| Autor Data 1 de Fevereiro de 2009 Secção Policiário [915] Competição Campeonato Nacional e Taça de Portugal – 2008/2009 Prova nº 3 Publicação Público | Solução de: O BAÚ DE TEMPICOS A. Raposo & Lena As
  páginas do caderno de Tempicos, transcritas na
  prova referem-se a três acções no tempo, tendo como
  fio condutor a história da mesma família. Na
  primeira citação surge a Dona Gertrudes, com a sua gravidez e com a intenção
  de chamar à sua filha Carlota ou Joaquina. A acção
  passa-se em 1960 e o nome dado à sua filha acabou por ser Joaquina. Para
  se saber a época em que a acção se passa, teremos
  que descobrir quem era o treinador que tinha por nome um piropo a mulher. Só
  poderia ser o Bella Guttmann! Este
  treinador entrou no Benfica em 1959, depois do mês de Junho e ganhou o
  campeonato nacional na época 59/60. Os factos narrados passam-se em 1960,
  Abril, 24. Um domingo. Gertrudes
  iria na segunda-feira, 25, ao médico ginecologista e teria a confirmação do
  sonho: a sua filha Joaquina vinha a caminho. Naquele 25 de Abril ainda não
  era feriado, só o foi 15 anos depois.  O dia 24 de Abril de 1960, domingo, foi o
  último desse mês e daí a dois meses festeja-se o S. João no Porto, com
  abundância de alhos-porros e vinho tinto. Na
  segunda citação conta-se um facto ocorrido em 1980, Dezembro, 4. É o dia da
  queda do pequeno avião que caiu mal levantou voo e onde Sá Carneiro e Amaro da
  Costa pereceram. No
  terceiro excerto, Joaquina é enganada por Carlos que é apanhado agarrado à
  criada Sofia. Joaquina telefonou à mãe e contou-lhe o seu drama. Conta-se a
  morte do Dr. Veloso com uma facada nas costas, o que desde logo elimina a
  hipótese de suicídio. A acção passa-se mais
  recentemente, na década de 90; Veloso trouxera Carlos, garoto ainda, em 1973,
  pelo que terá cerca de 30 anos, bem como Joaquina, a eterna namorada. Alguém
  mata Veloso e deixa o lenço que previamente teria surripiado a Sofia. E
  a quem deveria pertencer o lenço? Não
  nos esqueçamos que no alfabeto cirílico, usado na Ucrânia, à letra S
  corresponde o nosso C. O lenço foi lá deixado pelo assassino que com ele
  limpa as impressões digitais. Qualquer
  dos seguintes suspeitos da casa poderá ser incriminado: Sofia
  teria trazido o lenço da sua terra pois estava em Portugal há pouco tempo; Chú, o criado
  vietnamita, poderia engrossar o rol dos suspeitos (apesar de não ser tão
  corrente os homens usarem lenços com monograma) pois os vietnamitas passaram
  a usar o alfabeto latino, há muito tempo; Carlos
  o “escurinho de olhos verdes”. A
  quem o lenço não deveria pertencer: Quem
  não fará parte do grupo será a cozinheira Cheng, cujo alfabeto nada tem de
  semelhante ao latino; A
  Joaquina, por não ser essa a inicial do nome. Pensamos
  que o crime teria sido praticado por quem tinha motivos fortes para o fazer:
  a sobrinha. Joaquina jogava em vários tabuleiros e preenchia os requisitos.
  Tão pouco o lenço a poderia indiciar, pois o seu nome não começava por C. Não
  havendo mais gente na família, a futura herdeira acabaria por ser ela,
  através da sua mãe, que estaria doente, internada. Tendo
  Gertrudes fraca saúde, depressa Joaquina estaria de posse da herança. Ao
  usar o lenço, estaria a levar as suspeitas para a dona dele – Sofia que a
  atraiçoara com o seu homem. Carlos
  ficaria sem dote, pois não haveria testamento, por não ter chegado a ser
  perfilhado. Quem
  realmente teria vantagem seria Joaquina e não se mata sem um móbil do crime
  definido e claro. Estamos certos que a polícia, utilizando toda a sua técnica
  e experiência, chegará à culpada e acabará por obter a confissão. | 
| © DANIEL FALCÃO | |
|  |  |