Autor

Eureka

 

Data

14 de Maio de 1988

 

Secção

Sábado Policiário [123]

 

Publicação

Diário Popular

 

 

Solução de:

O SUBMARINO

Eureka

 

A banda magnética teve de deixar o submarino durante a viagem, pois seria impossível fazê-lo antes ou depois da mesma. Este facto aliado à circunstância de o comandante ter desaparecido dá-nos, à primeira vista, a ideia de que ele fugiu com a banda. Segundo a narração concluímos que no momento em que o comandante abandonou a máquina esta se encontrava a grande profundidade e nada se aproximou dela. Sabendo-se que apenas o navio almirante podia seguir o rasto do submarino, concluímos que o comandante não teria hipótese de sobreviver porque ninguém poderia recolhê-lo e o ar comprimido dos escafandros não dura sempre.

Sabendo-se que os quatro tripulantes eram os únicos capazes de tripular o submarino, o comandante seria substituído pelo imediato, no seu impedimento. Sendo o imediato ambicioso e ciente das suas capacidades engendrou um plano que lhe desse o lugar do comandante. Para tal, começou por matar o comandante. Foi durante a luta que deve ter havido entre ambos que o chão ficou sujo de sangue. Para explicar o sangue serviu-se das ligaduras e inventou a desculpa de ter raspado numa porta, o que seria impossível por todos usarem luvas muito resistentes e não seria ao raspar numa porta que ele faria um ferimento que justificasse o uso de ligaduras).

Depois de ter matado o comandante, vestiu-lhe um escafandro e juntou-lhe a banda, fazendo-o sair pela escotilha. Dava assim a ideia de que o comandante fugira com os planos. A prova de que ele vestiu um escafandro ao comandam-te é a existência na cabina de três escafandros, mais o de reserva, quando eram quatro os tripulantes.

Resta ainda dizer que se o 2º tenente tivesse reparado no objecto que se afastava do submarino, poderia ter investigado, o que, devido à sua inexperiência, não aconteceu.

Está assim explicado o que se passou no submarino.

 

© DANIEL FALCÃO