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(21.Abril.1925 – 30.Novembro.2019) |
CALEIDOSCÓPIO 24 EFEMÉRIDES
– Dia 24 de Janeiro René Guillot (1900-1969) –
Nasce em Courcoury, na região de Poitou-Charentes em França. É um escritor famoso pelos livros de
aventuras para jovens, muito popular entre nós nas décadas de 60 e 70. No
policiário é considerado um escritor de nível secundário pela escassez de
produção neste campo. O livro mais conhecido é Les Équipages de Peter Hill (1946), distinguido
com Le Prix du Roman d'Aventures, um
prémio literário que distingue anualmente um romance policial francês ou
estrangeiro. Les Équipages de Peter
Hill foi editado em Portugal em 1948 pela Livraria Clássica Editora, na Colecção Os Melhores Romances Policiais com o nº 72, A Tripulação de Peter Hill. UM
TEMA – CRIMINOLOGIA: O INDIVÍDUO (identificação), O FUGITIVO e O DESAPARECIDO A
identificação correcta de um indivíduo é de capital
importância, quer por simples actos civis, quer no
domínio da criminologia – muito particularmente nesta. No passado
marcavam-se os criminosos até à mutilação, de forma brutal com um ferro
ardente em várias partes do corpo e em diferentes países: na Rússia, França e
Alemanha (1800), na China até 1905... Muito antes,
na época de Ptolomeos no Egipto e no Império
Romano, o sistema de identificação dos delinquentes usado era
surpreendentemente semelhante ao futuro retrato falado. Na Época
Medieval e até ao meio do séc. XIX as descrições não abonavam garantia e
frequentemente davam lugar a confusões. Cerca de 1840,
o belga Quetelet (1796-1874) afirmou que não há no
mundo dois seres humanos exactamente do mesmo
tamanho. Baseado nesta tese e nos conhecimentos de antropologia, Alphonse Bertillon (1853-1914)
idealizou um método de identificação a que chamou antropometria, fundando o Service de l'Identité Judiciaire datado de 15 de Fevereiro de 1889.
Acrescentou-se a fotografia em duas posições e depois em três, frente e
perfis. A introdução
da fotografia e posteriormente a descoberta da dactiloscopia, foram os avanços mais espectaculares
nos processos de identificação. Já se sabia que os babilónicos para se
protegerem das falsificações marcavam uma impressão digital quando escreviam
documentos importantes. O anatomista Malpighi
(1628-1694) tinha descoberto as linhas papilares e Jan Evangelista Purkinje (1787–1869) identificou
diferentes padrões, no entanto sem pensar na identificação. O assunto passou
por Georg Meissner (1829-1905), William Herschel (1833-1917), Henry Faulds
(1843-1930) até Bertillon que, entusiasmado com o
seu sistema antropológico, não aceitou de imediato a dactiloscopia, até que
Galton (1822-1911) e Juan Vucetich (1858-1925)
apuraram o sistema que chegou a todas as polícias. A dactiloscopia dá-nos aspectos
surpreendentes. O mais importante é que não há duas impressões digitais
idênticas. A Natureza nunca as reproduz exactamente;
se encontramos duas que parecem iguais à vista, o exame microscópio revela
logo a diferença; entre pais, filhos e irmãos, mesmo gémeos, conserva-se a
diferença. Não se podem alterar, mesmo as cicatrizes não são obstáculo à sua
leitura. Mesmo a cirurgia plástica é inútil, as linhas papilares só desaparecem
após a morte com a decomposição do corpo. São fáceis de obter através dos
arquivos de identificação. Na recolha basta papel e tinta, ou o uso de
equipamento mais sofisticado, incluindo máquinas fotográficas digitais ou
utilização de raios ultravioletas para a pesquisa in loco. A comparação
faz-se hoje em tempo verdadeiramente curto. Esta tarefa incube aos
laboratórios da Polícia Científica que, com meio século de atraso em relação
às polícias europeias, acabou por ser estabelecido pelo Dec. Lei nº41036, de
2 de Outubro de 1957. Actualmente o Gabinete de
Identificação e Pesquisa da Polícia Judiciária mantém uma actividade
constante neste campo. Não interessa apenas a impressão digital ou a palmar,
mas tão somente uma particularidade destas. A lofoscopia interessa-se pelos desenhos e relevo
epidérmico que permitem distinguir. Identificações por vezes morosas mas
indispensáveis. DESAPARECIMENTO A
identificação é o primeiro passo, antes da transmissão de um aviso de alarme
às polícias externas ao local do facto. Após a
identificação há que estabelecer, se possível, a motivação para o
desaparecimento. Os casos de desaparecimento voluntário (fugitivos) ou
involuntários são ambos para trabalho policial. Tratando-se de
um delinquente profissional, cuja fuga oculta, na maior parte dos casos, um
novo delito em perspectiva ou já produzido, o
arquivo de factos delituosos antecedentes contém numerosas anotações sobre
hábitos, lugares etc. Deve visitar-se a última residência e as anteriores,
parentes, amigos antigos e recentes, associados. Se for um indivíduo de
hábitos nocturnos, vigiar as casas e salões de
jogos, discotecas, restaurantes, hotéis de má reputação. É importante ter em
conta o modus operandi
anterior. A cooperação
entre polícias é essencial. Estas devem actuar com
habilidade e naturalidade. Ter em atenção aos disfarces, no limite, a
cirurgia faz, maravilhas; altera o rosto, o ângulo dos olhos, o tipo de
nariz, cobre e abre cicatrizes impedindo o reconhecimento à vista desarmada.
Um bom polícia, porém deve estudar a personalidade de um indivíduo, único
facto difícil de disfarçar. Ainda no campo
dos fugitivos, mas não delinquentes, a motivação é o suporte principal. Cherchez la femme é
um axioma a ter em conta: fugir de uma mulher ou com uma mulher é frequente.
Outras causas são as querelas familiares ou laborais; emigração clandestina,
frustração ou cansaço social motivos que levam os indivíduos a afastarem-se
sem rumo. No caso de
ausência involuntária o desaparecimento pode ser consequência de um acidente,
doença, morte acidental ou homicídio, sequestro… O processo de
desaparecimento involuntário é quase sempre mais difícil por falta de
antecedentes e particularidades individuais. Existe um sem número de
elementos ligados à pesquisa, desde a utilização de fotos actuais,
investigação de movimentos bancários até às buscas com a ajuda de o faro de
um cão especializado no ramo. M. Constantino In Policiário de
Bolso,
24 de Janeiro de 2012
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© DANIEL FALCÃO |
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