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   Autor Data 11 de Março de 1976 Secção Competição Policiário nº 9 Publicação Mundo de Aventuras [128]  | 
  
   Solução de: NATAL!... Big-Ben Começaremos
  a solução com as palavras que terminavam o problema. Recordemo-las: «Querem os leitores-solucionistas de
  «Mistério… Policiário» dar uma ajuda ao
  pai Dinis? Julgo que só eles o poderão fazer…». Reparem bem: «Julgo que só eles o poderão fazer…»,
  isto é, só eles (leitores-solucionistas) poderão dar urna ajuda ao pai Diniz
  (na descoberta de quem seria o causador da jarra ter caído). Mas
  porquê só os leitores-solucionistas? A resposta é óbvia: só eles tem
  conhecimento de algo que os restantes mortais (inclusive o pai Diniz)
  desconhece, ou seja as deambulações do vulto que, embora involuntariamente,
  derrubou a jarra. E é precisamente nessas deambulações que está a «chave» (ou melhor, as «chaves» do «caso»… (Abrimos
  um parêntesis para esclarecer que a família Diniz é composta por quatro
  pessoas: pai, mãe e dois filhos: a Maria José (Zezinha) e o Fernando Manuel (Nandinho).
  Aliás, é fácil chegar a esta conclusão se atentarmos convenientemente no
  texto: «os gritos de contentamento da Zezinha…
  entrou no quarto dos pais… seguiu-se-lhe o irmão… e toda a família Diniz se uniu…». Como
  não há mais ninguém, só os dois irmãos poderão ser apontados como possíveis
  derrubadores da jarra, porquanto, «pai
  Diniz acordou cora o barulho…», estando, portanto, a dormir quando aquela
  caiu, e mãe Diniz idem-idem, aspas-aspas – «mirou a esposa, que continuava a dormir, sem dar por nada». Posto
  isto, fechemos o parêntesis…). As
  deambulações do vulto foram feitas sobre um chão não alcatifado («…a jarra a
  desfazer-se em estilhas no pavimento de tacos…). Logo o frio que
  normalmente se depara nas noites da época natalícia, forçosamente atingiria a
  personagem que tão ansiosamente desejava saber se os pais lhe davam a prenda
  que tinha pedido… …Ora,
  sabe-se que a Zezinha tinha as faces rosadas, sinal de que estava quentinha;
  em contrapartida, seu irmão estava frio, indício assaz revelador, não é verdade?!... …Além
  disso, o Nandinho foi encontrado «…quase
  totalmente destapado…», o que não sendo de admirar («Como já esperava, encontrou-o enrodilhado na roupa…»), poderá, no
  entanto, de igual modo, deixar antever a rapidez com que se deitou… Porém,
  a chamada «prova-provada» está no
  princípio do texto, precisamente na primeira palavra: «silenciosa e rapidamente…». Pois se o vulto conseguia avançar em
  silêncio, apesar da pressa com que o fazia, é evidente que não poderia ser a
  Zezinha, pois ela vestia uma «…camisinha
  de noite em tafetá…», tecido que produz um «fru-fru» contínuo quando roça
  uma parte na outra. A rapidez, logicamente acentuaria o ruído… …Já
  o mesmo não aconteceria com o Nandinho, que esse – sim! – poderia
  andar silenciosamente, dado apenas vestir roupas interiores («…o costume que ele apanhara de não querer
  dormir com o pijama vestido…»). Suponho,
  pois, não restarem dúvidas de ter sido o Nandinho quem derrubou a jarra, ao
  saltar de contentamento, por ter verificado que, junto ao pinheiro, se
  encontrava a tão desejada bicicleta!... (Nota
  final: a hipótese da Zezinha ter despido a camisa de noite para proceder às
  deambulações – não provocando, portanto, o tal «fru-fru» e podendo,
  consequentemente, andar em silêncio –, além de ilógica, não é viável, dado
  que pai Diniz «de imediato, saiu da
  cama e foi investigar…» e «dirigiu-se,
  primeiramente, ao quarto da Zezinha…», o que não lhe daria tempo a
  vesti-la, nem tão pouco a apresentar o belo aspecto
  («faces rosadas») que tinha...).  | 
 
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   © DANIEL FALCÃO  | 
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