Autor

Fantasma

 

Data

31 de Dezembro de 1981

 

Secção

Mistério... Policiário [336]

 

Competição

Torneio “Do S. Pedro ao Natal”

Problema nº 13

 

Publicação

Mundo de Aventuras [429]

 

 

O CASO DO ASSSASSÍNIO DO JUIZ

Fantasma

 

Algarve… Portimão… Verão de 19…

– Sim?!… Com certeza, vou de imediato.

Foi assim, ao atender o telefone, que o Inspector Alberto se preparou para sair imediatamente do gabinete e se dirigir para casa do juiz Mário António, naquela manhã, muito cedo. Depois de ter estacionado o carro em frente da casa, bonita e situada dentro de um pequeno jardim a caminho da praia, aproximou-se da porta e carregou no botão da campainha. Pouco depois apareceu uma criada – tipo criada boçal da aldeia – que o mandou entrar, depois de identificado, e o guiou.

A sala onde se encontrava o corpo era espaçosa, género gabinete de trabalho, com uma enorme estante à direita da secretária, carregada de livros. O juiz encontrava-se sentado a essa ampla secretária. À sua direita, uma janela que dava para o jardim. Estranhamente, a luz deste gabinete estava acesa.

Passada uma breve busca ao gabinete, nada de anormal foi encontrado, a não ser um desses «colchões de praia», estreitinhos, para uma só pessoa, finos e forrados a turco. Depois de desdobrado verificou-se ter três furos – os dois dos extremos manchados: um manchado de escuro numa das faces do «colchão» e o outro, na outra face, manchado de um vermelho acastanhado – melhor, castanho-avermelhado.

Após esta breve inspecção, o inspector ia a sair da sala quando lhe apareceu na frente um enorme cão, pastor alemão, rosnando, de dentuça à mostra e ameaçadora… Nada chegou a acontecer porque apareceu logo uma jovem bonita a afastar e a acalmar o cão, ao mesmo tempo que dizia:

– Desculpe este incidente, mas o «Rock» é sempre assim para pessoas estranhas e muito especialmente para homens… Nunca saía, pois era o guarda do meu pai, chamemos-lhe assim…

Algum tempo depois, já com o incidente do cão esquecido, o inspector pediu para interrogar as pessoas da casa, portanto em ligação directa com o juiz, e, claro, começou pela rapariga:

– Chamo-me Clara e sou filha do juiz. Ontem à noite estive sempre na biblioteca a ler e, quando me chegou o sono, fui ao gabinete de trabalho do meu pai, onde este se encontrava com o «Rock», e lá estive algum tempo a conversar, antes de me deitar, deviam ser onze e meia quando cheguei e mais de meia-noite quando saí.

A seguir, coube a vez a um rapaz alto, magro, de compridos cabelos, que disse:

– Eu chamo-me António e sou sobrinho da vítima. Ontem à noite saí de casa deviam ser umas oito e meia e fui ao cinema. Regressei por volta da meia-noite e meia. Quando entrei em casa vi luz no gabinete de trabalho do meu tio, e como é hábito ele trabalhar em sossego, não o fui interromper e dirigi-me logo para o meu quarto.

Depois coube a vez à tal criada «tipo salioa».

– Eu sou a Margarida, criada nesta casa há três meses. Durmo fora. Geralmente saio tarde e venho cedo. Ontem estive a trabalhar até mais tarde. Deviam ser perto das onze quando saí… Passei pelo gabinete do senhor doutor juiz. Estava a luz acesa. Pensando que estava a trabalhar, como habitualmente, não entrei, para não o interromper. A menina estava na biblioteca e por isso me dirigi logo para minha casa, aqui perto.

Após as declarações, a criada indisposta, retirou-se para sua casa, a menina Clara recolheu ao seu quarto e o nosso Inspector, mais o António, sobrinho do juiz, ainda ficaram cerca de duas horas juntos, não só a conversar como, também, a passar uma busca mais aturada à vivenda. Foi durante este trabalho que apareceu na sala onde agora estava o Inspector mais o António, a filha do juiz e mais um homem, relativamente novo, de meia altura e de boa aparência, com o «Rock» a rodeá-lo e a fazer-lhe festas.

Este homem foi apresentado por Clara como sendo um artista de teatro, grande imitador de vozes e também seu noivo, há cerca de três meses.

Após as apresentações o homem explicou:

– A Clara já me disse o que aconteceu… foi penal É a primeira vez que venho a esta casa, e logo aconteceu isto… O senhor, inspector, já tem alguma pista?

– Absolutamente nenhuma… A não ser a pistola que julgo ter servido para matar o juiz… O laboratório e a autópsia, dir-nos-ão, depois, mais qualquer coisa…

E dizendo isto, o inspector abandonou a sala, a vivenda e a área… Mais tarde…

 

Não te preocupes, leitor amigo! Nós cortamos aqui o relato, para fazermos as seguintes perguntas:

1ª – Quem matou o juiz?

2ª – Como chegou a essa conclusão? Explique convenientemente.

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO