Autor Data 5 de Março de 1981 Secção Mistério... Policiário [302] Competição Torneio
“Dos Reis ao S. Pedro” Problema nº 4 Publicação Mundo de Aventuras [386] |
A QUADRILHA DA MEIA-NOITE Fong Si Yu Richard
escutava a conversa, oculto pela escuridão do quarto, de músculos tensos e
arma preparada… Tinha entrado na casa do «Gingão» em busca da direcção do quartel-general da quadrilha da Meia-Noite, e
fora surpreendido, já dentro da habitação, pela chegada do dono
(intermediário no negócio, pois recebia os roubos e passava-os pela fronteira),
com um amigo; por pouco não fora descoberto, e agora sentia-se furioso devido
a uma frase que ouvira ao «Gingão» durante a sua conversa com o amigo: –
Só é pena que eu não saiba a direcção do quartel-general…
mas, nem o número do telefone deles sei! Como lhes vemos agora dizer do Gervásio?
–
Enfim, ao menos já sei quem são os chefes desta zona, relacionados com o
«trabalho» da quadrilha – consolou-se para si mesmo. Nesse
momento, o telefone interrompeu-lhe os pensamentos, e a conversa dos dois
outros homens. O «Gingão» pegou no auscultador e começou com as formalidades
do costume: –
Está lá? Aqui também está? Quem fala? Silêncio,
enquanto do outro lado diziam qualquer coisa… «Bolas,
estou demasiado longe para ouvir as respostas. Aliás, o raio do auscultador
nem um zumbido atira até aqui…» – pensou Richard. –
Ah, és tu, Ben! Quê? Estou com o Zac! Que dizes? Ir
ao quartel-general? – o coração do detective bateu com mais força. – Como, se eu não tenho a
direc… Ah, tu dás-ma? Ben, espera aí – o homem
abriu uma gaveta da secretária e tirou de lá uma caneta, juntamente com um
bloco de apontamentos. «Ena,
bloco A-1, de folhas finas! Um luxo que nem os banqueiros usam… onde terá ele
ido arranjá-lo?» –pensou Richard, ao ver o livrinho.
–
Diz lá, agora! – tornou o «Gingão»… Fez-se de novo
silêncio, enquanto escrevia, carregando na caneta, a direcção
do quartel-general. – Ben, repete-a outra vez… para
ver se está certa! Silêncio. –
Certíssima! Iremos imediatamente. Amanhã estamos lá! – rematou,
pousando o auscultador. Arrancou a folha do bloco e dirigiu-se a outra
gaveta, de onde tirou um gordo maço de notas. «Céus!
Não ganho tanto em um ano! – admirou-se o detective.
– Este patife governa-se bem!». Dez
minutos depois, a casa estava vazia. Richard abanou e cabeça: »A
viagem vai demorar-lhes, para só chegarem ao quartel-general amanhã… Enfim!
De qualquer modo são loucos, para só levarem aquele maço de notas e a direcção!». Esqueçamo-nos
por uns minutos do que Richard ficou a fazer na casa. Vamos antes esperá-lo à
sua saída, por uma janela das traseiras, certo? Ah, traz um papel entre os
dentes… –
Que é isso? – perguntamos-lhe. –
Ora, a direcção do quartel-general da quadrilha da
Meia-Noite – respondeu-nos ele, sorrindo… A
pergunta que fazemos é facílima… Aliás, quem ler bem o texto… e até aqueles
que se «iniciam» agora já calculam isso… Isto é… Pois é… –
Como conseguiu Richard saber a direcção? |
|
© DANIEL FALCÃO |
||
|
|