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I TORNEIO
“O LIDADOR… das CINZENTAS” Prova nº 3 |
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Solução de: CRIME SEM CASTIGO… HÁ 2000 ANOS! Autor:
Dic Roland Os conhecimentos relativos a serpentes, adquiridos pelo
investigador num dos mais importantes estabeleci-mentos
de Ofidiologia do mundo – o Instituto Butantan, de São Paulo (Brasil) – permitiram-lhe
identificar imediata-mente a cobra A. Halys (género Ancistrodon).
Esta serpente, porém, não existe em África. Trata-se de uma espécie muito
venenosa, cujo habitat se situa a
norte da Ásia, embora se estenda também nas regiões europeias limítrofes, a
noroeste do Mar Negro e do Mar Cáspio. (a) Terminada a investigação relativa às pessoas que contactavam com a rainha (excluindo, naturalmente, as duas escravas mortas), o investigador verificou que apenas uma teve oportunidade de conseguir dispor da A. Halys encontrada na arrecadação: o oficial romano Dércetas. Só ele poderia ter trazido a serpente, fácil de encontrar na Dácia e nas costas do Mar Negro. E qual o móbil do crime? Lembremo-nos que Dércetas era um grande amigo de Marco António, e não perdoou a Cleópatra a traição de o ter abandonado em Áccio, durante a batalha que terminou com a derrota do seu chefe. Premeditou a vingança e aproveitou a viagem para trazer o animal. Conhecedor dos hábitos do palácio, agiu com a necessária discrição e rapidez, porventura com o auxílio de um dos seus soldados. As escravas sofreram a mesma sorte, para que não houvesse testemunhas do crime. A serpente foi depois morta e escondida na arreca-dação, para ser mais tarde retirada e destruída. A rápida intervenção de Octávio, ao chamar o investi-gador, impediu Dércetas de concluir o seu trabalho. Em tempo: Foi pena que o Confrade M. Constantino não tivesse tido conhecimento desta operação policiária. Em minha modesta opinião, trata-se de uma lacuna grave no seu excelente trabalho sobre a História da Narrativa Policial – Vol. I – Da Bruma dos Tempos a Sherlock Holmes. Paciência… (a)
Vide “Os Segredos da Natureza – Anfíbios e Répteis” (Edição de Ediclube), p.177: “A
«mocassin» Ancistrodon Halys vive na Ásia mas a sua área de distribuição
entende-se até ao oeste da foz do Volga, pelo que
pode considerar-se igualmente europeia…” { publicado no boletim “O LIDADOR… das CINZENTAS” nº 14 de Abril de 2005 } |
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© DANIEL FALCÃO, 2005 |
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