Autor Data 1 de Março de 1986 Secção Sábado Policiário [14] Competição 1º
Torneio de Problemística (Sábado Policiário) 1º Problema Publicação Diário Popular |
LADRÃO ASSASSINO Excalibur (Dedicado, com um beijinho, à PAL.) Estávamos
em 1 de Abril de 1983. «–
Que lindo dia está hoje!» – era a frase que exclamava Artur Jorge, em dias de
sol. Artur Jorge era um homem de 36 anos, solteiro e vivia só, num 4º andar.
Apenas tinha um irmão como familiar e raras vezes se encontravam. Não só gostava
de ver o dia amanhecer, como também anoitecer. Infelizmente, naquele dia, não
o viu anoitecer, pois, ocorreu a grande tragédia. Que tragédia? Ah, nem
adivinham, o assassínio do pobre Artur Jorge. Pois é, aquele rapaz tão
simpático que toda a gente da cidade conhecia e adorava foi assassinado. Quem
o matou? Ora, ora, vamos lá, agora, saber ao certo, quem foi!… Uns dizem que
deve ter sido o morador do 5 andar; outros, o do 2º; e outros, dizem que foi
o irmão do rapaz. O inspector Espadinha foi até ao local do crime e ouviu as
pessoas acusarem este e aquele. No
hospital, o médico e o inspector, chegaram à conclusão que o assaltante, já
depois de o ter assaltado, ainda o baleou no peito. Os
suspeitos eram, pois claro, o vizinho do 5º andar, o do 2º e finalmente o
irmão do Artur Jorge. De tarde, os interrogatórios feitos pelo inspector,
obtiveram o seguinte: Do
vizinho do 2º andar: – «Bem, eu fui dos últimos a saber que tinham
assassinado o Artur. Por isso, acho que não tenho nada a ver com isto, pois,
eu nem tinha nada contra o homem. E, para mais, sou contra a violência,
acho-a uma coisa selvagem! O Artur Jorge era um sujeito pacato e todos
gostávamos dele. De Verão até costumávamos fazer grandes patuscadas na minha
quinta, por isso, não vejo razão alguma para ser eu a fazer-lhe o que
aconteceu.» Do
vizinho do 5º andar: – «Coitadito, eu também gostava muito dele e também
organizávamos grandes petiscos. Era um rapaz muito bondoso e não vejo razão
alguma para o roubar nem para o matar! Se calhar as pessoas pensam que fui
eu, porque éramos bons amigos, mas o que elas têm é inveja.» Do
irmão da vítima: – «Coitadinho do meu irmão! Era tão bom. Eu nem sei o que
estou aqui a fazer. Como poderia eu matá-lo se até tenho pavor às armas. Nem
sequer conseguia agarrar numa arma de fogo! Deus me livre, eu nem tenho
palavras para contar isto ao resto da família. É que a mim, ainda me custa
mais, do que aos outros, pois, trabalhávamos juntos e quase todos os dias nos
víamos.» O
inspector Espadinha achou o caso como o mais fácil da sua vida de
investigador. Com certeza que vocês, caros leitores, também o vão achar
muitíssimo fácil, bastando lerem o texto com bastante atenção. Pergunto:
1
– Quem foi a ladrão assassino? 2
– Explique as razões do seu raciocínio. |
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© DANIEL FALCÃO |
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