Autor Data 17 de Setembro de 2000 Secção Policiário [479] Competição Prova nº 10 Publicação Público |
NA PISTA DO ASSASSINO Big Ben “Sir” Sydney Smith, que foi
aluno “de um professor de Edimburgo e cirurgião muito distinto da Enfermaria
Real, o dr. Joseph Bell”, no precioso e elucidativo
livro “Na Pista do Assassino” (Editorial Aster),
menciona que “aquele empregado que ele [dr. Joseph
Bell] gostava de espantar com as suas deduções e que, mais tarde, se licenciara
também em medicina, era ‘sir’ Arthur Conan Doyle”. A referência confirma a
asserção de o dr. Bell, pelo seu discernimento e
argúcia, capacidade de raciocínio e ilações surpreendentes, ter servido de
fonte inspiradora a Conan Doyle
para criar a figura de Sherlock Holmes. Mais lembra a mencionada
obra que “num dos seus contos, Sherlock Holmes
dizia ao dr. Watson que um detective
necessita de três requisitos para ser bem sucedido:
poder de observação, poder de dedução e um vasto domínio de conhecimentos”. E o agente Barata tinha
sempre presente tal conceito quando investigava algum caso. Como sucedia
naquela ocasião… Aconteceu que Manuel
Chumbo, chefe laboratorial de grande empresa química, foi assassinado no seu
local de trabalho. Quando estava sentado à secretária, analisando apontamentos
relacionados com a sua actividade, levou um balázio
no peito, o qual, embora não ocasionando a morte imediata, o impossibilitou
de sair da cadeira onde se encontrava. Daí, consciente do fim que
se aproximava, intentou deixar algo que indicasse o seu algoz; no entanto,
temendo que se ratificasse o dito de “o criminoso voltar ao local do crime”,
fê-lo de maneira a que este não “percebesse” a “mensagem”, acaso retrocedesse
e a visse. Por isso, em letra de imprensa, escreveu o seguinte: AFIDO. Após várias diligências, o
agente Barata concluiu que a morte de Manuel Chumbo tão só poderia ter sido
causada por um dos seus quatro colaboradores, até porque mais ninguém possuía
chave do laboratório e era sabedor do código de acesso. Assim, tratou de recolher
os seus depoimentos, sintetizando-os como segue: – Júlio Ferro há muito
ansiava pela aposentação do chefe, porquanto seria o seu substituto; porém, jamais
anteciparia tal, menos ainda efectuando uma morte. – Maria Hélio garantiu
serem infundados os zunzuns de andar “enrolada” com o chefe; ele bem tentara,
por várias vezes, mas ela sempre conseguira esgueirar-se às suas investidas. – Túlio Gomes, tal como os
colegas, considerou que aquelas letras haviam sido feitas pelo chefe, dada a
forma característica como escrevia. – Vítor Prata manifestou-se
não surpreendido com o escrito deixado pelo chefe, já que o “hobby” dele era produzir e decifrar “coisas daquelas”,
para as quais até tentou atraí-lo. Este o imbróglio que se
deparou ao Agente Barata e solucionado através dos três requisitos acima
especificados, de nada valendo, portanto, consultar o livro a princípio
indicado. Consequentemente, qual dos
quatro matou Manuel Chumbo? A – Júlio Ferro? B – Maria Hélio? C – Túlio Gomes? D – Vítor Prata? |
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© DANIEL FALCÃO |
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