Autor Data 4 de Dezembro de 1994 Secção Policiário [179] Competição Prova nº 10 Publicação Público |
Solução de: O CASO KEOPS Abílio A chave do problema
consiste fundamentalmente na interpretação das instruções dadas ao computador,
indicadas na parte final do texto. A interpretação destas
instruções permite concluir, como se verá, que a autora do crime é Margarida
Claro, a qual manipulou as datas e as horas do computador a fim de criar um álibi
artificial. Podemos começar por
concluir que o assassino só poderá ser um dos três suspeitos, isto por que um
estranho teria de passar pelo guarda do museu e só eles possuíam a chave de
acesso à pôr-ta das traseiras. Como tudo se passou? A instrução DATE permite
alterar a data e a instrução TIME, a hora do sistema do computador. Assim,
Margarida após ter assassinado o cientista, utilizando para tal a arma do
doutor Sena, altera a hora e o dia do computador, pois sabemos que o crime
foi cometido já na madrugada de sexta-feira. De seguida entra num programa
processador de texto muito conhecido, o DISPLAY WRITE 4, onde se encontra
guardado o ficheiro KEOPS.TXT, na directoria C:\DW4\DOC
do disco rígido. De seguida,
copia o ficheiro para a disquete de segurança (instrução COPY…). Esta cópia
regista a hora 23h43m, que havia sido alterada. Após a obtenção da cópia,
estava criado o seu álibi, pelo que voltou a repor a data e hora correctas, ao que sabemos entre as 2 e 3 da manhã. A
instrução seguinte, CLS, limpa o ecrã do computador para não deixar marcas. A
instrução que aparece a seguir, DIR A:, foi o
comando utilizado pelo inspector Bernardo para ver
o conteúdo da disquete, o que nos indica que terminaram com a instrução
anterior as operações feitas no computador. Propositadamente, a autora do
crime não desliga o terminal para poder culpar outros, uma vez que só ela e a
vítima sabiam a “password” de acesso ao sistema. Por outro lado, sabemos
pelas declarações de António de Sena que a vítima estava com problemas de
visão. Como se explica então que a vítima fosse encontrada próximo do
computador? Só a Margarida, sendo muito íntima dele, o poderia manobrar e
também aproximar-se o suficiente para desferir o tiro fatal. Quanto aos outros dois
suspeitos, penso que podemos ilibar desde logo o doutor Sena, pois o móbil do
crime consistiu certamente na manipulação da valiosa informação contida na
disquete e este não sabia utilizar o computador. Também Manuel Sereno não
tinha acesso à “password”. E, por outro lado, se
tivesse acesso ao KEOPS.TXT. porque não apagaria a referência ao tal “segredo
da esfinge” que tanto o comprometeu. |
© DANIEL FALCÃO |
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