Autor Data 18 de Setembro de 2011 Secção Policiário [1052] Competição Campeonato Nacional e Taça de
Portugal – 2011 Prova nº 9 (Parte II) Publicação Público |
BRANCA DE NEVE Branca de Neve Eu
juro, juro por tudo quanto há de mais sagrado que nada tenho a ver com este
caso. Chamo-me Rosa, mas todas as minhas amigas me tratam por Branca de Neve.
Não sou possuidora de qualquer predicado que me faça diferente das minhas
amigas, mas a verdade é que todas me invejam. Não tenho nada, mas todas elas
querem ter esse nada que eu tenho. As
minhas amigas mais chegadas, todas têm nome de flores. São a Dália, a
Margarida, a Hortência e Violeta. O
meu namorado chama-se Manuel, mas usa a alcunha de Cravo. Todas as minhas
amigas queriam para elas o meu Cravo. Naquele
dia de Novembro o Cravo apareceu morto. Não se pode dizer que fosse por falta
de água. O dia inteiro esteve a chover. A arma que serviu para o matar foi um corta papel, que lhe perfurou o estômago. O cabo
rendilhado definia-o como um objecto de uso
feminino. Nomeado
para deslindar o caso, o comissário José Maria concluiu que o crime havia
sido praticado por uma mulher, e indicou o meu nome e o das minhas quatro
amigas mais chegadas. Nas
declarações que prestámos, eu disse que tinha passado o dia na igreja
ajudando na sua ornamentação para a festa do senhor Orago; para além do padre
tinha o testemunho das outras senhoras que estiveram fazendo o mesmo. A
Dália disse que andara durante algumas horas correndo junto ao mar. Andava a
preparar-se para participar numa prova de atletismo. A
Margarida disse que tinha passado todo o dia em casa de Hortência. Hortência
confirmou o álibi da Margarida e disse que tinha passado o dia com esta. Violeta
afirmou que à hora do crime estava na Biblioteca Municipal a consultar uma
biografia de São Martinho. Como
já afirmei, juro por todos os santos do Reino dos Céus, que nada tenho a ver
com este crime. Assim, das outras raparigas que o comissário indicou, qual
delas terá sido a assassina? A
– A Margarida B
– A Hortência C
– A Violeta D
– A Dália |
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© DANIEL FALCÃO |
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