Autor

D. Chicote

 

Data

1 de Novembro de 1985

 

Secção

Mistério... Policiário [455]

 

Competição

Torneio “Dos Reis ao S. Pedro” - 83

Problema nº 7

 

Publicação

Mundo de Aventuras [563]

 

 

Solução de:

DINHEIRO EM CAIXA DE LENÇOS

D. Chicote

 

(…) – Foi fácil descobrir o gatuno. Na notícia que o vosso jornal divulgou, datada de 23, dizia-se que «o inverno começou mal… para o senhor Zé da Nora, ontem vítima»… Portanto o furto ocorreu no dia 22 de Dezembro, o dia mais curto do ano. Assim, quando o suspeito (CULPADO) Bonifácio afirmou que viu «um vulto a 100 metros, carregando às costas, uma canastra com folhas de figueira», tivemos logo quase a certeza de que fora ele o gatuno. Como sabe, as últimas folhas caem-lhe em Setembro e a figueira passa despida todo o Outono e Inverno. Mas houve outros pormenores que denunciaram o gatuno, conforme nos explicou o sargento da GNR: – A vítima tinha-nos indicado que os suspeitos estiveram em sua casa pela seguinte ordem, Anastácio, Pancrácio e Bonifácio, e com intervalos de cerca de uma hora. Se o Pancrácio esteve lá às 5 horas, só uma hora depois o Bonifácio visitou a vítima, quando já era de noite. Por isso nos pareceu impossível que ele houvesse visto o vulto àquela distância e mais ainda que visse o que era transportado.

E concluiu: – As nossas dúvidas dissiparam-se quando ele afirmou ter visto a caixa dos lenços, quando ficou só em casa da vítima. Tal como o senhor Zé da Nora vos disse, a caixa desapareceu juntamente com o dinheiro. Se o Bonifácio, o último que esteve lá em casa, falou que viu a caixa, é porque os outros dois suspeitos não a haviam levado. Perante esta certeza quanto a este suspeito, pouco importa a dificuldade em confirmar se os outros dois estavam ou não falando verdade. Estes são os pormenores principais. Claro que o leitor teria de explicar, provando, tudo o que aqui ficou dito.

© DANIEL FALCÃO