Autor

Big-Ben

 

Data

11 de Março de 1976

 

Secção

Mistério... Policiário [52]

 

Competição

I Grande Torneio

Policiário nº 9

 

Publicação

Mundo de Aventuras [128]

 

 

Solução de:

NATAL!...

Big-Ben

 

Começaremos a solução com as palavras que terminavam o problema. Recordemo-las: «Querem os leitores-solucionistas de «Mistério… Policiário» dar uma ajuda ao pai Dinis? Julgo que só eles o poderão fazer…». Reparem bem: «Julgo que só eles o poderão fazer…», isto é, só eles (leitores-solucionistas) poderão dar urna ajuda ao pai Diniz (na descoberta de quem seria o causador da jarra ter caído).

Mas porquê só os leitores-solucionistas? A resposta é óbvia: só eles tem conhecimento de algo que os restantes mortais (inclusive o pai Diniz) desconhece, ou seja as deambulações do vulto que, embora involuntariamente, derrubou a jarra. E é precisamente nessas deambulações que está a «chave» (ou melhor, as «chaves» do «caso»

(Abrimos um parêntesis para esclarecer que a família Diniz é composta por quatro pessoas: pai, mãe e dois filhos: a Maria José (Zezinha) e o Fernando Manuel (Nandinho). Aliás, é fácil chegar a esta conclusão se atentarmos convenientemente no texto: «os gritos de contentamento da Zezinha… entrou no quarto dos pais… seguiu-se-lhe o irmão… e toda a família Diniz se uniu…».

Como não há mais ninguém, só os dois irmãos poderão ser apontados como possíveis derrubadores da jarra, porquanto, «pai Diniz acordou cora o barulho…», estando, portanto, a dormir quando aquela caiu, e mãe Diniz idem-idem, aspas-aspas – «mirou a esposa, que continuava a dormir, sem dar por nada».

Posto isto, fechemos o parêntesis…).

 

As deambulações do vulto foram feitas sobre um chão não alcatifado …a jarra a desfazer-se em estilhas no pavimento de tacos…). Logo o frio que normalmente se depara nas noites da época natalícia, forçosamente atingiria a personagem que tão ansiosamente desejava saber se os pais lhe davam a prenda que tinha pedido…

…Ora, sabe-se que a Zezinha tinha as faces rosadas, sinal de que estava quentinha; em contrapartida, seu irmão estava frio, indício assaz revelador, não é verdade?!...

…Além disso, o Nandinho foi encontrado «…quase totalmente destapado…», o que não sendo de admirar Como já esperava, encontrou-o enrodilhado na roupa…»), poderá, no entanto, de igual modo, deixar antever a rapidez com que se deitou…

Porém, a chamada «prova-provada» está no princípio do texto, precisamente na primeira palavra: «silenciosa e rapidamente…». Pois se o vulto conseguia avançar em silêncio, apesar da pressa com que o fazia, é evidente que não poderia ser a Zezinha, pois ela vestia uma «…camisinha de noite em tafetá…», tecido que produz um «fru-fru» contínuo quando roça uma parte na outra. A rapidez, logicamente acentuaria o ruído…

…Já o mesmo não aconteceria com o Nandinho, que esse – sim! – poderia andar silenciosamente, dado apenas vestir roupas interiores («…o costume que ele apanhara de não querer dormir com o pijama vestido…»).

Suponho, pois, não restarem dúvidas de ter sido o Nandinho quem derrubou a jarra, ao saltar de contentamento, por ter verificado que, junto ao pinheiro, se encontrava a tão desejada bicicleta!...

(Nota final: a hipótese da Zezinha ter despido a camisa de noite para proceder às deambulações – não provocando, portanto, o tal «fru-fru» e podendo, consequentemente, andar em silêncio –, além de ilógica, não é viável, dado que pai Diniz «de imediato, saiu da cama e foi investigar…» e «dirigiu-se, primeiramente, ao quarto da Zezinha…», o que não lhe daria tempo a vesti-la, nem tão pouco a apresentar o belo aspecto faces rosadas») que tinha...).

© DANIEL FALCÃO