Autor

António & Fernando

 

Data

27 de Dezembro de 1979

 

Secção

Mistério... Policiário [249]

 

Competição

Torneio “Novos" e “Iniciados” 79

Problema nº 12

 

Publicação

Mundo de Aventuras [325]

 

 

A ESTRANHA AFIRMAÇÃO DOS INSPECTORES

António & Fernando

 

Apanhando o autocarro no centro de Lisboa, nós os inspectores António e Fernando dirigíamo-nos para os nossos serviços habituais. Como não tínhamos nada que fazer começamos por dar atenção à conversa de dois senhores que se encontravam sentados ao nosso lado direito.

Um deles, pelo que entendemos, dava pelo nome de João Leitão e o segundo, dava pelo nome José Francisco.

Leitão falava com o seu amigo e dizia o seguinte:

– Realmente esta dor de cabeça é insuportável!

– Talvez alguma irritação que tivesses ontem – sugeriu Francisco.

– Pois vou contar-te o que se passou ontem comigo – respondeu Leitão em troca. E continuou:

Depois de sair do emprego dirigi-me para casa, e ao chegar fui imediatamente jantar pois estava com uma fome daquelas… Acabado o jantar fui abrir a televisão para ver se o programa me interessava; ao ver que era um programa político apaguei-a, pois de política já estou farto. Sentei-me comodamente no sofá e fui ler um pouco, quando já me encontrava na página 21 do livro, toca o telefone. Marquei o livro entre a página 21 e 22 e dirigi-me ao telefone, atendendo-o. Perguntaram-me se era da casa do senhor Leitão, e imediatamente respondi que era o próprio que falava.

Foi então que a outra pessoa que falava comigo me disse o seguinte: «Pois saiba, senhor Leitão, que foi promovido a porco» e à gargalhada desligou o telefone. Não gostei da brincadeira e teria dito umas «verdades» aquele sujeito se… Adiante.

Depois disso já não fui ler; segui sim para a cama. E essa manhã acordei com uma enorme dor de cabeça. Foi o que se passou.

Foi o que se passou.

Os inspectores António & Fernando que tinham ouvido toda a sua narração interrogaram-se entre si e disseram aos dois sujeitos: desculpem-nos metermo-nos na vossa conversa, mas há algo aí que, normalmente, não poderia ter acontecido…

 

Pergunta-se: o que levou os inspectores àquela afirmação?

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO