Autor Data 16 de Agosto de 1979 Secção Mistério... Policiário [230] Competição Torneio
“4 Estações 79” | Mini C - Verão 79 Problema nº 8 Publicação Mundo de Aventuras [306] |
MAIS UM CASO DE ASSASSÍNIO… Confúsio O
inspector saiu do cano, acompanhado do médico legista
e entraram apressadamente na pensão. Logo
o recepcionista se lhes dirigiu. Não
houve qualquer troca de palavras. Subiram rapidamente as escadas que
conduziam ao primeiro andar e percorreram um comprido corredor, no fundo do
qual o recepcionista se deteve frente ao quarto 59. –
É aqui, sr. inspector
– disse o recepcionista. Entraram.
No
interior do quarto, encontrava-se um homem caído no chão, com a cabeça
assente no seu braço esquerdo, este ligeiramente flectido.
O
inspector e o médico legista ajoelharam-se junto do
corpo, verificando que o homem estava morto há já algum tempo. Sem
lhe mexer – o cadáver encontrava-se de bruços – o inspector
verificou que as suas costas apresentavam vários sinais de facadas. Os
olhos do morto estavam fixos no seu braço direito que, formando um ângulo recto com o corpo, apontava para um quadro caído no chão…
Uma cópia do «Mona Lisa»… Na ponta acusadora do dedo
indicador estendido, manchado de sangue, ele ainda tivera tempo de escrever
no «parquete», o que parecia ser «qua»… Ergueram-se
ambos e o inspector ficou a olhar aquele braço
estendido com o dedo acusador manchado de sangue a apontar para «Mona Lisa»
como se fosse ela a causadora da sua morte… enquanto o médico ia declarando
que a morte ocorrera cerco de duas horas antes… O
inspector olhou em volta… Obcecado por aquele braço
estendido, verificava agora que todo o quarto estava na mais completa
desordem… Ali, alguém lutara rijamente tentando salvar a vida… À
pergunta do inspector, o recepcionista
disse que ninguém entrara na pensão, além de 2 hóspedes da mesma, e que não
abandonara o seu posto nas últimas 4 horas. Como
os hóspedes que tinham entrado se encontravam nos seus quartos, imediatamente
o inspector se lhes dirigiu. Pô-los ao corrente da
situação e pediu-lhes que lhe dissessem o que tinham feito desde que tinham
entrado na pensão. Martins,
o hóspede do quarto 57, disse que entrara cerca de 3 horas antes, não tendo
notado nem ouvido nada de anormal. Oliveira,
o hóspede do quarto 55 disse ter entrado aproximadamente 2 horas antes, ou
talvez um pouco mais, não se tendo apercebido de que algo de anormal se
tivesse passado. O
recepcionista confirmou as horas de entrada,
afirmando que ninguém mais estivera na pensão nas últimas 4 horas. O
inspector depois ficou a magicar que… podia
resumir-se a três suspeitos… Eles eram tão peremptórios
nas declarações!... Ou alguma coisa ali estava mal… Ia já a sair quando, ao
olhar novamente para o corpo, foi de novo atraído por aquele braço estendido,
formando ângulo recto com o corpo… apontando com
dedo acusador uma simples cópia de um quadro célebre e por todos
conhecido!... Parou
de repente!... Não se conteve e disse para o médico legista: –
Bem achado!... Não sei como não me lembrei daquilo! Afinal, já calculo quem
foi o causador de tudo isto. Vai ser apenas uma questão de o interrogar e
apertar… E
nós perguntamos: 1
– Se seguir o raciocínio do inspector, quem acha
culpado? 2
– Exponha convenientemente a sua teoria. |
|
© DANIEL FALCÃO |
||
|
|