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(21.Abril.1925 – 30.Novembro.2019) |
CALEIDOSCÓPIO 25 EFEMÉRIDES
– Dia 25 de Janeiro Somerset Maugham (1874-1965) –
William Somerset Maugham
nasce em Paris, na embaixada do Reino Unido. Novelista e dramaturgo
britânico, protótipo do escritor prolifero e
popular, escreve o primeiro romance em 1897, Liza of Lambeth,
inspirado nas suas experiências como médico nos bairros humildes de Londres.
No mesmo género ganhou fama internacional com Of Human Bondage (1915)
e The Painted Veil (1925). Escreveu muitos e excelentes contos e
peças de teatro, alguns dos quais de tema criminal. Neste campo destacam-se: Ashenden: Or the British Agent
(1928), um conjunto de histórias incluído pela Mystery Writers of America no Top
100 Mysteries of All Time e que se julga ter influenciado Ian Fleming
na criação de James Bond. Somerset
Maugham colabora regularmente com jornais e
revistas, em especial The Criminal com cerca de duas centenas
de artigos e contos curtos. As obras deste
autor estão amplamente divulgadas em Portugal, em livros de bolso, em edições
populares e por várias editoras, no início publicadas pela Livros do Brasil e
mais recentemente pela Asa Editores. A título de exemplo, eis as obras aqui
referenciadas na sua edição mais recente: 1 – Liza, a Pecadora (Círculo de Leitores,
1991) 2 – Servidão Humana (Asa, Colecção Vintage, 2011) 3 – O Véu Pintado (Asa, Colecção Pequenos Prazeres, 2004) 4 – O Agente Britânico (Livros do Brasil, Colecção Autores de Sempre, 1986) UM
TEMA – FICHA CRIMINAL: AL CAPONE No cemitério
de Mount Carmel jaz aquele que foi considerado o
mais famoso gangster de todos os tempos: Al Capone, o Scarface. Nascido em
Brooklyn (Caleidoscópio 17), descendente
de pais napolitanos que haviam adquirido a nacionalidade americana em 1906, o
jovem Capone cresceu no bairro povoado por
emigrantes italianos que disputavam entre si os mercados, clubes de dança e
prédios de apartamentos. Aos 14 anos bateu num professor, foi expulso da
escola mas quase de imediato caiu, por sorte ou por destino, sob a influência
do gangster napolitano John Torrio.
Este pertencia à quadrilha Five Pointers e Alphonse Capone era o moço de recados. Aos 18 anos passou a
trabalhar para Frankie Yale, com uso dos punhos e
das armas para limpar o clube do patrão de indesejáveis. Um companheiro que
usava uma faca deixou-o marcado para sempre numa face, daí a alcunha de Scarface, no entanto o desfiguramento não o afectou. Cedo encontrou uma rapariga irlandesa, Mae Josephine Coughlin, com quem casou. Torrio
foi o padrinho. Quando Torrio decide mudar-se para
Chicago, onde James Colosimo, Big Jim, possuía um clube onde se misturam homens de negócios,
políticos, prostitutas e estrelas de cinema. Capone
juntou-se-lhe em 1919 e exerceu a profissão de segurança, motorista e
guarda-costas. Em 17 de Janeiro de 1920 saiu a lei que proibia a produção e
distribuição de álcool, o que conduziu a uma orgia de actividades
ilegais e lutas ente os gangs pelo fornecimento, por
vezes com a cumplicidade de polícias. Colosimo foi
alvejado, dizia-se pelo sobrinho Torrio e de facto
este acaba por expandir o seu negócio. Em 1923 Torrio
fez umas longas férias pela Europa, Capone
aproveitou para zelar pelos seus interesses. Em 1924 o irmão de Capone, Frank, teve uma morte violenta. Capone matou Joe Howard, mas a polícia não conseguiu
provar nada e Capone toma o lugar de Torrio, envolve-se em outros assassínios, sempre sem
provas acusativas válidas. O ataque em 1926 com um grupo de pistoleiros junto
a um bar de Capone é um banho de sangue, do qual é
vítima o procurador William McSwiggin, foi
atribuído a Al Capone, mas mais uma vez este não
foi incriminado. A polícia por vingança destrói-lhe vários estabelecimentos,
mas são reconstruídos por Capone. Durante alguns
anos o tráfico de bebidas alcoólicas mantém-se o negócio mais produtivo,
sempre semeado de mortes à mistura. Depois Capone entra
no negócio da extorsão, controlando trinta por cento do mercado. O massacre
do Dia de S. Valentim é uma carnificina horrenda mas, de novo, Al Capone não é pronunciado por se encontrar em Miami. Em
1931 é acusado de dois crimes de evasão fiscal por ter violado a Lei da
Proibição. Declara-se culpado para reduzir a pena, mas ao ouvir o juiz
declarar que não havia negociações retira a culpa. Em 24 de Outubro desse ano
é condenado a 11 anos de prisão, onde consegue manter alguns privilégios até
que alguém denuncia essa situação e é transferido para Alcatraz onde cumpre o
resto da pena. Sai em Novembro de 1939. Em 19 de
Janeiro de 1947 sofre uma hemorragia cerebral e morre em 25 de Janeiro. Do seu tempo
ficam as inúmeras mortes, os escritos e os filmes a que deu origem. M. Constantino In Policiário de
Bolso,
25 de Janeiro de 2012
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© DANIEL FALCÃO |
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