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(21.Abril.1925 – 30.Novembro.2019) |
CALEIDOSCÓPIO 43 EFEMÉRIDES – Dia 12 de Fevereiro Paul Winterton (1908- 2001) –
Nasce em Leicester, Inglaterra. Estuda na London
School of Economics e trabalha como jornalista no The Economist e
no News Chronicle.
Na 2ª guerra mundial é correspondente estrangeiro em Moscovo, que será
cenário de alguns dos seus livros. Usa os pseudónimos Andrew Garve, Roger Bax e Paul Somers. Entre 1950 e 1978 escreve 30 livros policiários
como Andrew Garve. Como Roger Bax
publica Death Beneath Jerusalem (1938), Red Escapade (1940), Disposing of Henry (1947), Blueprint for Murder também editado com o título
The Trouble With Murder (1948), Came the Dawn
também editado com o título Two If by Sea
(1949) e A Grave Case of Murder (1951). Sob o pseudónimo de
Paul Somers escreve os trillers Beginner's Luck (1958), Operation Piracy (1958), The Shivering Mountain (1959) e The Broken Jigsaw (1961). É membro
fundador da Crime Writers'
Association em 1953. John Boland (1913-1976) –
Bertram John Boland nasce em Birmingham. Serve no
exército britânico como artilheiro é trabalhador agrícola, marinheiro,
lenhador, trabalhador ferroviário, operário, vendedor de cartazes
publicitários e escritor de ficção científica e policiários. Escreve contos
para revista da especialidade, como Galaxy Science Fiction e New Worlds.
Publica o primeiro livro White August em 1955, depois No Refuge (1956), seguem-se mais cerca
de trinta livros com destaque para as séries The
Gentlemen e Kim Smith. Publica três peças de teatro: Murder in Company (1973), Elementary My Dear
(1975) e Who Says Murder? (1975); ainda dois livros sobre escrita de alguma
forma ligados ao policiário Short-Story Writing (1960) e Short Story Technique (1973). John Boland
utiliza também o pseudónimo James Trevor. Janwillem van de Wetering (1931-2008) –
Nasce em Roterdão, mas vive um pouco por todo o mundo, África do Sul,
Austrália, Colômbia, Japão… É um escritor de literatura infantil e de
literatura policiária. Escreve em inglês e holandês e muitas vezes as duas
versões tem diferenças significativas. A sua criação mais conhecida é a dupla
Grijpstra e de Gier: Henk Grijpstra e Rinus de Gier detectives da Brigada Criminal da Polícia Municipal de
Amesterdão, cidade incluída na maior parte obra do autor. Outsider in Amsterdam
1975 é o primeiro livro de Wetering que publica
cerca de vinte romances e ainda contos curtos no Alfred Hitchcock's Mystery
Magazine e no Ellery Queen's Mystery Magazine. Em 1984 é galardoado com Grand Prix de Littérature Policière para
o melhor romance policiário Internacional do ano. TEMA – OS PRIMEIROS CÃES POLÍCIAS De Carlos Estegano É de 8 de
Fevereiro de 1816 o primeiro exemplo, registado, do uso de um cão, treinado,
ao serviço da lei. Foi em Midmar Lodge, no Condado do
Aberdeen, na Escócia, que um Terrier, propriedade de M. Gillespie,
agente da polícia, participou na luta contra os contrabandistas do whisky. A acção do cão, que tinha sido ensinado a usar o olfacto para a detecção dos
cavalos usados no transporte da bebida, provocou de imediato uma diminuição
no movimento dos carregamentos e levou as autoridades a apreenderem quatro
depósitos de whisky e a destruírem outros quatro. O Terrier –
cujo nome os anais da época não registam – foi morto a tiro, numa outra
investigação próxima de Kintyre, também na Escócia,
a 30 de Julho do mesmo ano. Só sessenta anos mais tarde, em Abril de 1876,
voltamos a ter notícia doutro facto criminal, tendo como protagonista um cão. Em Bastwell, na zona de Blackburn
e ao norte de Manchester, a polícia inglesa investiga a morte de E. Holland, uma criança de sete anos de idade, que fora
atacada sexualmente e posteriormente degolada. Procurando
pistas, no local do crime, a polícia emprega um cão, mas as tentativas
resultam infrutíferas. A polícia tem,
no entanto, dois suspeitos. O cão, levado
a casa do primeiro, não revela qualquer excitação, mas em casa do segundo, o
barbeiro W. Fish, o animal encaminhou-se para o
fogão da sala, onde a criança é encontrada, escondida na chaminé. Fish é preso e confessa o crime. Do herói deste
caso nem o nome, ou a raça, ficou registado. O uso regular
de cães treinados para o trabalho policial é iniciado em 1899, pelas
autoridades de Ghent, na Bélgica, em sequência do
auxílio útil, dado anteriormente, pelos animais nas patrulhas nocturnas. Na Inglaterra, o emprego regular de cães
polícias iniciou-se em 1908, por instigação de E. Geddes,
director da North-Eastern
Railway Police Force,
preocupado com o grande número de roubos das mercadorias em trânsito nos
comboios. Foram
comprados três cachorros Terrier à polícia de Ghent,
para o primeiro canil, em Hull Docks, tendo os
animais, posteriormente, contribuído sensacionalmente para a diminuição dos
roubos. A primeira força de polícia inglesa a usar permanentemente cães foi a
do condado de Wilt, a oeste de Londres, cujo chefe,
coronel H. Lekellyn, começou a empregar cães de
caça, em 1910, para seguir pistas. Em 1912, enquanto a North-Eastern
Railway construía canis em Hartlepool,
Tyne Dock e Middlesbrough, na costa leste, a polícia de Wilt adquiria alguns cães, da raça Labrador, para
patrulhas nocturnas. Depois, e a partir de 1914, o
uso de cães nas actividades policiais foi-se
multiplicando, mas isso é outra história. A dos
primeiros cães polícias, dos Precursores, termina aqui. CONTO
CURTO — AO FUNDO DA ESTRADA VELHA De António
Serra in Célula Cinzenta … As botas
produziam um ruído estranho ao pisarem o cascalho solto, do caminho que
conduzia ao palheiro. Tinha enfiado,
à pressa, um casacão que usava em noites de temporal, bem como umas botas de
carneira já gastas pelo correr dos anos. O frio misturado com a minha ânsia
provocavam-me arrepios. Acordara
estremunhado com o ladrar dos cães. Olhara a janela e vira qualquer coisa
como um grande clarão seguido dum som abafado, parecido como aquele que é
produzido com o cair dum muro. Seguia agora,
quase que a trote, a caminho do barracão. A noite estava clara. Uma lua bem
cheia inundava de luminosidade todo o terreno de searas que me rodeava. A
cerca de 20 metros estaquei. Estava ofegante e o suor corria-me por todo o
corpo. A pouco e pouco recuperei o sangue frio. À
medida que me ia aproximando via jorrar de dentro do palheiro uma luz
intensa… e o cheiro que chegava até mim era um cheiro a queimado. Não queria
acreditar no que os meus olhos acabavam de presenciar. – Mas porquê
eu… meu Deus?!... – balbuciei. Dei a volta e
desatei a correr de volta a casa. Peguei no telefone e disquei, o mais rápido
que os meus dedos podiam. – Está?... Está lá por favor! – Sou eu novamente – disse
afogueado – é para trazerem um reboque que desta vez foi… um camião TIR que
me entrou pelo palheiro dentro!... M. Constantino In Policiário de
Bolso,
12 de Fevereiro de 2012
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© DANIEL FALCÃO |
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