Autor Data 11 de Dezembro de 2006 Competição Episódio nº 4 Publicação Blogue Clube de Detectives |
Solução de: O ENIGMA DO VASO PARTIDO Daniel Falcão O
empregado do bar, observando a felicidade estampada no nosso rosto e em
consequência da nossa troca de palavras, ansioso por saber quem havia partido
o vaso preferido da esposa, perguntou: “E então? Já deu para entender que
sabem quem partiu o vaso. Mas, importam-se de partilhar comigo o vosso
raciocínio?” É
claro que a felicidade que se podia detectar no nosso rosto, não derivava do
facto de termos descoberto o pequeno ‘criminoso’. Claro que não! O que nos
satisfazia naquele momento era a oportunidade de termos resolvido este caso
com tal rapidez, que íamos ter, finalmente, algum tempo só para nós. Disse,
então, o Hugo: “A situação que nos descreveu resolve-se muito facilmente.
Como não conhecemos a sua casa, imaginamos que as seguintes situações não
devem estar longe da realidade. O quarto do Filipe deve ser próximo do local
onde foi partido o vaso. Caso ele estivesse com a janela aberta, poderia ter
escutado o ruído resultante da queda do vaso. Por outro lado, caso a sua casa
possua um jardim que a rodeia, pelo menos parcialmente, é aceitável
considerar que o Carlos brincasse num local em que não fosse visível a queda
do vaso. Acresce ainda o facto de o seu filho mais novo não dizer que escutou
o ruído da queda. É claro que, mais tarde, o Carlos deve ter achado
irresistível deixar uma pegada do seu pé descalço naquela terra apetecível.” “Está
a querer dizer-me que o malandro que partiu o vaso foi o Rui”, adiantou-se o
empregado do bar. “Deixe-me
continuar! É possível que a garagem onde estava o Rui também fique num local
próximo, sendo possível escutar o ruído da queda do vaso…” “Mas,
então…”, tartamudeou o empregado do bar. “Todavia,
seria completamente impossível o Rui estar a ler um livro de banda desenhada
e, após voltar a folha, passar para a página 17. Como é sabido, voltando-se a
folha de um livro, deparamos sempre com uma página par, pois a numeração
inicia-se sempre do lado direito.” “Tem
razão”, disse o empregado do bar, enquanto folheava o livro que ia lendo nos
períodos em que não tinha clientes. |
© DANIEL FALCÃO |
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