Autor Data 5 de Novembro de 1981 Secção Mistério... Policiário [329] Competição Torneio
“Do S. Pedro ao Natal” Problema nº 8 Publicação Mundo de Aventuras [421] |
O CRIADO DESONESTO A. Coelho (Ilustração de Buck
Danny) O
jovem detective advogado nas horas vagas, Cesário de Albuquerque, recebeu uma
carta de seu pai onde, entre outras coisas, lhe pedia ajuda para desmascarar
o seu novo criado que, apesar de não ter provas, sabia infiel. O
detective resolve ajudar o pai, aproveitando para passar umas curtas férias
na terra natal, onde há muito não ia. Muitos anos, mesmo! Era sempre a
família a visitá-lo. Mais
tarde, já no comboio, tentava arranjar uma maneira de apanhar o criado em
falta, ou flagrante, mas a viagem era demasiado longa e cansativa e as suas
pálpebras renderam-se… emaranhando-o numa sonolência embalado pelo movimento
cadenciado do comboio, só despertando plenamente pouco antes de chegar ao seu
destino. Apeando-se
do comboio, recordou de imediato o movimento sombrio da estação tantas vezes
utilizada na juventude… E logo viu um dos empregados de seu pai que o
aguardava já há algum tempo, por atraso do comboio… Minutos
depois estava em casa. Cesário levou a mão à testa em sinal de aborrecimento
e antes mesmo de falar ao pai justificou o gesto por se ter esquecido de algo
importante em cima da sua secretária, no escritório, em Aveiro. Pensou voltar
atrás, mas só o lembrar-se da viagem – 4 horas e meia! – e da canseira, isso
tirou-lhe o ímpeto… De conversa com o pai, e porque o assunto era de grande
importância, resolveram ali mandar o criado no primeiro comboio para Aveiro,
a passar dentro de duas horas, se passasse à Tabela… O
advogado-detective – aliás era mais este do que aquele! – pegou numa chave,
um cartão com a morada e foi colocá-los em cima do tampo da secretária de seu
pai – aos quais juntou depois o dinheiro correspondente às necessárias
despesas, após ligeiros cálculos. E tudo isto, enquanto o criado fora
preparar os objectos essenciais e necessários a quem tem que passar uma noite
em qualquer pensão. Sim, porque a viagem era muito longa e só no dia seguinte
haveria comboio de regresso. Industriado
devidamente, o criado partiu. No
dia seguinte, pela tardinha, quando o nosso detective-advogado se entretinha
a ler o «M. A.» acabado de chegar à aldeia nessa manhã, chega o criado, que
de imediato se lhe dirige. –
Senhor Cesário de Albuquerque, estou de volta. Mas – há coisas do diabo!… –,
peço imensa «desculpa» mas não consegui encontrar em cima da sua secretária
nada do que me explicou. Como vê, voltei sem nada! –
Sim… Isso vejo eu! Mas… – e isso posso assegurar-te – é que não estiveste no
meu escritório! –
Essa é boa, senhor Cesário de Albuquerque! O senhor está enganado! O senhor
duvida de mim? –
Não estou enganado, não, meu rapaz… – e o detective-advogado explica: – Eu
tenho provas disso, porquanto… Bem!…
O melhor é cortar aqui para perguntarmos aos nossos leitores: 1º
– Que provas podia ter o detective-advogado? 2º
– Exponha convenientemente o seu raciocínio. |
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© DANIEL FALCÃO |
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