Autor

Carlos Paniágua Fèteiro

 

Data

15 de Novembro de 1958

 

Secção

Fora da Lei!...

 

Competição

Torneio “Edgar Allan Pöe"

2º Problema

 

Publicação

A Voz Portalegrense, nº 1358

 

 

O ESCARAVELHO DE OURO

Carlos Paniágua Fèteiro

 

Sim, era verdade. Os roubos do «Escaravelho de Ouro», estranho gatuno que só agia na alta sociedade e deixava sempre no local do furto, um cartão com a figura de que lhe viera o nome, tinham terminado. Estava ali, morto. E, por incrível que pareça, era Sir John Gail. E August Dupin recapitulou mentalmente os factos: Estava na Scotland Yard, de visita ao seu amigo Inspector Stanley, quando, após uma campainhada impertinente na porta do gabinete, entrara um agente a comunicar que Sir John Gail se suicidara, deixando um cartão do «Escaravelho de Ouro», a confessar que era ele o ladrão.

Seguiram imediatamente para o Palacete, e na biblioteca deparara-se-lhes uma cena banal para eles. Sentado à secretária, com as mãos crispadas nos braços da cadeira, estava Sir John, a fonte direita chamuscada e, na sua frente, o cartão que se tornara habitual à Scotland. A janela estava fechada e na vasta sala tudo ocupava os seus lugares, não se notando o mais pequeno objecto desarrumado. O afilhado do morto declarou que passava no corredor quando fora surpreendido pelo ruído de um tiro. Correra imediatamente à biblioteca, mas seu padrinho já morrera. Mandara então um criado comunicar o acontecimento e ficara velando para que ninguém entrasse no local.

Monsieur Dupin escutara tudo e depois procurou qualquer coisa em toda a sala, chegou mesmo a ir ao jardim e ouviram-no murmurar com frequência que lhe faltava um pormenor.

Voltou a perguntar ao afilhado se ninguém mais entrara na sala, ao que ele respondeu que não, que podia garantir que não.

Então August Dupin disse que...

    

Como resolveu Monsieur Dupin este caso?

Qual o pormenor que faltava?

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO