Autor

Beagle

 

Data

27 de Março de 1994

 

Secção

Policiário [143]

 

Competição

Torneio Rápidas Policiárias 1994

Prova nº 8

 

Publicação

Público

 

 

A ESTREIA DO DETECTIVE SNOOPY

Beagle

 

Snoopy estava nervoso, tremia da ponta do focinho à cauda. À sua frente, encontrava-se uma espécie de “pelotão de fuzilamento”. Era nada mais nada menos que o júri que ia avaliar as suas capacidades de investigador policiário e atribuir-lhe (ou não) a “carteira profissional” de “Detective Amador”… O júri reunia gente de respeito no policiário português. Presidido pelo “veterano” Félix da Picota, incluía outros policiaristas nortenhos que se destacaram nos anos 70 e 80, alguns dos quais ainda “fazem das suas” actualmenteMarth, Xek Brit, Tio Patinhas, Detective Z e Mister Camal.

Após um curso intensivo (por correspondência, claro!), Snoopy tinha a sua “prova de fogo”. Tinha de resolver um problema complicado e não podia contar com a ajuda dos restantes membros do seu “bando” – Toupeira, Galiza e Insp. Pena Leve –, uma espécie de “intocáveis” do eixo Porto-Ermesinde-Águas Santas, que, por acaso, eram, a par do júri, as únicas testemunhas do exame do potencial futuro pré-detective.

Mas passemos ao problema: “João Sem-eira-nem-beira fora encontrado morto, com o corpo esfaqueado 337 vezes, no telhado do Tone do dito cujo.

Quase instantaneamente (como é hábito), a Agência Lusa noticiava a morte do João. Mais tarde, a “grossista” de todos os órgãos de comunicação social voltava a ter uma “cacha”", com a divulgação dos resultados da autópsia. O professor Costa Pinto, do Instituto de Medicina Legal, não tinha dúvidas: a morte do João fora causada por envenenamento. A autópsia revelou ainda que o defunto tinha ingerido um veneno de morte instantânea entre as 22 e as 23 horas do dia 4 de Outubro de 1992.

Entre os suspeitos, encontrava-se, naturalmente, o Tone do Telhado. No relatório da “Judite”, podia ler-se o seguinte depoimento do Tone: “Pá, cand’eu cheguei aqui às minhas telhas, já encontrei o Jão finado. Eu na sei de nada. Estive a emborcar uns copos no bar do Nel até depois das 11 da noite. Pode perguntar ao gajo se eu não estive lá desde pr’aí as 7 horas.”

Quanto aos restantes suspeitos, o Júlio do Baralho e o Zé Fuinha, foram interpelados pela PJ três dias depois do crime na Estação de S. Bento. “Eu fui para a casa do Fuinha às 20 horas e estive lá uma horita, mais ou menos, a ver televisão, aquele novo canal – a SIC ou a XIC ou lá ou que é. Depois fui ter com a minha garina à casa dela”, disse o Júlio do Baralho. “Eu fiquei em casa ainda depois do Júlio ter saído. Estive a ver a SIC até perto das 23h30 e a seguir fui-me deitar”, referiu o Zé Fuinha. (….).

– Já sei!, gritou Snoopy, interrompendo a leitura do problema. Para grande espanto do júri, o jovem Snoopy tinha resolvido o caso, antes mesmo de saber se a PJ confirmara ou não os álibis dos suspeitos.

 

Quem foi o autor do crime?

a) Tone do Telhado

b) Júlio do Baralho

c) Zé Fuinha

d) Júlio do Baralho e Zé Fuinha

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO