Autor Data 19 de Julho de 1979 Secção Mistério... Policiário [226] Competição Torneio
“4 Estações 79” | Mini C - Verão 79 Problema nº 4 Publicação Mundo de Aventuras [302] |
CRIME NA FAZENDA Dr. Cógnitus Paulo
Martinho vivia isolado na sua fazenda desde a morte da mulher que ocorrera
quatro anos atrás. A
sua grande distracção era a leitura e a música e actualmente passava os dias
com o gira-discos ligado e o livro aberto. Como
não tivera filhos, anos atrás resolvera adoptar três órfãos austríacos que
durante a II Guerra Mundial se tinham refugiado em Portugal. Decidiram
ficar por cá, os três, e singraram pela vida fora, uns melhor que os outros. Strasser,
o mais velho, era advogado. Hoffman, o do meio, era professor liceal, e o
mais novo, Helmut, era violoncelista. Tudo
decorria a preceito quando, um dia, Paulo Martinho apareceu morto. Tinha uma
grande contusão na cabeça e supôs-se que teria escorregado e batido com a
testa na esquina de uma mesa junto da qual estava o corpo. Foram
achá-lo no chão, com uma das mãos debaixo do corpo e a outra estendida ao lado
deste. O
corpo estava de barriga para baixo e encontrava-se numa arrecadação sem
candeeiros, onde a vítima guardava e manuseava os seus produtos hortícolas e
daí lhe acharem uma noz descascada e partida na mão que estava fechada
debaixo do corpo… Em
cima da mesa estavam amêndoas, nozes, favas e ervilhas, todas descascadas,
embora ainda restassem algumas ervilhas inteiras. Depreendia-se
que estava a descascar aqueles legumes pois as suas mãos tinham vestígios de
cascas… O
médico legista afirmou que Paulo Martinho fora morto por um objecto
contundente que não a esquina da mesa. Disse ainda que a morte não fora
imediata… As
suspeitas recaíram imediatamente sobre os três irmãos, as únicas pessoas que
poderiam entrar livremente na fazenda. Estava
a situação neste ponto quando o inspector Pinheiro foi chamado. Inteirou-se
dos dados acima indicados e começou a organizar um esquema mental que se
ajustasse àqueles dados. Depois
de muito pensar, não chegou a conclusão alguma (curioso!...). Resolveu então
dar uma volta pela cidade a fim de espairecer. Ao
passar por uma grande loja de artigos de «ménage», pensou para si: «Amanhã
tenho de comprar uma prenda para a Lena pois fazemos anos de casado…». Depois
continuou a andar e reparou na montra de uma discoteca: Beethoven, Rossini,
Bach, Tchaikovsky, Mozart, Schuman… De
repente parou e ficou a olhar para um disco que vira atrás… Olhou
para o disco, reviu o caso de Paulo Martinho mentalmente e chegou à conclusão
de quem era o criminoso… Ao
correr para a delegacia, batia com a mão na testa e dizia em voz alta: –
Mas que estúpido, não ter pensado nisto mais cedo. É evidente… E a Ritinha
até tem o livro!... Agora
perguntamos: 1
– Quem matou o Paulo Martinho? 2
– Descreva pormenorizadamente como o inspector chegou a essa conclusão. |
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© DANIEL FALCÃO |
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