Autor

Alberto Leal

 

Data

Janeiro de 1984

 

Secção

Mistério... Policiário [409]

 

Competição

Torneio “Dos Reis ao S. Pedro” - 84

Problema nº 1

 

Publicação

Mundo de Aventuras [511]

 

 

O MISTÉRIO DO LADRÃO INVISÍVEL

Alberto Leal

 

– Bem, inspector, passo a relatar-lhe os acontecimentos.

«Hoje levantei-me cedo, pois que tenho esse costume, e além disso tinha bastante que fazer.

«Quando entrei no escritório, não notei nada de especial e comecei os meus afazeres. No entanto, quando tive necessidade de consultar certos documentos, que pela sua importância guardo no cofre, e depois de aberto este, imediatamente notei a desarrumação. Depois de um exame mais cuidadoso, verifiquei que me tinham sido furtados 4 centenas de contos, ou seja, todo o produto de uma semana.

Quem assim falava, era o proprietário dos armazéns «Cunha», António Almeida Cunha. Cerca de 30 minutos atrás apresentara, um tanto atabalhoadamente, na Polícia Judiciária, uma solicitação para investigar um roubo de que teria sido alvo.

O inspector Maia, que atendeu o telefonema, acorreu prontamente.

Segundo apurou das declarações do lesado, era costume guardar todo o dinheiro das transacções comerciais no cofre, até que, no fim de semana o ia depositar no banco.

 

Em casa da vítima, só habitava esta e um sobrinho que o tinha vindo visitar e vivia temporariamente com o tio. No entanto, ao que parecia, estava fora de suspeita, devido às características do roubo.

O cofre de alta segurança possuía duas fechaduras, com chaves únicas, além da combinação de segurança. O mais estranho de todo o caso, é que o cofre não apresentava sinais de ter sido forçado e o proprietário dizia ter tido sempre consigo as chaves de segurança…

 

Interrogatório posterior.

– Onde transporta normalmente as chaves de segurança, sr. Almeida?

– Pois, transporto-as no bolso interior do casaco.

– Qual a sua rotina diária, especialmente nestes últimos dias?

– Bem, levanto-me, tomo um duche e vou para o escritório, onde permaneço toda a manhã. Depois de almoçar, volto ao escritório onde trabalho até às seis/sete horas. Janto, dou um passeio ou então fico em casa, até às 11 horas, quando me deito.

– De que tipo são as suas relações com o seu sobrinho?

– Não muito boas. Já é a terceira vez que me pede dinheiro emprestado, e ontem ao dar-lhe a quantia que ele me solicitou, avisei-o que não lhe voltaria a conceder empréstimos. De mim, só espera que abra o cofre para lhe pagar as extravagâncias…

– Não teria largado alguma vez as chaves nos últimos dias?

– Tenho a certeza de que não, pois que não transporto grande coisa nos bolsos, algum dinheiro, pouco, os documentos e mais nada. Portanto posso aperceber-me mais ou menos do que trago.

– É tudo, obrigado.

 

As buscas posteriores revelaram-se infrutíferas. O exame das chaves revelou a presença de urna substância mole, que parecia ser cera, sem no entanto haver certeza.

Do cofre, só foi levado dinheiro.

 

1 – Diga quem foi o ladrão se é que se conhece.

2 – Explique minuciosamente todo o plano.

 

SOLUÇÃO (não publicada)

© DANIEL FALCÃO