Autor

A. Lacerda

 

Data

26 de Maio de 1977

 

Secção

Mistério... Policiário [115]

 

Publicação

Mundo de Aventuras [191]

 

 

O ENIGMA DO LAVRADOR ASSASSINADO

A. Lacerda

 

Era 12 de Junho de 19…! Fora descoberto o corpo do Josefino «Pencudo» à beira do rio! Havia sido selvaticamente espancado, como se tivesse sido calcado por uma trilhoada, e depois atirado à água! «Pencudo» trabalhava, ao tempo, para o sr. Costa, um rico proprietário. Havia sido aceite graças a um amigo, o Manuel Canhão, que também trabalhava para o sr. Costa e que o sabia na miséria!

– Foi sempre um bruto! – disse o Canhão, homem de 40 anos, alto e corpulento, com uma enorme barba. – Vi-o duas horas antes de morrer. Ia com o burrico, coitado!, cheio de moscas e muito excitado. O «Pencudo» tratava-o sempre mal! Nunca o limpava, e batia-lhe muito! Já não lhe faz mais maldades! Ia enfurecido, porque discutira de manhã com o Sebastião Joaquim e eu estive contra ele. Enfim…

– Tive muitas discussões com o Josefino «Pencudo» – declarou Sebastião Joaquim. – Cheguei a odiá-lo ferozmente, principalmente depois da discussão que tivemos de manhã, que, se não fosse o Manuel Canhão, pegávamo-nos à pancada! Até tinha vontade de o matar! Estive para o fazer, quando o vi a caminho do rio, mas dominei-me! Depois de o saber morto, até ia chorando!

Sebastião Joaquim era um homem de 36 anos, mediano e seco, muito sentimental.

 

O sr. Gomes, o mordomo, fora encarregado de investigar o misterioso assassínio! Era um indivíduo idoso, inteligente e respeitável! Depois de ouvir Manuel Canhão e Sebastião José, últimas pessoas a verem o Josefino «Pencudo», concluiu:

– Nenhum de vocês é o assassino! Vocês o dizem! Então, quem foi? Você, Canhão? Você, José? Ou outrém?...

Quando as testemunhas iam a sair, o sr. Gomes exclamou:

– Heureca! Desvendei o mistério!

E riu-se longamente, às gargalhadas!...

 

PERGUNTA-SE:

1 – Quem matou o José «Penando»?

2 – Justifique a sua resposta.

 

 SOLUÇÃO (não publicada)

© DANIEL FALCÃO