Autor

Fong Si Yu

 

Data

24 de Fevereiro de 1977

 

Secção

Mistério... Policiário [102]

 

Competição

Torneio "Primeiro Passo Deductivo"

Problema nº 7

 

Publicação

Mundo de Aventuras [178]

 

 

Solução de:

ANASTÁCIO INVESTIGA…

Fong Si Yu

 

1.o – O «motivador» do desaparecimento do dinheiro foi José Alves.

2.o – Pode dizer-se que este era um problema para os realmente curiosos. Assim:

a) Indo ao dicionário verificar o que significa «caduceu», teriam oportunidade de ler mais ou menos isto: «ramo de loureiro ou de oliveira, terminado em duas asas e no qual se enroscam duas serpentes; o caduceu era a insígnia de Mercúrio e simbolizava o comércio e a indústria». Ao fim e ao cabo, a insígnia encontrada debaixo de uma cadeira, no escritório de Tiago, era um caduceu…

…Um bom talismã para o industrial José Alves; no entanto, o mesmo não se poderá dizer em relação a João Tiago, dadas as suas convicções religiosas como sabem, sou cristão convicto», disse ele) não aceitarem «nada relacionado com outras religiões, mesmo já desaparecidas…»

b) Logo, é evidente, o caduceu não era pertença do Tiago (nem tão pouco de qualquer dos seus familiares), pelo que se poderá inferir tratar-se daquele que o Alves afirma ter perdido. Como será óbvio, o extravio do talismã ter-se-ia verificado momentos antes, pois, segundo o próprio Alves afirma, «Quando vinha para aqui, afaguei-o várias vezes», prova concludente de que ainda o tinha consigo quando chegou ã vivenda de Tiago.

c) Então, como é que o caduceu apareceu no escritório de Tiago, se o Alves diz ter dado (somente) «dois passos dentro de casa e chamei pelo Tiago; como ninguém respondesse, recuei e fechei a porta»? É sabido que o escritório se situava no piso superior e, perante isso, fácil será concluir que o Alves se «enganou» no número de passos que deu… Mais: mente deliberadamente, na expectativa de apresentar um depoimento que não levante suspeitas…

Porém, o aparecimento do caduceu no local do roubo, comprometeu seriamente a sua declaração, porquanto demonstra a falsidade das suas palavras. E quem mente…

 

Solução apresentada por Homem-Aranha

 

Solução apresentada por Melusina

I

Pequeno industrial:

De João Tiago estou falando.

Primeiro vivia mal,

Depois, prosperando…

 

II

Propôs um contrato

Aos sócios combalidos.

Que aceitaram o facto

Para não ficarem falidos…

 

III

Venda de quotas se tratava.

E o nosso comprador,

Na sua casa pagava,

Em dinheiro, todo o valor.

 

IV

À hora combinada…

Reunem-se um certo dia;

Sobe o comprador a escada,

Vai buscar a quantia…

 

V

Com o filho há «trovoada»,

Por causa da religião;

Batendo este em retirada,

Com Júpiter, num furacão…

 

VI

Porém logo aconteceu

Outra exaltação.

O dinheiro desapareceu…

Não há rasto de ladrão.

 

VII

Anastácio, o investigador,

Convoca todos os sócios,

Com intento interrogador.

Acabaram-se os ócios…

 

VIII

Alberto Mateus, primeiro a chegar,

Encontrou o locatário,

Que à fábrica ia buscar

Um livro necessário.

 

IX

José Alves, em seguida,

Diz ter entrado e saído,

Na casa referida…

Falando descontraído…

 

X

Mas o seu rosto obscureceu:

O talismã querido,

O seu caduceu,

Onde o teria perdido?

 

XI

Júlio Barros, procurando

Uma caneta perdida;

Na saleta a encontrando,

Saíra de seguida.

 

XII

Anastácio, procura,

Vê o local do delito.

A desordem perdura,

Cheio de papéis está o dito.

 

XIII

Uma insígnia está no chão,

Um ramo de oliveira foi achado.

Com serpentes em cordão

E por asas é terminado.

 

XIV

Chama-se caduceu…

E revela-nos o ladrão.

José Alves o perdeu

Ao roubar o «pacotão».

 

XV

Anastácio correcto,

Com os «trunfos» na mão.

Lançou-nos o repto

Da sua solução.

 

XVI

Ao reino respondi eu:

Melusina de Vila Moreira.

Aqui se esclareceu

O caso, à minha maneira.

© DANIEL FALCÃO