Autor

António Breda

 

Data

2 de Maio de 1987

 

Secção

Sábado Policiário [72]

 

Competição

Torneio Relâmpago

Problema nº 1

 

Publicação

Diário Popular

 

 

O CASO DAS BARBATANAS

António Breda

 

Tudo aconteceu num Agosto raiado de sol. Fora convidado pelos meus primos para passar uma semana com eles na casa de praia, na Nazaré. Era uma magnífica vivenda. Implantada no alto de um morro, debruçava-se sobre o mar, contemplando o seu leito ondulante.

Tenho uma recordação muito muito viva de certa manhã me ter levantado pelas 9.30 para tomar o meu habitual banho no mar. Dirigi-me ao chaveiro e peguei na chave tipo «yalle» da garagem. Saí de casa. De chave em riste, com os dentes para baixo, abri a porta da garagem que, ao rodar da direita para a esquerda, soltou um triste rangido. Entrei e… surpresa: as minhas barbatanas haviam desaparecido. Alguém me pregara a partida. Pensei em voltar ao quarto. Mais tarde investigaria o caso.

Eis os depoimentos dos meus primos:

JOANA – Levantou-se às nove horas. Foi à garagem buscar o biquini que ficara lá a secar durante a noite. Depois foi dar um mergulhinho no mar e regressou a casa onde permaneceu sem sair do quarto após o pequeno-almoço.

RUI – Levantou-se muito cedo (6.30) para assistir ao nascer do Sol. Pretendia tirar uns «slides» a tal fenómeno. Achava maravilhoso ver o Sol despontar no horizonte do mar. Depois mostrar-nos-ia alguns «slides».

Quando regressou a casa pelas 8.30, recorda-se de ter visto o Luís abrir a porta da garagem. Estava tão perto dele que ainda está a vê-lo dar duas voltas à chave para a esquerda e entrar de seguida.

LUÍS – Saiu de casa as 8.30. Foi à garagem equipar--se com o fim de fazer um pouco de endurance pela beira-mar. Depois seguir-se-ia um banho no mar. Não soube dizer se a essa hora as barbatanas já haviam desaparecido, porque nem sequer pensara nelas. Confessou que decidira ir comprar umas iguais as minhas; contudo, teria muito mais cuidado com elas.

Em face do exposto facilmente me tornei conhecedor do(s) autor(es) da proeza.

E você, também ia descobriu?

Porquê?

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO