Autor Data 13 de Novembro de 1975 Secção Competição Policiário nº 6 Publicação Mundo de Aventuras [111] |
A MORTE ENTROU NO CAMARIM… Anel Jim
Rogers, o consagrado actor
teatral entrou no seu camarim, depois de mais uma representação da peça «A
Morte Anda Aí…». O êxito estava a ser enorme e Rogers,
embora cansado, sentia-se feliz. Sentou-se num banco e ao mesmo tempo que
começava a desmaquilhar-se, acendeu um cigarro. A porta do camarim abriu-se
nesse momento e Rogers viu reflectida
no espelho a imagem de um homem empunhando uma pistola. –
Tu?... Que fazes aqui e para que é esse «brinquedo»?... –
Vim matar-te! Tenho razões para o fazer. …e disparou! Depois saiu, levando consigo a arma. No
camarim entrara a morte… Chamaram
o inspector Z. Quando lá chegou, já lá se
encontravam o médico legista e o fotógrafo, com um perito de impressões
digitais. –
Inspector, está tudo na
mesma. O corpo está na posição em que o encontraram e nem sequer se tocou
ainda nos objectos do toucador – informou o médico,
continuando: – A morte foi instantânea, numa primeira análise, claro!, e deve ter ocorrido entre as 23 horas e a uma da
manhã. A bala deve ter-lhe atravessado o coração. Mas só poderei dar-lhe a
certeza e dizer mais coisas, depois da autópsia. –
Já tinham trocado opiniões, doutor? – perguntou o inspector. –
Não! –
Certo! Está bem. Podem sair agora por momentos, mas mantenham-se sem
comentários – e voltando-se para o sargento que o acompanhava: – Sabe se
alguém tinha razões pare o matar?... – e indicou o corpo. –
Pelo que já apurei, parece-me que Rogers, que todos
muito bem conhecemos, não era lá grande coisa para com os colegas… Andava
sempre a implicar por tudo e por nada, e ninguém escapava… Os últimos com
quem se zangou, foram os colegas-actores Bob Denny, Roy Kelly
e John Bell. –
Mande-os entrar já, sargento! Muito
mais tarde, no seu gabinete, o inspector lia, mais
vez, as declarações assinadas pelos principais suspeitos. Bob Denny:
«Não tenho álibi, mas não fui eu. Apesar de não gostar de Jim, não o mataria
– nem com veneno por interposta pessoa». John Bell:
«Encontrava-me no meu camarim a desmaquilhar-me para sair, quando me
chamaram… Apesar de odiar Jim, não o iria matar. Não era capaz! Tem de
descobrir o assassino que lhe meteu uma bala no coração, inspector,
para que todos nós possamos descansar…» Roy Kelly:
«Eram 23 horas quando saí de cena (fazia na peça um pequeno papel) e estive a
falar com o director até nos irem chamar…
Zangamo-nos, mas daí até o matar… Seria incapaz de o fazer… Sou alérgico às
encomendas com detonadores e bombas…» –
Hum, aqui há gato… Isto encaminha-nos para… – pensava o inspector
em voz alta… Para,
repetimos nós… 1
– Para quem? 2
– Porquê? |
|
© DANIEL FALCÃO |
||
|
|