Autor Data 2 de Junho de 1977 Secção Mistério... Policiário [116] Publicação Mundo de Aventuras [192] |
JOSÉ PERNALTA Grão Duque Homem
rude no seu trabalho, pouco falador entre os amigos e até com poucos deles,
celibatário incorrigível como a maior parte dos «profissionais de guerra», o que
não queria dizer que não fosse bígamo… José Pernalta tinha conquistado já
certa fama, criada ao longo dos 45 anos da sua existência, por nunca descurar
um pormenor quando em trabalho… De
bigodes negros espetados que de quando em quando
desapareciam naquele facies queimado pela vida ao
ar livre, de largos ombros e estatura elevada, este homem parecia nunca
envelhecer… Dele
se contavam muitos casos… Uma vez… Era
hábito aparecer pelo quartel um caixeiro-viajante que, entre as mercadorias
que oferecia, quase sempre trazia, também, informações do inimigo… E
nessa manhã, quando o sol começava já a aquecer e a tornar insustentáveis os
longos exercícios sem sombras, travou-se entre os dois o seguinte diálogo: –
Então… Chegou-me aos ouvidos que você tinha descoberto algo sobre o movimento
inimigo e a táctica a usar pelo major… – meio
perguntou, meio afirmou o José Pernalta. Ao
que o viajante respondeu: –
Sim! É verdade que sei alguma coisa… O general inimigo decidiu que o ataque a
fazer e a desenvolver será por estes dias, precisamente no dia… –
Só um momento – replicou Pernalta, e saiu. Pouco
depois aparecia com um soldado e dava voz de prisão ao caixeiro… Este
mostrou-se bastante surpreendido mas… depois não ofereceu qualquer
resistência… –
Como me descobriu? – inquiriu, por fim, o caixeiro. Aqui
cortamos o texto e terminamos da seguinte maneira: –
Responda você, em lugar do José Pernalta.
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© DANIEL FALCÃO |
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