Autor Data 19 de Dezembro de 1986 Secção O Detective [14] Publicação Jornal de Almada |
A MOEDINHA Nº 1 Detective Alcopas Naquela
noite de Natal o velho forreta resolveu convidar os seus sobrinhos mais
queridos para a Consoada. O primeiro a chegar à mansão de dois andares foi o Peninha.
Alguns minutos mais tarde chegaram os restantes: o Huguinho, o Zézinho, o Luisinho e o Donald.
Todos abraçaram alegremente o Tio Patinhas e foram cear. Após esta, trocaram
presentes e a convite do anfitrião passaram a noite na mansão, distribuídos pelos andares de cima, um em cada quarto. De
manhã ouviu-se um QUAC! Todos acorreram de imediato e viram o Tio desmaiado.
A moedinha nº 1, exposta no salão de entrada, numa redoma de vidro, tinha
sido roubada. Em seu lugar estava apenas um papel dactilografado. Recuperado os sentidos, o Tio Patinhas resolveu
investigar. Verificou que todas as portas e janelas se encontravam fechadas
por dentro e que se tinha esquecido da chave da porta traseira no respectivo canhão. Concluiu que o ladrão era um dos seus
familiares! Irritado, leu o bilhete e soltou uma gargalhada: «Isto é uma
brincadeira. Descubra o criminoso e terá a moeda.» Retomou
as investigações e notou que o tapete da entrada da porta das traseiras se
encontrava com vestígios de terra… Abriu a porta e seguindo as pegadas em
sentido contrário, verificou que estas conduziam à janela situada à direita
da porta principal. De imediato começou os interrogatórios: PENINHA:
– Estive a ler um livro sobre Mineralogia e descobri que existe um topázio
incolor com 1680 quilates chamado «Diamante de Bragança» e pertence ao
tesouro português. Depois apaguei a luz e adormeci de seguida até de manhã. DONALD:
– Depois de ter entrado para o quarto, apaguei a luz. Como não conseguia
adormecer, peguei num livro, «Uma noite em Lisboa» de Thomas Gifford e adormeci. Só acordei com o grito dado pelo Tio.
HUGUINHO:
– Estive a ler um álbum de B.D. de Jean Graton,
Rali em Portugal. Adormeci e só acordei de manhã com a gritaria e confusão.
Não vendo o Luisinho, fui ao seu quarto e acordei-o. ZÉZINHO:
– Estive a ler um livro sobre a vida de D. Dinis. Foi o fundador da Ordem de
Cristo e jaz em Odivelas. Apaguei a luz e só acordei de manhã com o alvoroço.
LUISINHO:
– Estive a ler um exemplar do Jornal de Almada. Li-o com interesse,
especialmente a secção policiária «O DETECTIVE». Consegui resolver o problema
e até escrevi a solução para a enviar! De manhã dormia como uma pedra quando
fui acordado pelo Huguinho, O
Tio Patinhas já sabia quem tinha sido o autor do roubo, mas queria uma prova
irrefutável. De chofre perguntou a altura de cada um deles e anotou: Peninha:
1,04m; Donald: 0,99m; Huguinho: 0,61m; Zézinho: 0,62m; Luisinho: 0,60m. De seguida mediu o
comprimento de uma pegada e anotou 15cm. Fez os seus cálculos e virando-se para
o culpado, disse: – Tens 5 segundos para me devolveres a moedinha nº 1, se
não deserdo-te!... O
culpado, atrapalhado, devolveu-a e todos soltaram uma gargalhada, incluindo o
Tio. Aquele Natal foi o melhor das suas vidas. Agora,
pergunto eu: 1
– Como foi cometido o roubo? 2
– Quem foi o culpado? 3
– Como foi descoberto? Indique os pormenores da sua culpabilidade. Nota:
– Para a resolução deste problema é necessário consultar-se a revista
XYZ-Magazine, secção «Ciência e Técnica Policial», entre outra bibliografia. |
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© DANIEL FALCÃO |
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