Autor

Dr. Mistério

 

Data

16 de Outubro de 1975

 

Secção

Mistério... Policiário [31]

 

Competição

I Grande Torneio

Policiário nº 4

 

Publicação

Mundo de Aventuras [107]

 

 

UMA CORRIDA CONTRA O TEMPO

Dr. Mistério

 

Numa tarde de Março o Inspector Dias sentado na sua cadeira olhava para outro homem sentado na sua frente. Depois de alguns momentos de silêncio o Inspector acendeu o seu cachimbo, levantou-se e começou a falar enquanto andava, com passadas largas, pela sala:

– Oiça –disse o Inspector – você não adianta nada em manter esse silêncio. Temos provas suficientes para o metermos atrás das grades por muito tempo. Se você falasse isso poderia atenuar…

O outro nada disse. Estava imperturbavelmente sentado. Parecia uma estátua.

O Inspector continuou a andar pela sala, pensando:

– «Se este tipo não disser nada, terei que fazer outra busca na casa dele… E se aquela condessa não andasse sempre a chatear-nos por causa das jóias!...»

De repente, o outro, como que adivinhando o pensamento do Inspector, disse:

– Você está muito interessado nas jóias… Isso também o prejudica, não é… Tem de entregar as jóias no dia do meu julgamento… Você nunca o conseguirá. Está a desafiar o relógio, a correr contra o tempo…

– «Ele tinha razão… Se tivesse mais tempo… Não havia outra alternativa, tinha que fazer a busca!»

 

Eram sete horas quando a busca começou. O Inspector e mais dois dos seus homens passavam minuciosa busca a uma casa magnificamente mobilada.

O Inspector e os seus homens começaram por fazer um plano de busca. O Inspector mais um dos homens ficava na sala, o outro homem ficava nos quartos.

Depois disto, as mãos começaram a trabalhar… Uma hora depois ouviu-se um ding-dong muito ruidoso que saía de um grande relógio de pé alto.

Um dos homens do Inspector afastou-se do móvel que estava a rebuscar e aproximou-se do relógio tentando abrir a portinhola de fechadura que estava na sua base.

– Que é que tu queres encontrar aí?...pergunta o Inspector. – Talvez um cuco com um colar de diamantes ao pescoço?... Deixa isso em paz!

Eram dez horas quando o Inspector foi para casa.

– «Este arranjou um lugar muito original… Mas qual? Nós rebuscamos a casa de uma ponta à outra…»

O Inspector sentou-se numa cadeira e continuou a pensar…

De repente disse em voz alta:

– Que burro que eu fui! Não me soube servir do indício que ele me deu… Assim, as jóias já estariam descobertas…

 

1 – Onde estariam as jóias?

2 – Qual o indício que o Inspector desprezou?

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO