
  toda a gente a rodear aquele homem de barbas brancas, autêntico “avôzinho” para a malta nova. Cheguei
  ao Policiário já com mais de vinte anos, mas depois de ler muitas das secções
  do Sete, sobretudo no Camarada e no Cavaleiro Andante – porque também eu aqui
  cheguei pelos quadradinhos -, mas recordo o entusiasmo de miúdos de 9, 10, 11
  anos a correrem para o Sete como talvez não corressem para o próprio avô. O
  Policiário hoje é outro. Cresceu, tornou-se mais maduro, perdeu a
  irreverência da miudagem que enchia a galeria do Palladium
  aos sábados à tarde. Não terá melhorado, nem piorado, tornou-se diferente!
  Este Policiário que hoje temos é, claramente, o herdeiro daquele que nos foi
  inculcado por esta figura ímpar do Policiário. Bem-Haja,
  Sete de Espadas!  | 
| ©
  DANIEL FALCÃO |  |