Autor Data 8 de Outubro de 1981 Secção Mistério... Policiário [325] Competição Torneio
“Do S. Pedro ao Natal” Problema nº 4 Publicação Mundo de Aventuras [417] |
A MOSCA AFOGADA… NUM DIA DE GREVE Grão-Duque Certo
dia de má história… –
Porquê de má história? – perguntarão. –
Porque era um desses dias de má história já vulgarizados entre nós… um dia no
qual não se procederá à recolha do lixo. Bem… Se fosse só um dia, certos
narizes não dariam pelo caso, mas como já era o terceiro dia consecutivo de
uma greve disparatada, todo esse bicho de sete cabeças
que dá pelo de «comunicação social» estava virada para o assunto. …
e ao contrário da «comunicação social», o Inspector Feio estava voltado para um crime bicudo… Era também
lixo, mas de uma outra espécie… A maneira engenhosa de actuar
de um certo «gang» dedicado ao assalto de bancos («nacionalizados»…
nesses!...»), trazia o inspector com «a barba
debaixo de água»… Mas
deixemos o relato com ele, enquanto tomou o café habitual com um jornalista
que, também habitualmente, ali vai à procura de «novas» para o seu jornal – um
dos poucos que ainda se ocupa de tais géneros de notícias… –
Este caso está a tornar-se «chato»… Metade dos meus
homens a meterem o nariz por todo o lado e… nada! Dentro desta imundice toda,
nem uma pista válida… (Foi
interrompido pelo empregado que se aproximou). –
Que vai hoje, inspector? O mesmo?... –
Sim… Olhe, traga dois, por favor. Você também bebe, não é, Praxedes? –
Claro… Mas… –
… Como eu ia dizendo, apenas sabemos que todos que se encontram no Banco
foram narcotizados por um gaz especial… chamado «mor-statuo».
As pessoas ficam hirtas, como estátuas!... –
Ora aqui estão os vossos cafés… Bem tirados! (Cada
um adoçou o respectivo café e depois a conversa
continuou). –
… Por azar, as câmaras internas de TV ali instaladas, tinham um defeito nos
circuitos… e vai daí, nada se conseguiu. (Nisto,
em consequência de uma enorme mosca, daquelas bem anafadas, azuis-esverdeadas
ter caído no café do inspector, este chama o
empregado). –
Rapaz, troque o meu café, por favor, pois caiu-lhe
uma mosca dentro. –
Sim, senhor. –
… Onde é que eu ia?... Ah! Dizia que as câmaras dos
circuitos internos de televisão estavam com avaria, e por isso nos foi
impossível reconhecer os assaltantes… Mas mesmo que as câmaras estivessem
perfeitas, nós nunca… Eis
que o café chega e o inspector bebe logo um golo
para tomar fôlego mas… reclama de imediato: –
Desculpe, rapaz… Embora tenha retirado a mosca e mudado de chávena, eu não
costumo beber líquidos onde insectos tenham tomado
banho… Praxedes
largou estrondosa gargalhada que foi ecoando salão fora… Pergunta-se: –
O que levou o inspector a fazer aquela afirmação? |
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© DANIEL FALCÃO |
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