Autor

Anel

 

Data

13 de Novembro de 1975

 

Secção

Mistério... Policiário [35]

 

Competição

I Grande Torneio

Policiário nº 6

 

Publicação

Mundo de Aventuras [111]

 

 

A MORTE ENTROU NO CAMARIM…

Anel

 

Jim Rogers, o consagrado actor teatral entrou no seu camarim, depois de mais uma representação da peça «A Morte Anda Aí…». O êxito estava a ser enorme e Rogers, embora cansado, sentia-se feliz. Sentou-se num banco e ao mesmo tempo que começava a desmaquilhar-se, acendeu um cigarro. A porta do camarim abriu-se nesse momento e Rogers viu reflectida no espelho a imagem de um homem empunhando uma pistola.

Tu?... Que fazes aqui e para que é esse «brinquedo»?...

– Vim matar-te! Tenho razões para o fazer.

e disparou! Depois saiu, levando consigo a arma. No camarim entrara a morte…

 

Chamaram o inspector Z. Quando lá chegou, já lá se encontravam o médico legista e o fotógrafo, com um perito de impressões digitais.

Inspector, está tudo na mesma. O corpo está na posição em que o encontraram e nem sequer se tocou ainda nos objectos do toucador – informou o médico, continuando: – A morte foi instantânea, numa primeira análise, claro!, e deve ter ocorrido entre as 23 horas e a uma da manhã. A bala deve ter-lhe atravessado o coração. Mas só poderei dar-lhe a certeza e dizer mais coisas, depois da autópsia.

– Já tinham trocado opiniões, doutor? – perguntou o inspector.

– Não!

– Certo! Está bem. Podem sair agora por momentos, mas mantenham-se sem comentários – e voltando-se para o sargento que o acompanhava: – Sabe se alguém tinha razões pare o matar?...e indicou o corpo.

– Pelo que já apurei, parece-me que Rogers, que todos muito bem conhecemos, não era lá grande coisa para com os colegas… Andava sempre a implicar por tudo e por nada, e ninguém escapava… Os últimos com quem se zangou, foram os colegas-actores Bob Denny, Roy Kelly e John Bell.

– Mande-os entrar já, sargento!

 

Muito mais tarde, no seu gabinete, o inspector lia, mais vez, as declarações assinadas pelos principais suspeitos.

Bob Denny: «Não tenho álibi, mas não fui eu. Apesar de não gostar de Jim, não o mataria – nem com veneno por interposta pessoa».

John Bell: «Encontrava-me no meu camarim a desmaquilhar-me para sair, quando me chamaram… Apesar de odiar Jim, não o iria matar. Não era capaz! Tem de descobrir o assassino que lhe meteu uma bala no coração, inspector, para que todos nós possamos descansar…»

Roy Kelly: «Eram 23 horas quando saí de cena (fazia na peça um pequeno papel) e estive a falar com o director até nos irem chamar… Zangamo-nos, mas daí até o matar… Seria incapaz de o fazer… Sou alérgico às encomendas com detonadores e bombas…»

 

– Hum, aqui há gato… Isto encaminha-nos para… – pensava o inspector em voz alta…

Para, repetimos nós…

1 – Para quem?

2 – Porquê?

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO