Autor

Carlos Paniágua Fèteiro

 

Data

1 de Novembro de 1958

 

Secção

Fora da Lei!...

 

Competição

Torneio de Abertura

2º Problema

 

Publicação

A Voz Portalegrense, nº 1356

 

 

VENENO NO CASINO

Carlos Paniágua Fèteiro

 

- Cheguei a casa do malogrado Bastos eram 21,30, o que pode ser confirmado por estes senhores, que já lá se encontravam. – disse o Professor Mendes, eminente autoridade no campo da química, indicando o comerciante Almeida e o jovem Carvalhal. E prosseguiu: - Entreguei-lhe então uma droga para as insónias, que ele me tinha solicitado, dizendo-lhe que a tomasse em pequenas quantidades, pois era muito forte.

Depois, utilizando o seu carro, fomos para o Casino, como de costume.

Estivemos algum tempo na sala de jogo e, enquanto Bastos continuava a jogar, nós fomos tomar algumas bebidas. Seriam 2,15, cantava nessa altura Maria de Lourdes o “Fado Fora de Horas”, quando o nosso defunto amigo veio à nossa mesa com uma taça, na qual só tinha molhado os lábios, dizer que se ia deitar. Quando se dirigia para a porta, caíu morto. Quanto a mim, trata-se dum suicídio.

- E dava-se bem com o morto? – perguntou o Inspector Balhé.

- O melhor possível. Era ele, até, quem me valia nas minhas dificuldades monetárias. – respondeu o Professor.

Então o Inspector dispôs-se a ouvir Almeida, que confirmou as declarações do Professor, lastimando a morte do amigo e acrescentando, apenas, que tinha sido o segundo a chegar a casa.

Por sua vez, o moço Carvalhal, visivelmente enervado, fez ciente ao Inspector que o morto era um usurário, que sugava todos os que recorriam aos seus empréstimos. Por isso, a sua morte não lhe causara grande pena. E ia prosseguir quando, após leves pancadas na porta, um agente entrou, entregando ao Inspector Balhé um documento.

Este, que tinha ali o seu segundo caso, leu o seguinte, proveniente do laboratório:

«Morte causada por substância que, mesmo ingerida em doses mínimas, age rápida e fatalmente.»

Então o Inspector...

 

Sim, que fez ele, caros sherlocks?

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO