CLUBE  DE  DETECTIVES

 

MUNDO DOS PASSATEMPOS

 

 

O 13º CASO

Autor: Sete de Espadas

 

Sabendo quanto me interessava por enigmas policiais, o meu grande amigo e mestre Alexis Smith, detective particular em Londres, um dia enviou-me uma carta com o seguinte caso:

 «Local do crime: Num arruamento, de terra encharcada, no jardim da “Vivenda Dália”, a cerca de 100 metros da porta principal e a poucos metros da porta do fundo do jardim. A vivenda era enquadrada por ruas.

Posição do corpo: Estendido de costas, envergando uma gabardina cinzenta e, junto à cabeça, o sangue manchava de vermelho a terra mole. Perto dos pés, um chapéu também cinzento.

 Relatório médico: O tiro fora disparado a curta distância, chamuscando os cabelos, tendo a bala penetrado obliquamente, de trás para a frente, um pouco acima do occipital e saído junto ao maxilar inferior. A morte fora instantânea e ocorrera cerca das 10 horas.

Declarações dos suspeitos:

Melvyn – Discutira, violentamente, na noite anterior, com Ted (o morto), por ciúmes de uma colega. Tivera aula das 9 às 11 horas. Saíra das 10 às 10 e um quarto e recusara-se a dizer onde fora.

Karter – Pela janela do seu quarto, no 1º andar, viu a cena, que foi rápida. Por entre os arbustos, dois vultos: o da frente volta-se rápido, agacha-se, atacando; defendendo-se, o outro desvia-se, um braço ergue-se rápido, volta a descer. Um tiro soa, na manhã cinzenta, e o corpo cai com um baque, surdo, sobre a terra mole… Corre rápido; nada há a fazer ao corpo! Persegue o assassino, que lhe pareceu Melvyn… Corre na rua deserta, até à próxima esquina da direita e esbarra com Thompson, que, pacatamente, vinha em sentido contrário…

Thompson declara: Esbarrara com Karter e, depois de saber o que acontecera, foram ambos ver o corpo. Saíra da aula às 10 horas.

Observações gerais: O estabelecimento de ensino, que todos frequentavam, situava-se a cerca de 500 metros; os quatro possuíam o mesmo físico, as mesmas gabardinas cinzentas… e, até, os mesmos sapatos. No arruamento, havia várias pegadas nos dois sentidos; não havia sinais de luta. Afinal, Thompson faltara à aula das 9 às 10 horas.”

A carta findava com o pedido de resolução, que passamos aos nossos leitores.

 

{ publicado na secção “Mundo dos passatempos” do jornal “O Almeirinense” em 15 de Maio de 2007 } 

 

SOLUÇÃO

 

 

© DANIEL FALCÃO, 2007